O Sistema Start/ Stop é o sistema que desliga o motor automaticamente ao parar de se movimentar, como ao parar em um semáforo, economizando a gasolina que estaria sendo queimada para manter a marcha lenta.
Uma das principais preocupações atuais da indústria automobilística é com a redução da emissão de poluentes para a atmosfera, já que os países possuem normas ambientais cada vez mais restritivas. Para alcançar este objetivo, foi desenvolvido um sistema chamado de start/stop.
O sistema foi desenvolvido pela empresa francesa de autopeças Valeo em 2004 e foi batizado de Stars, mas todos o chamam de Start Stop.
Projetado para ser usado no trânsito pesado dos grandes centros urbanos, o sistema é perfeito para se enfrentar congestionamentos em que o veículo fica muito tempo parado e volta ao movimento em pausas longas.
Segundo a Valeo, o Start Stop reduz o consumo em até 19% de combustível nestas situações, além de reduzir muito as emissões de CO2 na atmosfera. Além disso, o sistema permite um menor ruído, maior conforto e mais segurança para os ocupantes.
Podemos resumir o funcionamento do sistema start/stop desta forma: Após parar o veículo, em um semáforo por exemplo, o motorista aciona o freio e/ou a embreagem, colocando em ponto morto e mantendo o motor em rotação de marcha lenta. Após alguns segundos nesta situação (entre oito e dez segundos, dependendo do fabricante), o módulo do sistema interrompe o funcionamento do motor cortando o combustível.
Quando a embreagem é acionada ou o freio liberado, o módulo automaticamente aciona o motor, através do motor de partida ou do motor/alternador, fazendo com que o motor entre em funcionamento de maneira praticamente imediato.
Desta forma, é possível reduzir o consumo de combustível e a emissão de poluentes e CO2 em situações típicas de grandes cidades, como esperas de semáforos e congestionamentos.
A ideia de cortar o funcionamento do motor para reduzir o consumo e, consequentemente, a emissão de poluentes não é recente, tão pouco inovadora.
Em meados da década de 70, quando a crise do petróleo incentivou a busca por redução no consumo combustível e as leis ambientais ficaram mais rígidas, as montadoras começaram a buscar soluções que fizessem os motores da época, normalmente grandes e pouco eficientes, se enquadrassem na nova legislação.
Umas das alternativas encontradas foi o desenvolvimento do sistema start/stop. O grande limitador para a adoção desta tecnologia em uma ampla gama de modelos era que não havia como garantir que o motor fosse desligado e ligado de forma rápida e sem falhas, em uma época sem injeção eletrônica.
Atualmente, existem dois tipos construtivos básicos do sistema, sendo um baseado no sistema de partida convencional e um baseado no alternador.
O sistema baseado no motor de partida foi o primeiro a ser desenvolvido. A principal alteração neste tipo construtivo é a instalação de um motor de partida mais robusto e uma central eletrônica responsável pelo gerenciamento deste sistema, monitorando os sensores e trabalhando em conjunto com a UCE do motor. Por ter um custo menor para desenvolvimento, fabricação e implantação, é o mais utilizado atualmente.
Neste tipo de sistema, o funcionamento do motor é igual ao de um modelo convencional, porém, como o sistema start/stop irá ligar e desligar o motor mais vezes, o motor de partida é muito mais solicitado, sendo um dos principais componentes.
Por outro lado, sistema baseado no alternador substitui o motor de partida por um alternador reversivo, ou seja, faz o trabalho inverso, girando o motor através da correia (este equipamento também pode ser encontrado com o nome de motor/alternador ou alternador/motor de partida em algumas literaturas).
Quando é dada a partida no motor, o alternador é responsável por gerar rotação para os componentes e, a partir do momento em que o motor entra em funcionamento, o alternador passa a gerar eletricidade, como um modelo tradicional.
De desenvolvimento mais recente, possui fabricação, componentes e processo de implantação mais complexo, é utilizado principalmente nos modelos franceses, como o Citroën C3 comercializado na Europa.
Por não exigir grandes alterações, praticamente qualquer motor a gasolina pode ser equipado com o start/stop, podendo ser aplicado tanto em modelos manuais como automáticos.
Para que o sistema start/stop possa entrar em funcionamento, o módulo de controle necessita de alguns parâmetros para avaliar se o sistema deve ser ativado ou não. Os principais são: posição do câmbio, velocidade do veículo, rotação do motor, posição do virabrequim, nível de carga da bateria, temperatura do motor e do ambiente e posição e pressão dos pedais. Com isto, o módulo pode selecionar o momento em que o funcionamento será cortado e quando o motor será ligado novamente, permitindo partidas rápidas e sem vibrações.
Em modelos com câmbio automático, um dispositivo adicional chamado acumulador de pressão, é instalado na caixa de transmissão, responsável por garantir a pressão ideal dentro do câmbio, para permitir o engate da 1ª marcha quando o motor for religado e o acelerador, pressionado.
O motor deve entrar em funcionamento o mais rápido possível, seja pelo motor de partida ou pelo alternador, por isso o módulo de controle armazena informações que permitem formar uma estratégia para que isto aconteça, em alguns casos, no primeiro quarto de volta do motor.
E se você pensa que este sistema só está disponível em modelos caros, saiba que o sistema Start Stop está disponível em modelos cada vez mais baratos no mercado brasileiro, como o Fiat Uno, que oferecia o sistema na versão Way 1.3.
Sem essa opção atualmente, os três modelos mais baratos com esse sistema são da Renault. O Logan Zen 1.6, que custa menos R$ 80 mil, é o primeiro, sendo seguido pelo Stepway Zen, que sai por pouco mais de R$ 82 mil, e pelo SUV Duster Zen 1.6, que custa R$ 86 mil. Algumas motos também já contam com esse sistema como a PCX da Honda.
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