Apesar da pandemia, 2020 se consolida como o ano do câmbio automático, mais ofertas de automóveis eletrificados e adoção de equipamentos como a direção eletroassistida
O ano de 2020 foi atípico. Marcado pela avalanche pandêmica que varreu nosso planeta, esse ano que representou o início da terceira década dos anos 2000 ficará marcado para sempre como o mais desafiador e emblemático da história recente mundial. Salvo a aceleração da indústria no período da revolução industrial e o agitado inicio da indústria automotiva há mais de 100 anos, em poucos momentos da história pudemos presenciar uma dinâmica tão intensa no segmento.
Em alguns pontos retrocedemos, como no caso da melhoria na segurança nos veículos, em outros mantivemos o crescimento mesmo nas condições adversas, como no caso da venda de veículos eletrificados. Mas, não importando se é um destaque positivo ou negativo, relacionamos nesse estudo de Impacto tecnológico para o especial da Revista Reparação Automotiva, as principais tendências observadas no ano de 2020 que irão impactar as oficinas reparadoras de veículos a partir do próximo ano.
Crescimento do segmento de veículos eletrificados
De certo, 2020 seria o ano da consolidação dos veículos eletrificados em todo o Mundo. A tecnologia que ganha força desde o início da década passada atingiria seu ponto de inflexão nesse ano. É notório que a tendência apresentou leve desaceleração em função de acordos feitos entre fabricantes de veículos e governos em vários países como forma de postergar novas normas antipoluição a fim de ter condições de escoar a produção atrasada e veículos que ficaram acumulados nos estoques devido a recessão econômica causada pelo novo Coronavirus.
Apesar disso, números mostram que há gradativo interesse do público em geral pelo tema da eletrificação. No Brasil, segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), de janeiro a outubro foram comercializados 15.565 modelos entre híbridos regenerativos, híbridos plug-in e elétricos. Esse número já supera em 31% o volume de veículos comercializados no ano de 2019 nesse semento, que foi de 11.858 unidades. Se mantiver esse ritmo, a projeção é fechar o ano com um aumento de 61% em relação a 2019, e 378% em relação a 2018.
Fatos que contribuem para a boa perspectiva do segmento são as maiores ofertas de veículos híbridos e elétricos no País, gerando mais opções de preços para os consumidores. Só esse ano foram cinco novos modelos elétricos lançados, ante três no ano passado. No segmento de híbridos, até o momento foram nove novos modelos em 2020, frente aos treze lançamentos de 2019. Isso inclui modelos com sistema mildhybrid (48V), regenerativos e plug-in. O reflexo está em um maior número de vendas, como no caso do mês de outubro desse ano que se consolidou como o mês recorde de venda de veículos eletrificados, emplacando 2.273 exemplares, ante o mês de dezembro de 2019, até então o pico de vendas do segmento, com 2.409 modelos emplacados. Atualmente a frota brasileira é de 38 mil modelos híbridos e elétricos.
No Brasil, a Volvo anunciou que a partir deste ano, apenas comercializará modelos eletrificados, como híbridos plug-in (Leia o Perfil Técnico do Volvo XC40 T5 R-Design Plug-in Hybrid edição 146-novembro) e elétricos em nosso País, assim como fez recentemente a Lexus.
Para 2021 são esperados lançamentos muito significativos no segmento de veículos híbridos e elétricos. O Corolla Cross, por exemplo, que é o modelo SUV que compartilha a plataforma TNGA do novo Corolla deve iniciar as vendas a partir do próximo ano, inclusive com uma versão híbrida que compartilha o mesmo conjunto motopropulsor hibrido. No segmento de elétricos, é esperado o XC40 Recharge, versão 100% elétrica do SUV de entrada e o primeiro modelo elétrico da marca sueca. Além disso, cerca de cinco elétricos compactos, todos com preços previstos entre R$ 150 mil e R$ 200 mil estão previstos, como o VW eUP, Novo Renault Zoe com bateria de maior capacidade, FIAT 500e, Mini E e Peugeot 208 eGT.