Por: Sérgio Duque / Foto: Renato Zanchetta
O mercado brasileiro de autopeças continua com desempenho satisfatório no transcorrer deste ano de 2022 e as perspectivas para 2023 são igualmente favoráveis, sobretudo após recentes revisões de estudos de tendências, que recolocam o Brasil, a partir do próximo ano, entre as 10 maiores economias de mundo.
O PIB Brasil neste ano deverá ficar entre 1,5 e 1,8% de crescimento em relação a 2021, contrariando perspectivas pessimistas e em contramão do que ocorre em outros países que sofrem para reencontrar o caminho mais estável da atividade econômica, ainda reflexo dos efeitos da pandemia e outros agregados igualmente impactantes.
Contudo, vale ainda o registro que o relatório FOCUS do Banco Central divulgado na segunda quinzena de julho, não alterou as perspectivas de crescimento para 2023, que permanecem em 0,5% em relação a 2022, ano cujos resultados positivos podem ser justificados por medidas econômicas como o PEC dos Benefícios e pacote bilionário de estímulo à demanda em ano eleitoral.
No Nordeste, no entanto, esse crescimento não se mostra uniforme, com alguns estados sofrendo mais que outros para recuperar a linha desejada de desenvolvimento e sustentabilidade.
As principais atividades econômicas do Nordeste estão distribuídas nas sub-regiões da zona da mata, agreste, sertão e meio-norte.
A zona da mata corresponde a uma região que abrange todo o litoral nordestino, desde o Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Essa sub-região possui a maior concentração de pessoas e frota veicular, tendo o maior número de grandes cidades, como Salvador, Recife e Natal. Dentre as atividades econômicas, podemos citar o turismo, os centros comerciais, a produção de petróleo (tanto em terra quanto mar, na plataforma continental), a produção de sal marinho (Rio Grande do Norte) e as atividades industriais, como o polo industrial de Camaçari, no litoral baiano, além do destaque para a produção de cacau na Bahia.
As maiores economias da Região Nordeste são, respectivamente, Bahia, Pernambuco e Ceará, estados que concentram, juntos, 9% do PIB nacional. Já os estados nordestinos com maior PIB per capita são Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, seguidos por Bahia, Ceará, Paraíba, Alagoas, Piauí e Maranhão.
O Segmento da reposição automotiva
A frota circulante em 2022 nos estados do nordeste brasileiro é estimada em 12,1 milhões de veículos de todos os segmentos, o que dá uma média de 4,7 veículos por habitante, bem acima da média Brasil que é de 3,1.
O destaque maior fica para a grande proporcionalidade de veículos de 2 rodas que circulam no Nordeste e representam quase 29% de toda frota do segmento que do país. Clima favorável, topografia plana de terrenos em áreas de litoral, veículo de menor valor agregado e mobilidade de movimentos entre outras razões, explicam essa situação.
Na região também há uma concentração de 17% da frota diesel, contra 43% no Sudeste, 11% no Centro-Oeste, 6% no Norte e 23% no Sul.
No quadro abaixo, utilizando o Geoafter, segue a porcentagem de demanda de autopeças por estado da região, estimada para o ano de 2022 e 2023.
Note que todos os estados do Nordeste (com exceção do Rio Grande do Norte e de Sergipe), tendem a perder alguns poucos percentuais de potencial em relação a demanda de autopeças em 2023, se comparado com o ano de 2022.
Na tabela abaixo, estão contidas as informações de potencial de mandante de 6 linhas de autopeças nos estados que compreende a região nordeste do Brasil, para 2022 e 2023. No site www.geoafter.com.br é possível acessar informações sobre o sistema integrado que contém informações de demanda para aproximadamente 250 linhas de produtos, por estado, por mesorregião, por microrregião e para cada um dos 5567 municípios brasileiros.
O sistema é por assinatura pelo período de 1 ano, com informações atualizadas em períodos de tempos regulares, na medida que as informações da frota são disponibilizadas para o mercado.
PREVISÃO DE DEMANDA DE LINHAS DE AUTOPEÇAS NO MERCADO INDEPENDENTE
REGIONAL NORDESTE – PERÍODO DE 2022 e 2023
Observação: Pode haver variações na previsão de demanda das linhas acima registradas, por conta do comportamento de fatores econômicos e da própria frota circulante regional.