Nos números anteriores, estudamos o funcionamento do sistema de engates e como os sinais de mudanças são enviados para o módulo de controle, bem como são realizadas as mudanças. Continuaremos vendo neste número como funciona o sistema de aceleração eletrônica do MERIVA, que também será aplicado ao AGILE a partir deste ano.
Como funciona o sistema de aceleração eletrônica do MERIVA?
Para mover a borboleta de aceleração, o novo mecanismo instalado sobre o coletor de admissão dispõe de um motor elétrico de corrente contínua e mecanismos internos de comando e de controle, como por exemplo as engrenagens de acionamento e os sensores de posição TPS 1 e 2. Neste novo sistema, o motorista acelera o veículo da mesma forma que fazia nos modelos com acelerador convencional.
Contudo, no pedal do acelerador estão instalados dois potenciômetros: Os APP 1 e 2. Os mesmos transformam o movimento do pedal em um sinal de tensão elétrica variável, que é instantaneamente detectado pelo ECM. O módulo ECM, ao identificar este sinal, processa as informações dos sensores e ajusta o motor elétrico de posição da borboleta. Estas operações ocorrem a todo instante, oferecendo ao condutor o conceito de assistência eletrônica ao acelerar.
Todo esse mecanismo pode ser diagnosticado através do scanner automotivo, na função “listar dados”.
No final do curso do pedal do acelerador, existe um dispositivo que apresenta uma certa resistência para que o motorista identifique a função “kickdown”. O programa do “kickdown” é gerenciado por meio da porcentagem de utilização dos dois potenciômetros, ou seja, aproximadamente em 95% de uso o programa é ativado e este ponto coincide com a resistência oferecida pelo dispositivo.
MODO DE SEGURANÇA DO SISTEMA DE ACELERAÇÃO ELETRÔNICA
O controle eletrônico de aceleração é equipado com um modo de segurança, o qual permite a condução do veículo mesmo com falha de controle. Isto é possível porque a posição de repouso do corpo de borboleta é Sistema de aceleração eletrônica do Meriva TÉCNICA parcialmente aberta, posicionada através de uma mola de dupla ação de sete espiras. Nesta condição, o fluxo de ar é suficiente para a condução do veículo, mesmo que precariamente, até a oficina mais próxima.
VERIFICAÇÃO DO PONTO DE ACOPLAMENTO DA EMBREAGEM
O mais importante na embreagem é seu ponto de acoplamento, ou seja, o momento no qual ocorre o contato entre o disco e o platô do volante. Neste ponto, a embreagem começa a transferir torque para as rodas.
A comprovação do ponto de acoplamento ocorre quando o veículo permanece parado por um período de tempo mais longo, aproximadamente 20 segundos, com o freio aplicado, marcha engatada e o motor ligado, por exemplo, ao parar em um semáforo. Durante este tempo a embreagem é constantemente acoplada (por um curto período de tempo) até que ocorra um leve toque do platô sobre a embreagem, fazendo com que haja uma reação do motor. A seguir, a embreagem volta a ser desacoplada imediatamente. Normalmente, este processo não é percebido pelo motorista. Anomalias durante o procedimento poderão significar indícios de alguma falha, entretanto, esta falha também poderá ser causada pelo motor, por exemplo, em função da instabilidade da marcha lenta e outros fatores. Já o ponto de acoplamento incorreto pode ser causado pela configuração efetuada incorretamente. Neste caso, as trocas de marcha são desconfortáveis e o acoplamento da embreagem é excessivamente brusco ou patinará excessivamente.
PROTEÇÃO DA EMBREAGEM
O sistema Easytronic adapta automaticamente o comportamento da embreagem de acordo com a temperatura. Assim, o motorista não percebe as alterações nas trocas de marcha quando ocorre alguma alteração na temperatura da embreagem.
As únicas exceções são as medidas premeditadas para evitar uma sobrecarga em caso de superaquecimento da embreagem. Sob esta condição, a ajuda nas manobras (função creeping) é desativada e a embreagem é acoplada mais rapidamente nas arrancadas. O objetivo é evitar longos períodos com a embreagem patinando. Contudo, essa condição é atingida somente após solicitações extremas, como por exemplo, após efetuar diversas arrancadas com carga plena em subida.
ANÁLISE DE FALHAS DA MERIVA
Para se obter um diagnóstico preciso, existe um detector de falhas integrado ao software da unidade de controle. Tão logo for detectada uma falha, um código é armazenado na memória, com base no tipo da falha. Um registro permanente de falhas é mantido na memória até que a mesma seja apagada. A unidade de controle é capaz de distinguir se falha continua presente ou não. Ao ser detectada uma falha, a unidade atua através de uma mensagem de falha e a mesma, dependendo do problema, pode ser identificada por:
•“F” ou
•Luz indicadora de anomalia nos sistemas eletrônicos
Se for necessário, ocorre uma alteração no comportamento do veículo em função da falha. Sob esta condição, é possível observar os seguintes sintomas:
• A 5ª marcha não é engrenada
• As trocas de marcha ocorrem no modo automático, sob rotações prédefinidas.
• Ao parar o veículo, o sistema engrena a marcha neutra, o visor exibe “N” e a embreagem continua trabalhando, mas desacopla completamente durante uma tentativa de troca de marcha, sem que seja possível efetuar este procedimento.
SINAL DA LUZ DE RÉ DA MERIVA
A unidade de comando Easytronic obtém acesso ao relé da luz de ré quando a marcha à ré é engrenada.
DIAGRAMA DE BLOCO DA MERIVA
15 Ignição ligada
30 Cabo positivo da bateria (terminal 30)
31 Ponto de Massa (terminal 31)
A15 Módulo de controle da Carroçaria (BCM)
A37 Controle de tração da unidade do ABS
A38 Unidade de controle do freio ABS
A110 Unidade de controle do imobilizador
A112B Unidade de controle da transmissão Easytronic
A119L Conversor de sinal para velocidade do veículo (para veículos sem ABS)
A119R Conversor de sinal para velocidade do veículo (para veículos sem ABS)
A163 Interruptor Easytronic para seletor de partida
CAN Barra coletora do
CAN BUS F8A Fusível de alimentação
F51 Fusível, terminal 30 (positivo da bateria)
K61 Relé de partida
K71 Relé da luz de ré P3 Painel de instrumentos
S149 Interruptor de arranque
S216 Interruptor da luz de freio
X1B Conexão do chicote para a carroçaria do painel de instrumentos XD Conector de diagnóstico
Y144.1 Motor de troca de marcha Easytronic
Y144.2 Motor seletor de marchas Easytronic
DIAGRAMA DE CIRCUITO
A voltagem para o terminal 15 (ignição ligada) é protegida pelo fusível F8 através do interruptor de partida S1. No próximo número, finalizaremos este assunto indicando as ligações elétricas e códigos de falha do sistema. Até lá e um ótimo mês de serviço!!!
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