Os elevadores automotivos são equipamentos de grande importância para o trabalho das oficinas, resultam em um melhor atendimento, rapidez e agilidade na resolução nos problemas dos clientes. Contudo, é necessário realizar a manutenção nos elevadores, para mantê-los em funcionamento e evitar possíveis acidentes no ambiente de trabalho.
Para isto, o jornal Reparação Automotiva entrevistou alguns profissionais do setor para entender melhor sobre a utilização dos elevadores automotivos e como deve ser realizada esta manutenção, além de descobrir como identificar o momento ideal para a manutenção destes equipamentos e quais os cuidados necessários.
USO EM OFICINAS
Para uma inspeção detalhada das condições do veículo, é necessário o uso do elevador automotivo, como aponta o diretor técnico da Engecass, Paulo Roberto da Cass. “O elevador facilita sobremaneira o serviço do reparador com ergonomia no trabalho e acessibilidade. Além disso, o elevador expande os serviços que podem ser executados na oficina trazendo mais lucro para o reparador”.
A manutenção dos componentes do elevador é vital para a conservação da segurança do profissional e para a capacidade e funcionalidade do equipamento. Paulo recomenda que seja realizada a lubrificação dos itens, a verificação das ligações elétricas, a inspeção de todas as peças e a limpeza correta dos elevadores.
Na opinião de Marcelo Weber, da empresa Elevemaq, os elevadores são essenciais para o trabalho nas oficinas. “É o pontapé inicial para quem tem o sonho de abrir uma empresa e crescer no mercado”. Para isto, o profissional deve procurar manter o equipamento em bom estado e realizar a manutenção periódica.
Marcelo também cita que muitas das causas que resultam em problemas nos equipamentos são devido ao mau uso do produto. “O profissional deve estar atento na hora da manutenção, prestar atenção nos ligamentos dos fios do motor e realizar a manutenção a cada 6 meses e a lubrificação de 2 a 3 meses”, completa.
PERÍODO DE MANUTENÇÃO DOS ELEVADORES AUTOMOTIVOS
Para o diretor-presidente da Hidromar, Mario José Dante Fornasier, o uso do elevador nunca poderá ser medido por nenhum fabricante ou pelo mecânico, por isto a empresa disponibiliza uma tabela com as estimativas das trocas que deverão ser realizadas por um assistente técnico autorizado. “O elevador é um equipamento de alto risco, portanto as revisões preventivas são necessárias”, realça.
Caso não aconteça a manutenção, há desgaste das porcas de sustentação, sapatas de borrachas partidas, elevador desnivelado e colunas em “X”, conta Mario. “O período ideal para realizar a manutenção é uma vez por ano por técnicos autorizados da fábrica”, diz. Porém o profissional deve observar quando o equipamento apresentar ruídos, trepidações ou até queima de motores elétricos.
A manutenção preventiva é muito simples e não é demorada, de acordo com o consultor de Vendas da Raven Divisão Elevadores, Fleide Jarzinski, porém é imprescindível. O mecânico deve estar atento aos pontos de engraxamento e dependendo da frequência de uso, é necessário engraxar estes pontos a cada 30 dias. “Quanto mais uso, aumento da manutenção preventiva”, diz.
Os elevadores em mau estado podem gerar acidentes durante o trabalho para os reparadores. “O elevador convencional do tipo coluna pode despencar junto com o veículo”, orienta Fleide. Para isto, os profissionais devem zelar pelo equipamento e acompanhar todas as instruções especificadas para realizar a manutenção preventiva.
Para o gerente Adm. da Box Top, Jean Carlos Baldussi, uma oficina bem equipada transmite confiança ao consumidor e demonstra um trabalho realizado com maior qualidade. “O principal ponto é a agilidade e segurança nos serviços”, afirma. Ele ainda argumenta que a manutenção preventiva garante o perfeito funcionamento do equipamento, com maior durabilidade e prolongando a sua vida útil.
UTILIZAÇÃO DOS ELEVADORES AUTOMOTIVOS
O profissional deve se atentar ao cuidado na hora da utilização do equipamento, tomando sempre cuidado como posicionamento do veículo que será suspenso e também realizar a manutenção preventiva do elevador. “A lubrificação preventiva, por exemplo, deve ser feita a cada 30 dias em equipamentos com regime de utilização constante e 60 dias para utilização moderada”, esclarece Jean, esta lubrificação depende do volume de uso do elevador.
O gerente de Marketing da Emaster, Flávio Fornasier, propõe cuidados mensais nestes equipamentos. “Mensalmente, quando o elevador for à graxa ou óleo antigota, deve-se lubrificar os fusos e porcas de sustentação. E a cada três meses deve-se lubrificar o mancal localizado na parte superior de cada coluna utilizando graxa de rolamento”.
Os acidentes no trabalho podem surgir antes mesmo da necessidade da manutenção. “A instalação do elevador feita de forma errada e sem os devidos cuidados apresentados no manual de instalação são as principais causas de acidentes”, adverte Flávio. Para isto, ele aconselha que os clientes façam as revisões presentes no manual do produto.
Os elevadores podem provocar graves acidentes quando não estão em bom estado, por isto é necessário que eles sejam revisados periodicamente. “Para a manutenção preventiva ser aceita, ela tem que ser feita de maneira que assegure tecnicamente que o equipamento está em condições de uso”, garante o responsável Técnico/Engenharia de Produtos da Rotary Lift, José Casé P. Filho.
Para isto, José Casé oferece algumas recomendações, “limpar todo o resíduo de óleo utilizado nas bases das colunas, bandeja e piso por onde passa a corrente; verificar se existe empenamento dos braços, observar a borracha das sapatas, a mola de trava de segurança dos braços, o estado do uso da correia do redutor e a chaveta da polia, e a fiação elétrica; examinar os rolamentos; e realizar a lubrificação”.
MANUAL DE INSTRUÇÕES
Por se tratar de um equipamento perigoso, é importante que antes do uso seja lido e seguido o manual de instruções. “O bom desempenho e durabilidade do equipamento dependerão exclusivamente dos cuidados a serem prestados ao mesmo, principalmente no que se refere à lubrificação e manutenção periódica”, argumenta o engenheiro Mecânico da Stahl, João Rodrigues Veiga.
Além da falta de manutenção, o mau posicionamento do veículo pode causar acidentes e danos no equipamento também. “Por isso, é necessário posicionar o veículo de maneira que haja uma distribuição uniforme de peso para frente e para trás. Caso o veículo seja mais pesado na traseira, o procedimento deve ser invertido”, explica João.
O sócio-proprietário da Dalcar, Juarez Paulo Dal Vitt, lembra que no passado as empresas não valorizavam tanto o conforto dos profissionais no ambiente de trabalho. No entanto, nos dias atuais este quadro mudou.
Por ser um equipamento frágil, Juarez comenta sobre a frequência de se realizar a manutenção e a lubrificação dos componentes do elevador. “Deve ser realizada a manutenção uma vez por ano pelo menos e a lubrificação toda a semana”, ressalta.
O proprietário da Mecânica Chiquinho, de Itaquaquecetuba (SP), Francisco Severiano Alves, também destaca a importância das oficinas terem elevadores automotivos e contarem com um ou mais em seus estabelecimentos. “Traz mais segurança e confiança aos clientes e ajuda bastante na produção.
No momento em que apresentar barulhos diferentes nas correias, correntes e as torres esquentarem muito, é a hora de realizar a manutenção. “A cada 15 dias engraxamos, trocamos toda a graxa do fuso e rolamento, para que nos facilite cada vez mais nossos serviços e durabilidade do equipamento”, diz Francisco.
DICAS PARA OS ELEVADORES AUTOMOTIVOS.
• Estar atento aos barulhos e estalos que o equipamento demonstrar;
• Evitar passar veículos embaixo quanto o equipamento estiver em uso;
• Verificar a instalação, lubrificação e limpeza do elevador;
• Não instalar o equipamento onde possa existir água ou em piso desnivelado;
• Verificar as condições da fiação elétrica;
• Não utilizar em nenhuma circunstância calços ou alavancas quando estiver usando o elevador;
• Sempre desligar a chave geral dos elevadores;
• Proibir crianças ou estranhos acompanharem os serviços do assistente técnico;
• Colocar cavaletes e fitas isolando o local;
• Alertar os proprietários para fazerem o aterramento em cada elevador conforme norma NBR 5410 e NR-10;
• Trocar as borrachas de apoio revestidas e coladas por borrachas maciças e prensadas;
• A cada 15 ou 20 dias tirar o excesso da graxa velha dos fusos e rolamentos, esticar as correias e corrente e completar o óleo das correntes;
• Realizar uma boa limpeza externa do equipamento assim que terminar o serviço;
• Adquirir os elevadores em fábricas que disponibilizem uma base de engenharia e uma boa rede de pós-venda que poderá orientar corretamente quanto ao uso,
• Sempre ler e seguir corretamente as instruções do manual do equipamento.
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