Sistemas de freios MASTER, linha de produtos e aplicações
A Master, maior fabricante de freios para caminhões, ônibus e implementos rodoviários do Brasil, produz freios pneumáticos e hidráulicos nas versões a disco e a tambor para caminhões, ônibus e implementos rodoviários.
LINHA DE FREIOS S E Z CAME
O eixo expansor “S” Came é uma das principais peças deste sistema e, por isto, é ele que identifica este tipo de freio. O “Z” Came é um sistema similar, porém com um eixo expansor em formato de “Z”.
A Master fabrica e comercializa todas as peças desses freios, inclusive para aplicação na reposição.
Sistemas de freios MASTER, eixo expansor (ou S CAME)
É ele que produz o movimento das sapatas de freio, impulsionado pelo ajustador de freio e que resulta na frenagem do veículo.
Em sua fabricação, os freios MASTER utilizam aço especial forjado, submetido a um tratamento térmico que produz o endurecimento das superfícies nas partes onde ocorre o maior atrito com outros componentes, resultando no aumento da sua vida útil. Em cada parada para manutenção, é necessário verificar a ocorrência de folgas no conjunto.
Existe a folga radial, no sentido vertical, onde deve ser feita uma medição. Se esta folga estiver acima do valor aceitável (no caso até 0,8 mm), deverá ser feita a manutenção corretiva que é basicamente a troca do embuchamento do freio (buchas e retentores). São peças simples e de baixo custo, cuja função principal é a proteção do eixo expansor e do tubo. Persistindo a folga radial, o problema então pode estar no eixo expansor. Após uma verificação apurada e constatado o problema deve ser feita a troca por uma peça nova e original para garantir maior segurança. O eixo expansor é uma peça fundamental para a frenagem e, em caso de falha, poderá colocar o sistema em riscos. O alerta é para que os usuários não tentem reaproveitar o eixo expansor, procurando fazer o preenchimento de falhas com solda e reusinando a peça. Além do custo mais alto que o de uma peça nova, esse retrabalho desconfigura tecnicamente a peça, afetando diretamente a segurança do sistema.
Também existe a folga axial, no sentido horizontal que não deve exceder a 1,5 mm, sob pena de resultar na “degola’’ do eixo expansor (ou seja, o eixo expansor perde a “cabeça” porque houve um desgaste prematuro da peça). Esta folga é eliminada com a colocação de arruelas espaçadoras na ponta do eixo expansor, quando ele é remontado após a manutenção.
Essas recomendações fazem parte do Manual de Manutenção da Master.
O RUÍDO É UM DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE PROBLEMAS NO FREIO
Há alguns parâmetros técnicos dos quais um mecânico bem treinado consegue diagnosticar problemas no sistema de freio. O usuário deve ter conhecimento suficiente para apontar anormalidades que estejam ocorrendo e indicando o mau funcionamento dos freios.
O ruído é um dos principais indicadores de problemas. Pelo tipo e pela forma como ele ocorre, é possível diagnosticar o que possa estar acontecendo. O normal é não ter ruído nenhum no sistema de freio. Quando ele surge, o usuário deve levar o veículo para manutenção e já pode dar informações ao mecânico do que possa estar acontecendo com o sistema de freios.
Há por exemplo os ruídos clássicos de vazamento de válvulas e câmaras de freio, que podem ser detectados pelo motorista ao fazer uma parada.
Sistemas de freios MASTER, verificações e deslocamento ou com o veículo estacionado
A constatação de problemas no sistema de freios MASTER muitas vezes é perceptível com o veículo em deslocamento.
Imagine a situação de um bitrem, que pode ter até 6 eixos (6 pares de freio) só no implemento, e mais um caminhão trator com 3 eixos (mais 3 pares de freio). No total são 18 conjuntos de freio em uso.
Muitos motoristas pensam que, devido à grande quantidade de freios, se houver alguma falha em um freio ou componente deste não acarretaria maiores problemas, porém, ao contrário, o motorista deve estar em constante vigilância com a situação dos equipamentos. Se ele notar algum ruído diferente do veículo no dia-a-dia, deve saber que o freio está sendo prejudicado, portanto deve levar o veículo a uma oficina mecânica para examinar o problema e providenciar o conserto imediatamente, já que há perda de eficiência nas frenagens.
Recentemente foram divulgados na mídia acidentes em que, num primeiro exame no veículo acidentado, foi constatado que o equipamento estava com freio bloqueado (freio com problema onde o condutor isola-o por considerar que não vai fazer falta). Isso pode ser considerado uma negligência no trânsito por não se considerar essa manutenção como algo importante ou de urgência. É preciso lembrar que os caminhões saem das montadoras projetados para uso de todos os equipamentos em perfeitas condições. Se o motorista rodar com equipamento com falha, além da perda de eficiência do sistema de frenagem, estará comprometendo a sua segurança e das outras pessoas.
OUTROS SINAIS DE ALERTA PARA OS MOTORISTAS
Além do ruído, outras três situações dão indícios aos condutores de que há problemas nos sistemas de freio:
Dirigibilidade: O motorista percebe no volante possíveis indicações de desgaste irregular da lona de freio e dos pneus (o volante puxa mais para um lado).
Freio longo: Quando o sistema de freio está em perfeitas condições, basta pisar leve no pedal que o sistema responde rápido, com frenagens seguras, tanto para veículos leves quanto pesados. No caso de haver desgaste da lona, ajustadores desregulados ou vazamento de válvulas, a câmara de freio acaba ficando com um curso muito longo (é preciso pisar mais “fundo” para que o freio responda satisfatoriamente). Isso é sinal de problema, e dos sérios. Novamente o conselho é parar o veículo, examinar e procurar ajuda especializada.
Distância de parada: Um veículo em perfeitas condições, trafegando a 60 km/h com carga total, ao ter o freio acionado, vai percorrer uma distância aproximada de 36 metros até parar completamente. Se a distância for superior à recomendada, há sinais de que algo está errado. O problema precisa ser investigado e geralmente está relacionado ao sistema de freios ou ao estado dos pneus.
EXISTEM SISTEMAS QUE POSSAM AVISAR PROBLEMAS NO FREIO?
Hoje alguns caminhões estão sendo equipados com indicador de desgaste de lona de freio, porém uma situação comum e de grande risco é o usuário ultrapassar a vida útil da lona sem se dar conta disso. O desgaste da lona deve ser verificado periodicamente, através de uma inspeção visual feita diretamente no freio.
Quando a lona não é trocada no momento certo, os rebites, que são fabricados de aço latonado, começam a agredir o tambor, danificandoo, e deixam de realizar a frenagem adequadamente.
IDENTIFICANDO O PRODUTO ORIGINAL MASTER
Todos os produtos comercializados têm a identificação da Master, como forma de permitir a comprovação da originalidade. Esta mesma identificação permite rastrear o produto para análise de sua garantia. Os usuários são sempre orientados a procurar os distribuidores da rede independente Master, Randon, Meritor e concessionárias das montadoras de caminhões e ônibus.
PROBLEMAS NO SISTEMA DE FREIO
O sistema de freio é um conjunto formado por peças fixas e móveis que sofrem um desgaste natural ao longo do tempo de uso. É formado por uma aranha de freio, cujas funções são fixar o freio na viga, suportar os patins e o suporte da câmara, onde é alojado o eixo expansor (ou S Came) e montadas as câmaras e os ajustadores. Na manutenção preventiva, deve-se observar se os itens estão com o funcionamento correto e corrigir alguma situação que possa causar problemas no freio, enquanto na corretiva, se houver necessidade, é feita a troca de algum componente defeituoso do sistema.
SUBSTITUIÇÃO DE PEQUENAS PEÇAS NO SISTEMA
Na hora de remontar o freio, o aplicador deve lembrar-se de acrescentar algumas arruelas para corrigir o espaçamento (causado pelo desgaste delas) e evitar que o eixo expansor fique com folga axial. Na troca da lona do patim (ou sapata), o conselho é sempre trocar conjuntamente as molas de sustentação e a de retorno. Quando se reutiliza a mola, as sapatas não vão trabalhar com um assentamento adequado no tambor, e isto causa desgaste irregular das lonas e também do tambor, e mais adiante vai provocar falhas no sistema de freio.
AJUSTADORES MANUAIS E AUTOMÁTICOS DE FREIO
Os ajustadores servem para aproximar as lonas do tambor de freio à medida que elas vão se desgastando pelo uso. Hoje quase 100% dos ônibus são equipados com ajustadores automáticos de fábrica e os implementos rodoviários utilizam basicamente ajustadores manuais.
Em alguns países o uso de ajustadores automáticos é obrigatório nos veículos que saem das montadoras. No Brasil, apenas 50% dos veículos saem de fábrica com este componente. Algumas transportadoras que possuem sistema de manutenção computadorizada e com o custo planilhado conseguem mensurar a utilidade e vantagens do ajustador automático, e a partir daí adquirem o veículo equipado com esse tipo de ajustador.
VANTAGENS DO AJUSTADOR AUTOMÁTICO
.mecanismo interno simples e eficiente;
. fácil instalação e manutenção, pois dispensa o uso de ferramentas e dispositivos especiais;
. baixo custo de aquisição e manutenção;
. maior durabilidade;
. sistema de ajuste automático.
QUAIS OS VEÍCULOS QUE UTILIZAM OS AJUSTADORES?
Veículos acima de seis toneladas, que utilizam freio a tambor são equipados com ajustador de freio, tanto automático quanto manual. O ajustador manual tem um custo relativamente baixo e por isso não requer manutenção, apenas que seja ajustado e lubrificado periodicamente. A partir do momento em que apresentar problemas, como quebra de algum componente ou desgaste pelo uso, o usuário deve proceder a troca. O modelo automático, devido ao seu alto custo, viabiliza a sua manutenção, sendo possível a substituição de componentes, o que garante uma maior vida útil.
Com a resolução Contran 777 (NBR 14353), que entrará em vigor a partir de janeiro de 2013, todos os veículos deverão sair de fábrica com ajustador automático instalado.
CÂMARAS DE FREIO SIMPLES E DUPLAS (SPRING BRAKE)
As câmaras de freio são divididas em dois modelos. A câmara de serviço simples faz o trabalho de transformar a energia pneumática que o caminhão fornece ao sistema de freio em um acionamento mecânico e só faz o trabalho de aplicar e desaplicar o freio.
A câmara dupla, também conhecida como Spring Brake ou câmara de serviço e estacionamento, além de fazer o serviço da simples, possui também uma câmara chamada de estacionamento, onde o componente básico é uma mola muito potente, usada para manter o veículo estacionado.
Quando o caminhão despressuriza (retira pressão do sistema), esta mola que está comprimida na câmara de estacionamento se expande e automaticamente faz a aplicação do freio para manter o caminhão estacionado.
A câmara de estacionamento também ajuda a parar o veículo em deslocamento em uma situação de emergência, embora não seja feita para isso. É considerado um item de segurança porque em caso de necessidade pode ajudar na frenagem do veículo em movimento.
RESERVATÓRIOS DE AR
Quem faz todo o acionamento do sistema do freio é o ar, fornecido pelo compressor do veículo, e que os caminhões e implementos armazenam em reservatórios. A capacidade destes reservatórios segue normas para garantir que, caso o fornecimento de ar seja suspenso ou cortado por alguma falha, o usuário ainda tenha reserva para acionar o freio de seis a oito vezes até a parada do veículo para correção do problema. O ar (acionamento pneumático) também é o alimentador de alguns tipos de freio a disco.
Confira mais dicas técnicas no portal da Revista Reparação Automotiva.