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CONAREM debate descarbonização da mobilidade no Brasil

Durante o Seminário da Reposição Automotiva, realizado em São Paulo, José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM, destacou os desafios da transição energética e os caminhos para a mobilidade de baixo carbono no país.

Segundo o executivo, as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) chegaram a 2.296 Mton CO₂e no Brasil em 2023, sendo 91% provenientes do transporte rodoviário. O Instituto MBCBrasil, do qual o CONAREM faz parte, busca soluções técnicas e integradas que se adaptem à realidade nacional.

Desafios e metas

Laguna ressaltou que a meta de redução de emissões de GEE é de 53% até 2030, com neutralidade prevista para 2050.
Entre os principais desafios da transição energética, ele citou:

  • oferta e logística de combustíveis;
  • custo e armazenamento de energia limpa;
  • qualificação profissional para novas tecnologias;
  • investimentos em infraestrutura e segurança jurídica.
Frota envelhecida e impacto ambiental

O presidente do CONAREM lembrou que, em 2024, a frota nacional alcançou 48 milhões de veículos, dos quais 55% têm mais de 11 anos.
“Esses veículos são os que mais geram emissões”, alertou Laguna.

Ele defende o Programa Nacional de Renovação de Frota e o aumento do uso do etanol nos veículos flex como medidas urgentes para reduzir o impacto ambiental.

Multiplicidade tecnológica

Para reduzir o CO₂, Laguna prevê uma diversificação dos novos licenciamentos, com tecnologias baseadas em etanol, biodiesel, HVO, hidrogênio, biometano, bioelétrico e BEV.
Mesmo assim, até 2040, 68% dos veículos ainda terão motor a combustão, e 20% combinarão combustão e eletrificação.

“Os elétricos ainda não são uma realidade no Brasil”, afirmou.

Projeções e infraestrutura

Hoje, o país conta com 15 mil pontos de recarga elétrica. Até 2040, serão necessários entre 500 e 700 mil postos.
A demanda energética deve subir de 620 TW/ano para 1.000 TW/ano, exigindo também 400 mil toneladas anuais de hidrogênio e 18 bilhões de litros de biodiesel.

Compromisso com o futuro

Laguna reforçou que a integração entre setor público e privado é essencial para o sucesso da descarbonização.
“O futuro da mobilidade no Brasil depende de planejamento, inovação e políticas realistas”, concluiu.

Para mais informações, acesse: https://www.conarem.com.br/

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