Fundado em janeiro de 1977, o Grupo Universal Automotive Systems, completou 43 anos de atividades sempre focado no aftermarket
Nos dias de hoje o Grupo é composto pelas marcas Universal- Ferragens Automotivas, Micro-Componentes de vidros e palhetas automotivas, Uniflex-Borrachas automotivas, Unick- Tampas automotivas e Amortex- Suspensão, direção, câmbio e amortecedores.
Para contar um pouco da história da empresa e suas atividades, inclusive no período de isolamento social, o empresário recebeu a reportagem da Revista Reparação Automotiva e concedeu entrevista exclusiva.
Revista Reparação Automotiva: Como a Universal iniciou no segmento de reposição de autopeças no mercado brasileiro?
Ricardo Ferreira: A Universal foi a primeira empresa a especializar-se em um segmento. Na época da fundação, quem procurava um distribuidor encontrava peças como para-brisa, lataria, lanterna, itens de suspensão e não tinha tudo. Já a produção de maçanetas e fechaduras estava concentrada em empresas grandes, mas que vendiam para as montadoras. Como eu conhecia esses fabricantes comecei a comprar e distribuir estes produtos no mercado de reposição. No inicio foi difícil, pois não tínhamos acesso a determinados itens que as fábricas não podiam vender, ou eram importados. Então comecei a produzir as ferramentas e fabricar estes produtos, assim passamos a fabricar e distribuir.
RA: E como se deu a evolução e crescimento da empresa?
RF: Depois disso, nós começamos a entrar em outros segmentos, porque em maçanetas e fechaduras nós tínhamos um limite. Estudamos o mercado, percebemos espaço no segmento de borrachas de vedações, pois havia sinergia. Depois disso entramos no segmento dos kits de vidros elétricos, já que era só adicionar os chicotes e as teclas, inclusive fomos originais na Volkswagen e GM. Exportamos para a Ford da Argentina. E depois entramos na parte de undercar, pois há muito oportunidade nestes itens, graças ao asfalto imperfeito que temos na maioria das cidades.Foi assim que entramos na parte de axial, pivô, bieletas, é uma linha que estamos apostando muito.
E finalmente entramos no segmento de palhetas, as quais trazemos no regime CKD e depois montamos aqui.
Nos dias de hoje temos aproximadamente, 22 mil itens cadastrados, dos quais aproximadamente 15 mil estão em linha e outros em desenvolvimento. Quando o produto é lançado, imediatamente nós explodimos e partimos para o desenvolvimento.
RA: Na época que a empresa iniciou com as maçanetas, máquinas de vidros, elas eram manuais. Estes itens evoluíram para o sistema elétrico. Como foi essa transição?
RF: No começo as fechaduras manuais passaram para elétricas e era só colocar um atuador. Passaram-se alguns anos, incorporarão os circuitos, e aí não era possível acompanhar. Quando começou o vidro elétrico nós analisamos e percebemos que a máquina era possível fabricar, o problema era o motor feito por um só fornecedor. Então buscamos uma alternativa. Fomos buscar componentes em outros países e também usamos outras empresas que trouxeram essa tecnologia e hoje temos um portfólio amplo.
RA: A tecnologia evolui muito rápido. A Universal oferece treinamento para os reparadores para estas tecnologias?
RF: Ao longo do tempo nós implantamos cursos desenvolvidos por nosso corpo de engenharia, de acordo com as necessidades do cliente. Por exemplo, era comum aplicar uma fechadura de dois pinos, onde a necessidade era de quatro pinos e surgiam problemas. Por isso passamos a levar estas informações. Hoje, principalmente fora dos grandes centros os profissionais têm muitas dúvidas e nós procuramos esclarecê-las. Por isso, nosso programa de treinamento inclui lives semanais. Este ano montamos o CTF (Centro Tecnológico de Formação) na sede da empresa, para treinamentos presenciais e teremos o CTF móvel, o qual vai circular pelo Brasil levando conhecimento técnico. Este programa terá inicio assim que as autoridades sanitárias liberarem.
RA:Este trabalho de treinamento junto aos reparadores é uma forma de divulgar a marca e os produtos. Quais outras ações a empresa realiza?
RF: Este ano iniciamos o patrocínio na Copa Truck com o piloto Beto Monteiro, da Equipe Volkswagen. O inicio da competição aconteceu em Cascavel (PR). Foi uma rodada dupla e ele venceu. Temos outras ações para realizar com ele, as quais irão depender das regras sanitárias. Esperamos em breve que as corridas possam ser realizadas com público nos autódromos. Também participamos de encontros de veículos antigos. Este tipo de evento é muito bom para as pessoas lembrarem que a Universal tem a maçaneta do Aero Willys, da Chevrolet C10, entre outros. Nosso foco não é o carro antigo, mas não esquecemos este público.
RA: A pandemia causada pela COVID-19, de maneira inesperada, provocou estancamento da economia. Como a empresa reagiu a este situação.
RF: Nós começamos o ano muito bem. Com a paralisação imposta pelas autoridades de saúde nós procuramos os fornecedores, renegociamos prazos, antecipamos férias, pagamos banco de horas e procuramos fazer caixa.
Nosso estoque sempre é um pouco elevado e começamos a reduzi-lo. No primeiro mês a queda de movimento, na média foi de 70% e no segundo algo em torno de 58%, depois chegou a 40%. Agora estamos com movimento positivo de 85%.
Não paramos os investimentos, e buscamos oportunidades, pois elas surgem. No mês de abril, por exemplo, fomos na contramão. Enquanto algumas empresas só vendiam à vista, nós oferecíamos à prazo. Fizemos planos diferenciados. Suspendemos protestos em cartório automático. Represamos o aumento do dólar.
Não demitimos por conta da pandemia. Continuamos o programa de lançamentos, a previsão é de lançar 3 mil itens e ainda teremos duas linhas novas no mercado.
RA: Qual a dica que você deixa para o reparador neste momento tão conturbado do mercado?
RF: Eu penso que o reparador irá passar por um processo semelhante ao que passamos na empresa. A clientela está próxima, então ele deve chamar este cliente, pois este cliente precisa de reposição. Mas ele está sem dinheiro, assim o reparador deve parcelar, arrumar condições melhores do que parcelar no cartão. Se o reparador não fizer isso com sua clientela, alguém vai fazer. O cliente quer saber o quanto vai caber no bolso, mesmo que precise pagar um pouco mais por isso. Em minha opinião este é o segredo da retomada, conseguir segurar o cliente.
RA: O Grupo Universal pode ajudar o reparador neste momento de retomada?
RF: Nós estamos com nossos produtos à disposição. Estamos dando crédito para os clientes. Não vendemos diretamente para a oficina mecânica, isso para não quebrar a cadeia, mas oferecemos vantagens nos pontos de venda que podem ser repassadas ao reparador.
Vamos entrar com uma nova modalidade de financiamento, temos o e-commerce, enfim estamos juntos com nossos clientes nesta retomada. De uma forma geral continuamos com a missão da empresa em oferecer um portifólio extenso de produtos, com preço justo e excelente custo/benefício. Sabemos que o reparador é um importante cliente. Ele vai até a loja, compra o produto e indica o produto. Nós estamos juntos com os reparadores.