Hoje temos veículos da linha premium com o fluido refrigerante R1234yf, mas por que não é possível utilizar o R134a?
Quais são as consequências ao trabalhar com veículos que utilizam o gás R1234yf para a oficina?
A principal diferença ao trabalhar com veículos que utilizam o gás R1234yf está no conector de serviço. Os conectores, onde as mangueiras do manômetro ou da recicladora são conectadas, são diferentes. Isso foi projetado para alertar o reparador de que algo é distinto, semelhante à mudança do gás R12 para o R134a no passado.
Além do conector, outro fator importante é o custo: o preço do gás R1234yf é significativamente mais elevado que o do R134a.
Para atender veículos com este gás refrigerante, é necessário investir em uma recicladora apropriada para o R1234yf.
Quais são os custos de investimento para sua empresa?
Os valores mencionados a seguir são uma média, podendo variar de acordo com a região:
- Recicladora para R1234yf: aproximadamente R$ 30.000,00.
- Gás R1234yf: custo médio de R$ 1.200,00 por quilo.
- Equipamento para identificar o gás correto no veículo: cerca de R$ 8.000,00.
Como vimos, o investimento é alto. Você pode estar se perguntando: vale a pena?
Por que investir em um identificador de gás?
O identificador, que adquirimos separadamente, pode vir integrado em recicladoras mais modernas. Essa ferramenta é fundamental, já que o custo do R1234yf é elevado. Se um veículo contiver o gás incorreto, você pode contaminar o reservatório da recicladora.
Na Tecnocar, investimos nesses equipamentos há mais de dois anos. O primeiro veículo que recebemos com aplicação incorreta do gás foi uma Audi Q5 Hybrid blindada, com apenas 5.000 km rodados, que apresentava baixa eficiência no ar-condicionado. Com o identificador, constatamos que o gás aplicado era o errado (R134a).
Informamos o cliente, que acionou a blindadora responsável. Após análise na concessionária, foi constatado o mesmo problema, gerando um orçamento de R$ 55.000,00 para troca do compressor, filtro secador, limpeza do sistema e recarga com o gás correto (R1234yf).
Essa situação levanta uma questão: vale a pena correr riscos? Somos legalmente responsáveis por realizar os reparos conforme as especificações do fabricante.
Por que a mudança para o R1234yf?
As principais diferenças entre os gases são:
- Impacto ambiental: o R1234yf possui um potencial de aquecimento global (PAG) muito menor que o R134a.
- Eficiência energética: veículos com R1234yf consomem menos combustível e emitem menos gases de efeito estufa.
- Custo e disponibilidade: o R1234yf é mais caro e menos acessível que o R134a.
- Compatibilidade: sistemas de ar-condicionado modernos são projetados para o R1234yf.
- Desempenho: o R134a supera o R1234yf em altas temperaturas de condensação, mas o R1234yf apresenta melhor desempenho em temperaturas mais baixas.
Conclusão
Cabe a nós, reparadores, informar ao cliente as diferenças técnicas e realizar os reparos conforme o fabricante recomenda. Trabalhar fora das especificações implica assumir responsabilidades e riscos elevados.
Embora o investimento inicial seja alto, ele é essencial para atender veículos com essa tecnologia. Alternativamente, pode-se firmar parcerias com empresas idôneas para realizar esses serviços, uma prática adotada por diversas concessionárias.
Alessandro de Souza – “Kiko” Formado em Técnico Automotivo pela Universidade de Ávila na Espanha, proprietário da Tecnocar Mecânica Brusque. Atua a mais de 30 anos na área. É especialista em diagnósticos automotivos, carros elétricos e híbridos, Eletrônica de bordo, Injeção Eletrônica, membro da Liga de Reparadores Zen e membro do conselho da Associação dos Mecânicos Premium Brasil. Siga o Alessandro de Souza “Kiko” no Instagram | Fale com o Alessandro de Souza “Kiko”no WhatsApp
Receba todas as notícias da Revista Reparação Automotiva no seu WhatsApp
Leia os artigos dos Especialistas da Reparação
Acesse a banca digital da Revista Reparação Automotiva
Inscreva-se no Canal TV Reparação Automotiva no Youtube
Assista ao Podcast da Revista Reparação Automotiva
Baixe os catálogos dos fabricantes apoiadores da Revista Reparação Automotiva
Siga a Revista Reparação Automotiva no Linked In
Siga a Revista Reparação Automotiva no Instagram
Siga a Revista Reparação Automotiva no Facebook
Leia o conteúdo técnico da Revista Reparação Automotiva
Veja mais notícias do mercado automotivo