REDE CAN: Rede de comunicação de dados veicular, lançada em 1980 para atender a Peugeot e Citroën pela BOSCH, tem a função de realizar a comunicação entre os módulos de funcionamento do veículo.
Olá, amigos reparadores, para o fechamento deste ano de 2019 trazemos uma novidade REDE CAN: Rede de comunicação de dados veicular protegida!
A História da REDE CAN: Rede de comunicação de dados veicular
No final dos anos 90 e início de 2000, chegavam ao mercado brasileiro os carros com eletrônica embarcada, em níveis maiores, pois não era mais apenas um módulo de controle da injeção eletrônica, mas agora controle dos Freios ABS, Controle de Estabilidade ESP, AIR BAG, Tração e tudo interligado, ou seja, os módulos se comunicam.
Em uma linha mais popular chegavam o Peugeot 206, Citroën C3, Renault Clio, depois Fiat Palio Fire, todos trazendo a Multiplexagem em seus sistemas.
Era uma enorme dor de cabeça, pois o reparador não tinha informação técnica, conhecimento e perdia muito tempo em busca de solução para problemas elétricos, e acarretava ao cliente despesas altas, pois chegavam a trocar componentes como módulos de comandos, pois não tinham parâmetros de testes a seu dispor e conhecimento do mesmo. E muitos acabavam denegrindo a imagem da marca, pois não estavam preparados para a tecnologia, então, a melhor saída era seu cliente voltar a marcas comuns, com baixa tecnologia aplicada, e menor sofrimento na oficina.
Entendendo as REDES:
REDE CAN, em 1980, lançada para atender a Peugeot e Citroën pela BOSCH, realiza comunicação entre os módulos de funcionamento do veículo, tais como:
⎫ Motor
⎫ Transmissão
⎫ Freios
Através do sistema mestre e escravo, ela transmitia a cada módulo a informação necessária para seu funcionamento, exemplo:
A velocidade das rodas, a rotação do eixo primário da transmissão ao módulo do motor, para realizar ajustes automáticos em seu regime de funcionamento, bem como marcha lenta, mudança de marchas, no caso da transmissão.
Observe a estrutura inicial da Rede CAN, o que chamamos de “VARAL”, ela possui pontos terminadores, onde a sua resistência (120ohms), criando um circuito paralelo, e assim quando uma das unidades se desliga do varal, os sistemas perdem a comunicação, e em sua programação, conforme o fabricante, ele procede de formas diferentes, acusando anomalia, por exemplo, com luz espiã no painel de um dos sistemas afetados pela falha.
Hoje já estamos em níveis mais avançados de comunicação, em que todos os sistemas do veículo estão ligados à REDE CAN. E não é mais um carro de linha Premium, ou Luxo, que traz estes controles, os populares também são dotados destas arquiteturas eletroeletrônicas.
No exemplo acima, temos o IMF- Interruptor de Múltiplas Funções do Fiat MOBI, observe que o conector do mesmo tem apenas 12 pinos de ligação. Um sistema de controle modulado, reduzindo a quantidade de fios em torno da coluna de direção.
A manutenção destes sistemas requer do reparador preparo profissional, que o mesmo adquire em treinamentos profissionais, tais como os que ofertamos na General Tech.
E A REDE PROTEGIDA?
Em 2017, após uma ação de Hacker’s nos Estados Unidos, por uma decisão judicial a pedido de seguradoras, a Jeep, ou melhor dizendo o Grupo FCA, introduziu nos veículos o Módulo SGW ou SGM.
Antes deste sistema, acessávamos toda rede pelo conector OBD2, a tomada de Diagnose do veículo, hoje conseguimos acessar e ler, porém, o módulo de proteção impede funções de programação e alinhamento de PROXIS, por exemplo.
Quando substituímos um módulo de ABS, por exemplo, é necessário escrever o VIN (chassis) do veículo no novo módulo, e alinhá-lo com o sistema para que funcione. Com o SGW ou SGM, não é possível sem a ferramenta apropriada.
Em conjunto com um amigo de Pouso Alegre (MG), da INFINITY Auto Service, Márcio Rodrigo, analisamos as redes protegidas, que hoje abordam outros veículos, quase todas as linhas a partir de 2018 estão trazendo esta novidade.
Temos um Grupo de estudos automotivos composto por 23 membros, onde debatemos as novidades do mercado e auxiliamos outros grupos pelo Brasil, levando informações técnicas, tanto em treinamentos específicos, quanto passando dicas. O Grupo DIAGNÓSTICO por IMAGEM (GDI), com 5 anos de fundação.
No GDI, todos participam trazendo as dúvidas e novidades do mercado, buscando a solução, e junto a fabricantes parceiros, analisamos e buscamos as soluções.
Bom, o que acontece no Sistema SGW
No SGW, ele permite você entrar com scanner automotivo e lê todos os parâmetros, códigos de falhas, etc. Porém você não consegue apagar as falhas e nem fazer nenhum ajuste no veículo, como citado anteriormente, um alinhamento de proxis e nem a troca de unidade de comando.
Nos últimos dias, pegamos 3 jeeps para reparação, um deles 2019/2020 com luz de airbag acesa. E acusava erro de montagem de unidade do AirBag. Mas não havia sido feito serviço algum no sistema do airbag. O único trabalho feito foi a instalação de um kit multimídia, a partir daí a luz de airbag não apagou mais.
O outro veículo com problemas no ABS, após a uma descarga da bateria, e uma transferência de carga, queimou a unidade do ABS. E o último que atendemos: problemas no sistema de transmissão automática.
São defeitos passíveis de qualquer marca, não é uma falha da Jeep, e na verdade todos defeitos provocados por mau uso do veículo, ou melhor dizendo, má atuação na manutenção.
Como proceder para acessar ao SGW?
Para acessar ao SGW, é necessário possuir scanner apropriado. Nos casos acima, utilizamos o AUTEL, com cabo apropriado para SGW, que é vendido separadamente.
Quando você liga o scanner ao cabo SGW, o equipamento reconhece o mesmo e já emite uma mensagem sobre a função que irá acessar, e até apresenta a opção de um vídeo, mostrando a função e a localização do módulo SGW.
Em testes de redes normais, conseguimos medir a resistência e até pegar imagem da Rede CAN, pelos pinos 6 e 14 do conector OBD2, já na SGW, este sinal fica morto, assim que você tenta medi-lo ele desativa em 1 minuto, exato.
Para medir a resistência é necessário utilizar o acesso a SGW, com o cabo AUTEL.
O sinal de Osciloscópio é mais preciso, e um exemplo abaixo para ilustração dos testes a serem realizados.
Veículos com redes protegidas são novidades, não tentem de forma alguma burlar o sistema, poderá causar danos irreparáveis, e se for veículo em garantia, perderá a mesma junto ao fabricante.
Baixe os catálogos dos fabricantes apoiadores da Revista Reparação Automotiva
Ouça o Podcast da Revista Reparação Automotiva
Acesse a banca digital da Revista Reparação Automotiva
Inscreva-se no Canal TV Reparação Automotiva no Youtube
Siga a Revista Reparação Automotiva no Linked In
Siga a Revista Reparação Automotiva no Instagram
Siga a Revista Reparação Automotiva no Facebook
Leia o conteúdo técnico da Revista Reparação Automotiva
Veja mais notícias do mercado automotivo