Não é novidade que algumas fabricantes de veículos, como por exemplo a Stellantis, criam dispositivos que dificultam os diagnósticos de oficinas independentes, seja no Brasil ou Argentina. Mas certamente na América do Sul, a situação é totalmente diferente do que na Europa e Estados Unidos onde ficam as matrizes destes conglomerados.
Por lá temos regras claras e o respeito ao consumidor é fator determinante, enquanto na América do Sul o interesse é puramente comercial na venda de autopeças e mesmo assim sem qualquer programa de relacionamento claro entre a rede de concessionárias e as oficinas independentes.
O mais recente entrave chama-se SGW – Secure Gateway, onde algumas montadoras alegam proteção do veículo e de seus ocupantes frente a potenciais hackers que podem manipular a distância sistemas de segurança de seus veículos. É compreensível a preocupação, mas em nenhum momento estas montadoras abrem um canal de diálogo para a busca de soluções no que diz respeito a liberdade de escolha de manutenção do veículo, que pode optar por uma oficina independente, mas fica impedido e compelido a ir até uma concessionária da marca.
“ Na contramão disto e o que é mais absurdo é que montadoras como a FIAT (integrante do Grupo Stellantis) investe pesadamente em promoções de vendas de autopeças para as próprias oficinas independentes, ao mesmo tempo que cria bloqueios em seus veículos a exemplo do modelo Toro”, destaca Luiz Sergio Alvarenga, diretor executivo do Sindirepa Brasil e membro da Aliança Argentina, Brasil e Uruguai, e que acompanha de perto o assunto junto aos fornecedores de equipamentos de diagnósticos nacionais, setor altamente prejudicado.
O Sindirepa Brasil desenvolve novos capítulos sobre este tema, os quais serão divulgados após os estudos da FAATRA – Associação Argentina de Oficinas e do Sindirepa Brasil, representando as oficinas reparadoras de automóveis nacionais.
Fonte: Sindirepa-SP