O Brasil, juntamente com a Índia, domina a tecnologia do Etanol combustível, obtido da cana-de-açúcar, que no caso de nosso País já é utilizado há mais de 40 anos como opção aos combustíveis fósseis. Relegado ao plano secundário nos anos de 1990 o combustível verde volta com força a cena automotiva como importante matriz energética. O motivo? O Etanol torna os híbridos flex os menos poluentes do mundo, e ainda há a possibilidade de utilizar o álcool combustível para gerar energia em células de combustível, projeto esse que é testado pela Nissan aqui no Brasil há alguns anos.
O Etanol fará com que modelos híbridos tenham uma sobrevida maior de que em outros países. Além de o Brasil ter infraestrutura limitada de pontos de recarga devido ao pouco investimento nessa área, o que promete crescer exponencialmente nos próximos anos, o Etanol disponível em grande parte do território nacional surge ai como uma opção de garantir a autonomia dos carros, com baixa emissão de Carbono. Desse modo, fornecedores de autopeças que produzem componentes de motor terão um futuro ainda garantido no País.
Se considerarmos ainda que a área plantada de cana-de-açúcar representa 12% da superfície cultivada no Brasil, há condições favoráveis para investimento nesse combustível, e isso despertou o interesse também da Volkswagen. A montadora alemã, que pretende extinguir os motores a combustão até 2035, fez um anúncio através de seu CEO para a América Latina, Pablo de Si, que irá investir em um centro de desenvolvimento tecnológico dedicado ao Etanol, e o estudo da viabilidade dele como opção a eletrificação total, com os híbridos flex.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva estimou que em 2030 um veículo híbrido a etanol emitiria apenas 14g de CO2 por Km, considerando o ciclo completo “Weel to Wheel” (do poço a roda) o que comprova que o híbrido a Etanol seria altamente viável. Só para comparar, o Toyota Corolla Hybrid quando abastecido com gasolina emite, segundo o Inmetro 84g/Km. Isso dá uma visão do impacto do Etanol para a redução da emissão de gases em aplicações híbridas.
Da esquerda para direita Luiz Henrique Bezerra, gerente de assuntos governamentais da VW do Brasil; Maurício Carvalho, gerente executivo de Tesouraria da VW do Brasil e Região SAM; Pablo Di Si, presidente e CEO da VW América Latina; Gustavo Montezano, presidente do BNDES; Bruno Aranha, diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES; e Marcos Rossi, superintendente da Área de Indústria, Serviços e Comércio Exterior, Comércio Exterior, durante a assinatura do protocolo de intensões.