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Produção e venda de veículos cresceu em 2021

Apesar das restrições e paralisações em 2021 a produção e emplacamentos de veículos superou os resultados obtidos em 2020

A ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ), mostrou que, em 2021 a indústria nacional produziu 2.248.000 unidades de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões. Este total é 11,6% maior que o alcançado em 2020 quando as montadoras somaram a produção de 2.014.000 autoveículos.Ao comparar com os volumes obtidos em outros períodos, o pico foi alcançado em 2012 quando as fabricantes nacionais atingiram 3.800.000 unidades, a produção do ano passado é igual a somada em 2016.

No ranking mundial dos produtores de automóveis, o Brasil retomou a 8ª colocação perdida no ano anterior para a Espanha. Em 2022, a expectativa é de um aumentar 9,4%, com 2.460.000 unidades produzidas.

Os dirigentes da ANFAVEA consideram que nosso mercado tem potencial para ampliar os volumes, porém, a falta de componentes como os semicondutores, insumos, alta da inflação, índice de desemprego e achatamento dos salários são obstáculos para crescer.  “A crise global de semicondutores provocou diversas paralisações de fábricas ao longo do ano por falta de componentes eletrônicos, levando a uma perda estimada em 300.000 veículos. Para este ano, a previsão ainda é de restrições na oferta por falta de componentes, mas num grau inferior ao de 2021, o que projeta mais um degrau de recuperação”, afirmou o Presidente da ANFAVEA Luiz Carlos Moraes.

As exportações também cresceram, por causa da rápida recuperação após o pico da pandemia em mercados como Chile, Colômbia, Peru e Uruguai. Isso ajudou a impulsionar as exportações de veículos brasileiros, apesar das restrições comerciais impostas pelo governo argentino. Com isso, as 376.400 unidades exportadas representaram crescimento de 16% sobre o ano de 2020. Ainda, pela primeira vez, a Argentina representou menos da metade dos embarques nacionais (34% do total). Em valores, as exportações tiveram alta ainda maior, de 37,8%, por conta do envio mais representativo de veículos com maior valor agregado, como caminhões e SUVs. Para 2022, a expectativa é de exportar 390.000 unidades, um aumento de 3,6% sobre o ano anterior.

Em 2021também ocorreu uma pequena queda das vagas diretas de empregos nas fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus tiveram ligeira queda em relação a dezembro de 2020, de 0,2%. O setor fechou o ano com 101.100 empregados. Porém, a entidade afirma que o quadro é de estabilidade, apesar do fechamento de algumas fábricas no início de 2021 e das constantes paradas de produção em função da falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem.

A ANFAVEA mantém otimismo moderado, pois acredita em uma recuperação do mercado nacional de autoveículos. “Apesar das turbulências econômicas e do ano eleitoral, apostamos numa recuperação de todos os indicadores da indústria, que poderiam ser ainda melhores se houvesse um ambiente de negócios mais favorável e uma reestruturação tributária sobre os produtos industrializados”, concluiu Moraes.

Cresce emplacamentos de veículos novos em 2021

O segmento de caminhões foi o que mais cresceu seguido por motocicletas e implementos rodoviários. Os resultados divulgados pela FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores mostram que os emplacamentos de veículos cresceram 10,5% no ano passado e as projeções apontam para aumento de mais de 5% em 2022. A entidade considera que o período passado foi de recuperação, para quase todos os segmentos automotivos, porém, o destaque ficou com os caminhões, motocicletas e implementos rodoviários. Já a falta de componentes, como os semicondutores, afetou a oferta da indústria e teve como conseqüência desempenho tímido no emplacamento de veículos leves.

Em dezembro de 2021, todos os segmentos automotivos tiveram alta em relação ao mês anterior. Com isso, o setor, como um todo, registrou 337.623 emplacamentos de veículos, volume 13,99% superior a novembro. Porém, ao comparar com dezembro de 2020, houve retração de pouco mais de 7%, ao somar os emplacamentos obtidos em 2021, o acumulado registrou 3.497.077 unidades de veículos zero km comercializados, o que representa crescimento de 10,57% sobre 2020.

Com quase 12.000 unidades emplacadas em dezembro, o segmento de caminhões foi o que registrou a maior alta de emplacamentos, de todo o setor automotivo, em 2021. “O volume de transações estabilizou em um patamar alto. Além disso, há muitas unidades já comercializadas, no ano passado, que ainda devem ser entregues nos próximos meses”, diz José Maurício Andreta Júnior, Presidente da FENABRAVE, recém-eleito para o triênio 2022-2024. As vendas de caminhões novos somaram 127.357 unidades.

Luiz Carlos Moraes, Presidente da ANFAVEA

O segmento de ônibus, aos poucos, recupera o mercado, perdido durante a pandemia e deverá ser favorecido por programas de transporte público, como o Caminho da Escola, do Governo Federal, ao longo de 2022. “O segmento oscilou bastante, durante o ano, mas tivemos os dois últimos meses de 2021 com altas acima de dois dígitos”, analisa o novo Presidente da FENABRAVE. No total foram emplacados 17.766 ônibus novos.

Já para os implementos rodoviários, o segmento registrou, em 2021, o maior volume de sua série histórica. “Em 2013, quando havia apresentado o seu melhor resultado, até então, foram emplacadas cerca de 70 mil unidades. Em 2021, foram mais de 90 mil implementos rodoviários comercializados, num aumento de, aproximadamente, 30%”, afirma Andreta Jr., lembrando que esses veículos acompanham a demanda de caminhões.

A comercialização de motocicletas zero km continua aquecida e as fabricantes de motos têm conseguido reduzir o tempo de entrega que, hoje, está na média de 30 dias. “Em meados do ano passado, os compradores aguardavam até 120 dias para receber suas Motocicletas” , lembra Andreta Jr. O emplacamento de motocicletas nova somou 915.473 unidades. 

Apesar da queda, registrada em novembro/2021, os segmentos de tratores e máquinas agrícolas mantiveram o ritmo de recuperação ao longo do ano. “As vendas de Tratores e Máquinas Agrícolas estavam em um patamar bastante alto. Então, é natural que estes ajustes aconteçam” , analisa José Maurício Andreta Jr.

E os segmentos de automóveis e comerciais leves, apesar de bastante afetados pela instabilidade na produção, terminaram o ano com crescimento em relação a 2020. No entanto, segundo Andreta Jr., a alta poderia ter sido maior, não fosse a crise global de abastecimento de componentes. “Nosso mercado tinha potencial para absorver cerca de 20% mais veículos do que os comercializados no ano passado”, diz. “A boa notícia é que, em dezembro, a indústria conseguiu finalizar muitos veículos que estavam à espera de componentes”. A soma total de emplacamentos em 2021 foi de 1.557.957 automóveis e 335.226 comerciais leves.

José Maurício Andreta Júnior, Presidente da FENABRAVE

A FENABRAVE também divulgou as projeções de emplacamentos de veículos para o ano de 2022. A entidade prevê uma alta de 5,2%, para todo o setor, este ano. “Nossos estudos apontam para o crescimento de todos os segmentos automotivos neste ano. Mas, é claro que situações conjunturais podem afetar essas estimativas, considerando que a indústria ainda sofre com a falta de insumos e componentes eletrônicos, que estamos diante de uma economia ainda turbulenta e iniciando um ano em que teremos Eleições, que costumam criar um cenário de incertezas”, diz Andreta Jr.