O ano começa com vários setores da economia programando a retomada. Entre eles está o de feiras e eventos. A Autopar- Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva, realizada, tradicionalmente, a cada dois anos em Curitiba (PR), tinha data prevista para 2020 e foi obrigada a adiar a realização por causa das restrições sanitárias.
Em 2022 o evento está de volta e gera muitas expectativas positivas no setor de aftermarket automotivo. Nesta entrevista exclusiva, Cassio Dresch, diretor da Diretriz Feiras e Eventos, fala sobre os preparativos, as estratégias e aceitação da mostra presencial depois de quatro anos de ausência.
Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação
Reparação Automotiva: No período de isolamento, como a Diretriz se estruturou para se manter ativa?
Cassio Dresch: Primeiramente devo dizer que o setor de eventos e turismo de negócios de forma geral, foi o primeiro a sentir os efeitos da declaração do estado de pandemia e será o último a retomar a normalidade. Cancelar ou transferir eventos, muitos deles integralmente comercializados e, pior, programados para ocorrer em período imediato ao avanço da Covid-19 foi traumático para todos os envolvidos. De expositores a centenas de fornecedores que integram a cadeia de ofertadores de produtos e serviços demandados por eventos de grande porte, passando, claro, pelo promotor, as consequências foram extremamente agudas.
Manter o foco e trabalhando no planejamento dos eventos futuros bem como readequando o quadro de funcionários e custos de maneira geral tomando o cuidado para manter uma equipe altamente especializada com muitos anos de casa exigiu enormes sacrifícios financeiros e pessoais.
RA: Ocorreram várias iniciativas de realizar feiras de negócios online. Este modelo pode se consolidar no setor de feiras e eventos?
CD: De fato, foram muitas as iniciativas, mas, no nosso entendimento tal modelo está em contraste total com o que preconiza uma feira. Aproximar pessoas, estabelecer contato físico entre estas e promover a experimentação visual e tátil com produtos e/ou serviços abreviando tempo e distâncias é algo somente possível através das feiras. Da maneira como são estruturadas as feiras não tem substituto à altura. Afinal, é uma plataforma que possibilita a utilização plena dos cinco sentidos o que, de resto, dispensa maiores explicações.
RA: Como está a aceitação dos expositores para participar da Autopar, já que em 2018 foram mais de 500 marcas participantes?
CD: A Autopar é um case. Resulta da união de esforços do todo o mercado regional, devidamente representado por uma comissão organizadora a qual une as principais distribuidoras de autopeças com sede no sul do brasil e com apoio integral da FECOMÉRCIO, da FIESP, do SINCOPEÇAS e do SINDIREPA,principalmente. O envolvimento da indústria com a feira é umbilical. Dizer que estamos próximos de superar o número de 600 marcas expostas é apresentar a melhor resposta possível. Acrescentar que estamos ocupando 100% do espaço destinado à feiras no expotrade é retratar, com fidelidade uma feira que se posicona, sempre num crescendo,como o principal evento do aftermarket automotivo do continente nos anos pares.
RA: Em relação ao evento realizado em 2018, o que a autopar traz de novidade em 2022?
CD: Programada para o mês de maio próximo, a AUTOPAR avançou e agregou, além de inúmeros outros expositores, dois novos segmentos. Com a MOTOPAR –Feira de motopeças, equipamentos e serviços, o setor de duas rodas passará a ser representado, bem como, com a RACINGPARTS – Feira de peças, acessórios e componentes para customização e performance veicular, este competitivo segmento passa a ter uma plataforma nacional de negócios e intercâmbio tecnológico.
RA: Quais os protocolos de segurança que serão adotados na Autopar 2022? Haverá restrição para o acesso de não vacinados?
CD: Creio que esta é uma questão que envolve todos os eventos que preconizam o presencial de milhares de pessoas. O que temos comunicado a todos os envolvidos com a organização, promoção e realização da AUTOPAR é que a diretriz feiras e eventos seguirá todos os procolos e procedimentos determinados pelo poder público ou,claro, pelas autoridades ligadas às questões sanitárias. O que podemos antecipar é que a cada semana percebemos um cenário mais tranquilo e um futuro mais promissor para a nossa atividade.
RA: Em 2018 a Autopar recebeu mais de 56 mil visitantes, inclusive de outros países. Por causa do longo período sem realizar o evento, qual a expectativa de visitantes nesta retomada?
CD: A julgar pelos depoimentos colhidos junto aos nossos parceiros e pelo que observamos em praticamente todos os setores da atividade econômica, a possibilidade de reencontro, de interação social em ambiente controlado e seguro projeta um recorde absoluto de visitantes. Se ponderarmos o incremento registrado no universo expositor deveremos ter uma visitação extraordinária. Nossa preocupação nas últimas edições do evento tem sido a qualidade da visitação. O fato é que a promoção dirigida somente aos mercados da reposição e da reparação automotiva acaba por se traduzir num mar de profissionais com potencial de geração de negócios em escala continental.
RA: Qual a expectativa de negócios a serem gerados na Autopar 2022?
CD: Com mais de 500 expositores, seremos mais de 600 em 2022 qualquer número tende a não retratar a realidade. Há muito passamos a determinar o sucesso comercial e institucional de um evento como razão direta do número de expositores, volume e qualidade do visitante e renovações de contratos de adesão para a edição seguinte. A autopar vem esgotando completamente os 33 mil m2 de área destinadas a feiras no expotrade. Nesta edição avançamos e acabamos por transformar também os auditórios em área expositiva agregando algo em torno de 20% em área expositiva. O sucesso da AUTOPAR e de seus eventos simultâneos que contemplam os setores de pesados, customização, retíficas, funilaria & pintura, tratores e veículos fora de estrada tem repercussão também em outros eventos com perfis semelhante realizados pela diretriz em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Goiânia.
RA: Os reparadores automotivos encontrarão conteúdo específicos para auxiliar no dia a dia de trabalho?
CD: O que podemos assegurar, e isto já ocorre desde a quinta edição da feira, é que caso o reparador não encontre a solução tecnológica procurada na autopar, o que, creio não ocorre, certamente ele sairá do evento com o endereço certo e a tecnologia correta para satisfazer a sua necessidade. Resumindo: se o que uma oficina procura não está na autopar é porquê não é relevante para o setor.
RA: O expositor que ainda não reservou espaço ainda tem possibilidade de participar do evento?
CD: Na reta final da feira sempre temos algumas alterações. Com um pouco de sorte, dependendo da necessidade, conseguimos satisfazer a necessidade de uma parte dos retardatários. Por outro lado, já temos lista de espera para estandes de maior porte posto que o corpo central do pavilhão já se encontra tomado há mais de dois anos.
RA: Nesta retomada das feiras e eventos, o que representa a Autopar para o setor?
CD: Como dissemos no início, a Autopar é um case. A autopar é que revela para o brasil qual é a temperatura do aftermarket automotivo nos anos pares. O setor costuma projetar com mais realidade os seus números tendo como base o que acontece nos quatro dias de evento.
A Autopar- Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva, será realizada entre os dias 11 a 14 de maio, no Expotrade em Pinhais, Curitiba.