fbpx
ivan furuya

O que esperar do mercado de reposição?

A Revista Reparação Automotiva conversou com Ivan Furuya, Head of Sales and Marketing das marcas Monroe Amortecedores e Monroe Axios, para falar sobre o futuro do mercado da reposição

Depois de dois anos, as regras de restrições por causa da pandemia são relaxadas. Durante este período o mercado mundial em todos os segmentos sofreu com falta de insumos, matéria-prima, logística, entre outros. Para o segmento de automóveis, a falta de componentes para a montagem de veículos, provocou falta de modelos e atrasos nas entregas. Isso aqueceu o segmento de usados e seminovos e consequentemente os negócios na reposição automotiva independente. Para falar sobre os ensinamentos e evoluções obtidos durante a pandemia e projetar o que vem pela frente para a reposição independente, Ivan Furuya, Head of Sales and Marketing das marcas Monroe Amortecedores e Monroe Axios, concedeu esta entrevista exclusiva à Revista Reparação Automotiva.

Por: Edison Ragassi/ Foto: Divulgação

Reparação Automotiva: Atualmente como estão divididos os negócios da Tenneco/DRiV? No total da produção, qual a porcentagem é de fornecimento para as montadoras e qual porcentagem para o mercado de reposição?

Ivan Furuya: A Tenneco é um dos maiores líderes, fabricantes e comerciantes mundiais de produtos automotivos para equipamentos originais e clientes de reposição em todo o mundo. Nossos quatro grupos de negócios, Motorparts – onde se posiciona a DRiV, Ride Performance, Clean Air e Powertrain impulsionam os avanços em mobilidade ao fornecer soluções de tecnologia para mercados globais diversificados, incluindo veículos leves e pesados, utilitários, fora de estrada, industriais, automobilismo e o mercado de reposição.

A aquisição da Federal Mogul pela Tenneco proporcionou uma gama de produtos muito diversificada para atender o segmento automotivo, entre eles os segmentos de iluminação, motor, suspensão, freios, vedações, controle de emissão de gases, somente para citar alguns – tanto para o segmento leve como pesado. Atualmente, as marcas reconhecidas mundialmente como a Monroe, Champion, MOOG, FP Diesel, Wagner, Fel-Pro, Walker e Öhlins são parte da nossa empresa e portfólio. No total são mais de 30 marcas reconhecidas e respeitadas no mercado de aftermarket global.

No Brasil, para o mercado de aftermarket temos duas marcas: Monroe Amortecedores,  líder mundial no desenvolvimento e fabricação de amortecedores, e a Monroe Axios, empresa referência na fabricação de componentes para suspensão e direção. Hoje, a Monroe Axios conta com uma linha completa de buchas, coxins de motor e amortecedores, kits de amortecedores, bieletas, terminais axiais , juntas homocinéticas, bandejas e kits de reparo de juntas homocinéticas. Temos uma cobertura média de cerca de 90% da frota brasileira em circulação. Com relação à produção, hoje cerca de 60% da produção está voltada para o mercado de reposição e 40% para o mercado de montadoras.

RA: Nos últimos dois anos, as restrições provocadas pela pandemia provocaram falta de matéria-prima e uma série de problemas logísticos. Como o Grupo reagiu a estas adversidades?

IF: A principal estratégia do Grupo diante desse cenário foi de rapidamente buscar soluções para minimizar os impactos nas operações. Era necessário ter respostas rápidas e agir prontamente em cada demanda e a presença mundial da Tenneco/DRiV contribuiu fortemente para essas ações. A busca por novos fornecedores e materiais, compras estratégicas no mercado mundial e uma logística integrada mantiveram as operações da Tenneco/DRiV no mercado sempre em patamares consistentes e sólidos.

Claro que a pandemia tirou dos eixos toda a cadeia de suprimentos das empresas em nível global. No entanto, a dependência da Tenneco para produtos acabados importados é muito baixa, na ordem de 5% apenas. Por esse motivo também conseguimos nos recuperar rapidamente. No nosso caso, tivemos duas situações distintas. Na linha Monroe Axios conseguimos recuperar mais rapidamente, colocando a cadeia em ordem em novembro de 2020, o que fez com que o fornecimento fosse normalizado durante todo o ano de 2021. Já na linha Monroe de amortecedores, a cadeia de suprimentos demorou mais a reagir e conseguimos normalizar as entregas em junho de 2021. Durante esse período, buscamos oportunidades de substituir temporariamente a produção local por de outras fábricas da Tenneco ao redor do mundo. No entanto, o frete internacional foi um outro grade desafio que infelizmente ainda se faz presente até hoje, não somente para os poucos produtos que importamos como também para os insumos importados.

RA: No que diz respeito ao abastecimento do mercado de reposição a empresa consegue atender os pedidos?

IF:  Nos últimos anos, nossos níveis de faturamento e entrega se mantiveram acima dos 95%, e certamente isso fortalece a credibilidade e segurança da empresa junto aos nossos clientes que contam com uma cadeia de suprimentos ágil.  A fabricação nacional de quase todo o nosso portfólio de produtos contribui para mantermos esse nível tão expressivo de entrega.

RA: A falta de veículos novos aqueceu as vendas de usados e seminovos. Esta nova realidade chegou ao mercado de reposição? Os negócios aumentaram?

IF: Sim, a falta de componentes eletrônicos nas montadoras comprometeu severamente a montagem e comercialização dos veículos novos, e isso aqueceu diretamente o mercado de reposição.

Os consumidores que não conseguiram comprar um veículo 0km se atentaram na valorização do seu bem usado, realizando as manutenções necessárias com produtos do segmento de reposição, principalmente em componentes de suspensão, como o amortecedor, item de segurança do veículo.

RA: Passada a fase das restrições, a Tenneco/DRiV implantou novas ferramentas para atender e treinar os reparadores independente? Quais?

IF: O mercado como um todo mudou e as fábricas com suas áreas de treinamento também se incluíram nesse contexto, tiveram que se adaptar ao novo. A DRiV, sempre empenhada em promover treinamentos e capacitação ao mercado, implantou novas metodologias para entregar o seu conteúdo até o profissional automotivo.

No ano de 2019, antes da pandemia, a empresa promoveu treinamentos no território nacional para mais de 22.300 profissionais, um marco que comprova o direcionamento da DRiV. Com a chegada da pandemia, notamos que o modelo precisava de mudanças e adaptações e assim recorremos aos meios digitais, com a realização de Lives, treinamentos on-line e vídeos técnicos divulgados em nossas plataformas do YouTube, na qual possuímos mais de 110 vídeos com assuntos relevantes para suporte e informação técnica ao reparador. Para completar ainda mais nossas ações, divulgamos também matérias técnicas para a imprensa que chegam ao reparador independente.

RA: Quais os aprendizados que a pandemia deixou e como afetará o mercado de reposição?

IF: Certamente a pandemia remodelou conceitos e quebrou paradigmas no mercado. Um deles foi o fato do reparador independente se mover na direção do consumidor final. A implantação das ferramentas digitais foi crucial à sobrevivência do negócio, muitas empresas aceleraram o processo digital, como estar nas redes sociais e realizar compras on-line. Muitos varejos desenvolveram seu e-commerce aliado à uma boa logística integrada.

Os profissionais da reparação tiveram que se adaptar rapidamente aos treinamentos virtuais para dar continuidade ao desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional.

RA: Quais projeções a Tenneco/DRiV faz para este ano no segmento da reparação independente?

IF: As pesquisas e indicadores do mercado projetam crescimento no segmento da reparação independente para 2022. A necessidade de manutenção e a forte valorização dos veículos seminovos impulsionam esta tendência.

O mercado deverá estar atento aos fatores externos que inevitavelmente trarão oscilações para o segmento como um todo, como as eleições presidenciais no Brasil e a política econômica, além disso temos a guerra entre Ucrânia e Rússia que ainda é uma incerteza com relação ao impacto que causará ao mundo. Para o nosso mercado já podemos sentir aumentos de custos causados por um custo maior de logística e insumos provenientes daquela região.

Apesar de tudo isso, temos projetos agressivos para ganho de market share para o Brasil e, também, em todo o mundo. Como uma empresa global faremos uso da nossa rede mundial para novos desenvolvimentos de produtos, tecnologia e Supply.

RA: Como a Tenneco/DRiV pode auxiliar o reparador independente no seu dia a dia de trabalho?

IF: Vamos auxiliar estando sempre próximos ao reparador para conhecer e entender suas necessidades e expectativas. Diminuindo a distância entre os elos da cadeia, conseguimos criar sinergia para atuarmos diretamente nas demandas do mercado. O mercado automotivo está em constante mudança, pelo fato da pandemia, mas também por outros fatores ligados à economia como o próprio mercado, novas tecnologias e evolução dos veículos, entre outros. Sendo assim, a Tenneco/DRiV promoverá ações diretas oferecendo apoio, suporte técnico e comercial, treinamentos e ferramentas de gestão para o sucesso do reparador.

Um excelente exemplo é a linha de amortecedores inteligentes que equipam veículos premium tais como Volvo e McLaren, que somente a Tenneco detém a tecnologia e pode capacitar o mercado neste momento.

Temos também um programa de sucesso chamado Monroe Club. Nele capacitamos os centros automotivos em todos os sentidos: na gestão da empresa, na área comercial/atendimento ao cliente e na área técnica, além de benefícios para quem se associa ao Monroe Club, seja por meio de parceiros do programa ou em troca de prêmios por meio do consumo. Convido todos os reparadores independentes do Brasil e do mundo a buscarem mais informações sobre o programa nas redes sociais do Monroe Club ou pelos telefones 08000 166 004/ 0800 7711 321 ou pelo e-mail: atmogi@driv.com.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *