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Acumuladores de energia X sistema de ignição

No meu último artigo falei sobre acumuladores de energia, a bateria. Mostramos exemplos de falhas e cuidados a serem tomados. Neste artigo, o tema é ” Acumuladores de energia X sistema de ignição” , ou seja, a influência da bateria no sistema de ignição.

Na oficina recebemos um Hyundai HB20 1.0 3 cilindros, 2018/2019. O proprietário relatou que constantemente as bobinas de ignição queimam. Mas desta vez foi diferente, queimou as três bobinas ao mesmo tempo, após o abastecimento.

Assim que recebemos o veículo, partimos para a análise do sistema de ignição, seguindo os procedimentos normais indicados por fabricantes de autopeças e montadoras, mas tudo estava dentro dos padrões:

  • Velas de ignição ou fios do terminal danificados: uma vela de ignição ruim ou fio de vela com resistência excessiva faz com que a tensão de saída da bobina suba – se exceder 35.000 volts, pode danificar o isolamento interno da bobina, o que causa um curto circuito. Isso pode resultar em redução no desempenho, causar falhas de ignição na hora da partida e marcha lenta.
  • Espaço gasto ou maior que o comum nas velas de ignição: Como as velas de ignição se desgastam, a folga entre seus dois eletrodos também sofrem com este desgaste, o que significa que a bobina precisa gerar uma tensão maior para fazer a ponte. A tensão adicional na bobina pode resultar em sobrecarga de tensão e, por sua vez, superaquecimento.
  • Danos causados por vibrações: O desgaste constante causado pela vibração do motor pode danificar a bobina de ignição e o isolamento, resultando em curto circuito ou rupturas nas bobinas secundárias. Da mesma forma, ele pode soltar a conexão elétrica na vela, forçar o a bobina a trabalhar por mais tempo para acionar a vela de ignição.
  • Superaquecimento: Devido a localização, as bobinas de ignição são frequentemente expostas a temperaturas excessivas do motor. Isso pode reduzir a capacidade das bobinas de conduzir eletricidade, afetando tanto o desempenho quanto a longevidade.
  • Resistência variável: A baixa resistência no enrolamento aumentará a corrente através da bobina, causando danos a todo o sistema de ignição. 
  • Umidade excessiva: A fonte mais provável é a fuga de óleo de uma junta da tampa das válvulas, provocando acumulo de óleo e danificando a bobina e a vela de ignição. Outra fonte de água, por exemplo, é gerada após a condensação do ar-condicionado, ela também pode penetrar no sistema. Em ambos os casos, é importante abordar a causa raiz para evitar falhas repetidas.

Após minuciosa inspeção, verificamos outros fatores, como mudança de A/F e oscilações na intensidade das luzes de cortesias.

Verificamos a bateria:

E identificado a falha de bateria, que não fornecia a CCA correta, e na partida uma grande perda de tensão. Analisamos os sinais elétricos:

E identificamos um pico de corrente na alimentação das bobinas ao positivo, fora de padrão.

ATENÇÃO

Existe informativo sobre dar atenção aos catalisadores dos veículos, pois uma contra – pressão, pode danificar as bobinas de ignição. Também conferimos o sistema catalítico do veículo e estava correto. Mas, por que a bateria influencia no funcionamento das bobinas de ignição?

Um dos itens da lista anterior de prováveis falhas, determinados pelos fabricantes é:

  • Resistência variável: A baixa resistência no enrolamento aumentará a corrente através da bobina, causando danos a todo o sistema de ignição. 
  • Um dos estudos que aqui trouxemos, foi as grandezas elétricas e lei de Ohm.
  • O informativo técnico diz que a resistência variável, causa danos ao sistema.
  • Conforme a lei de Ohm:
  • Tensão (V) é a multiplicação de resistência (R) pela corrente elétrica (I)

V=RxI

  • Resistência elétrica (R) é a divisão da Tensão (V) pela corrente elétrica (I)

R= V/I

  • Corrente elétrica (I) é tensão (V) dividida pela resistência elétrica (R)

I= V/R

O informativo diz que a baixa resistência aumenta a corrente elétrica, trazendo danos.

Mas quando a resistência não varia e a tensão sim, ou seja, apresenta variação, o efeito é o mesmo.

Veja o exemplo para cálculo:

V = 12 volt
R = 6 Ohm
I = 2 Amperes

Se aumentar a tensão, aumenta a corrente:

V = 24 volt
R = 6 Ohms
I = 4 Amperes

Quando a bateria apresenta falhas de CCA, e queda de tensão em partida. Ao partir, o alternador entra fornecendo o máximo de corrente elétrica para recarga, assim os componentes recebem uma alimentação positiva com níveis mais altos que o previsto.

Da mesma forma podería ter outros componentes danificados, mas na linha de alimentação elétrica dos atuadores, a corrente elétrica chega com maior intensidade nas bobinas de ignição.

Após os testes realizados, e diagnosticado a falha, as bobinas foram substituídas por novas da DELPHI.

A bateria foi substituída por uma Tudor TFS 60 Ampere.

Analisamos o sinal de corrente linear o qual apresentou perfeito estado de funcionamento.

Sempre aplique componentes confiáveis, de qualidade comprovada.

Fique atento ao diagnóstico a ser realizado não se prenda a rotinas e nem faça de forma automática, conheça o sistema a ser analisado, e bom trabalho!

Leandro Marco, Professor de manutenção automotiva, graduado em Produção Mecânica Industrial, Mecatrônica Automotiva, Pós Graduado em Engenharia de Manutenção Automotiva, atua na reparação automotiva há 34 anos, proprietário da General Tech, Oficina de linha Premium em Uberaba MG.

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