Eletrônica embarcada multiplexada
Diagnóstico e manutenção de veículos com eletrônica embarcada multiplexada
ALTERNADOR PILOTADO
Olá, amigo reparador, tudo bem? O inverno chega, e a correria nas oficinas, aumenta com problemas relacionados ao Sistema de Carga e Partida e consequentemente na eletrônica embarcada multiplexada dos veículos.
ISSO É NOVIDADE?
Não! Todos os anos no período do inverno, chegam às oficinas clientes com problemas no sistema de carga e partida de seus veículos e consequentemente na eletrônica embarcada multiplexada dos veículos. O que nesses últimos anos, desde 2006, os veículos possuem um controle mais complexos dos seus sistemas. No Brasil, as novidades chegaram com as linhas francesas, como os da PSA (Citroën e Peugeot) e da Renault.
Quantos diagnósticos foram passados errados?
Sim, diagnóstico errado. Por falta de conhecimento técnico sobre a arquitetura eletrônica e estratégias de gerenciamento eletrônico destes veículos, muitas vezes incorreu-se a um diagnóstico errado, um dos mais comuns era condenar uma falha do alternador há uma falha de central eletrônica.
A Falha: Veículos apresentam uma luz de anomalia referente ao alternador, mostra o símbolo da bateria vermelha no painel de instrumentos.
O reparador realizava o teste de carga do alternador, o mesmo, apresentava que estava carregando normalmente, produzindo uma tensão de 14,2 a 14,8 volts no visor do voltímetro (multímetro ou analisador de tensão), imediatamente acusava-se a Central Elétrica BSM, ou, A Central Eletrônica BSI e até mesmo falha do painel de instrumentos. Sendo que sim, é uma falha do alternador.
Vamos para um caso real:
Veículo: Sandero 1.0 SCE 2019
Tudo começou após uma troca de bateria errada, onde se aplicou uma bateria convencional no veículo, bateria com reposição de eletrólito, pois o cliente buscou o menor preço possível para a troca da bateria.
A falha: Veículo mantém a luz de bateria acesa no painel de instrumentos, endurece a direção elétrica, porém, não apresenta bateria descarregada e ao medir o alternador, a tensão de carga está normal em 14,2 volts.
Diagnóstico: Ao utilizar o Scanner AUTEL DS808, para leitura de falhas eletrônica, nos deparamos com códigos de falhas relacionadas ao sistema de carga e partida, indicando que não há comunicação entre o alternador e a Central Eletrônica da Carroceria (BSI). Ao realizar uma análise do chicote elétrico, identificamos que havia um conector adaptado na conexão com o alternador, e ficava um outro conector sobrando pendurado no chicote elétrico.
Retirado o alternador para teste em bancada, foi possível verificar que o mesmo, havia passado por uma manutenção errada, aplicando um regulador de tensão errado ao modelo do alternador.
O que faltou ao reparador que realizou esta manutenção, foi o conhecimento técnico do sistema e um diagrama elétrico do veículo, onde facilmente iria entender que se tratava de um Alternador PILOTADO.
Conforme o diagrama, os veículos Renault Sandero e Logan, com motor 1.0, possuem apenas um terminal de ligação entre o regulador de voltagem e a central de injeção eletrônica. Então saberia que por estratégia, a mesma central controla a direção elétrica, não tendo controle sobre o sistema de carga e partida, por estratégia, ela elimina consumidores de energia para evitar o corte de funcionamento do motor.
Ao desmontar o alternador, foi possível identificar o reparo e aplicação de componente errado e um dano maior, que foi sobre a placa de diodos retificadores.
Podemos ver na imagem que a placa rachou a carcaça isolante de baquelite.
NOTA: Neste modelo de alternador da Valeo, a placa vem montada e vendida com o mancal traseiro do mesmo.
Solução:Devido o alto custo dos componentes, a compra de um alternador completo e original da marca Valeo, saiu mais vantajoso para o cliente que a troca apenas dos componentes regulador e placa retificadora. Também foi necessário substituir a bateria por uma correta para o modelo.
Assim concluímos mais uma edição, lembrando a nossos leitores e amigos: O Barato sai caro!
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