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Transmissões da família Kia e Hyundai A6GF1-2 / A6MF1-2 / A6LF1-2

Os principais componentes e a maneira correta de realizar reparos nos câmbios automáticos das marcas coreanas

A Kia/Hyundai Motor Company introduziu esta família de transmissões, projetadas e construídas como transmissões automáticas de 6 velocidades em 2009. O projeto e a manufatura foram resultado de um enorme esforço das empresas, com mais de 150 engenheiros gastando aproximadamente 4 anos para traze-las ao mercado.

Com mais de 300 patentes e mais de 600 peças individuais, o desenho compacto dessa família de transmissões está no caminho para se tornar a alma dos veículos futuros da Kia/Hyundai, tanto os movidos a gasolina/álcool quanto os movidos a diesel. Neste artigo técnico, vamos dar uma rápida olhada na transmissão A6MF1 (figura 1), mostrando seus pontos fortes e fracos e destacando o procedimento de diagnóstico mais comum para estas transmissões.

Figura 1

Projeto compacto

A transmissão automática de 6 marchas foi desenhada especificamente para ser compacta. Possui o conversor de torque é super plano (figura 2), e menor e mais leve que o da anterior de 5 marchas.

Figura 2 – Conversor de Torque plano

O interior da família A6

A transmissão A6 é bastante versátil. Correntemente, existem 6 diferentes variantes, dependendo da aplicação. A primeira e mais leve é a A6GF1, a qual usualmente equipa veículos com motores de menor cilindrada, tais como 1.2L, 1.6L, 1.8L e 2.0L, com torque menor que 22 kgfm.

A segunda transmissão na linha A6 é a A6MF1, que usualmente se encaixa na faixa de motores 2.0L ou 2.4L, suportando um torque máximo de entrada de 23 kgfm.

A seguir, temos a A6MF2, que aparece em veículos que possuem motores de 2.4L com torque de entrada máximo de 19 kgfm.Então a próxima da lista é a A6LF1, aplicada em motores de 3.3L e torque máximo de 34 kgfm.

A seguir, temos a A6LF2, que aparece em veículos com motorizações de 3.5L e 3.8L, e torque de entrada máximo de 37 kgfm. 

E finalmente, o último membro da família A6 é a A6LF3, aplicada em motores de 4.0L, possuindo um torque máximo de entrada de 41 kgfm.

Figura 3 – Desenho compacto com 3 conjuntos planetários

Componentes da família A6

As transmissões A6 utilizam 3 conjuntos de freios: Baixa/Ré, Underdrive e 2ª/6ª. Dois conjuntos de embreagens: Overdrive e 3ª/5ª/Ré, e 1 roda livre (embreagem unidirecional), junto com um design compacto (vide figura 3) para oferecer 6 marchas à frente e uma à Ré.

O conversor de torque possui desenho super plano e o conjunto do diferencial utiliza 4 pinhões para maior durabilidade. A bomba de óleo é de desenho Parachoid, que parece similar às de desenho mais antigo de bombas, porém possui novo formato dos dentes das engrenagens, o que aumenta o fluxo de óleo.

Figura 4 – Corpo de Válvulas e Solenoides

1. Solenoide de controle de pressão de linha
2. Solenoide de mudança A
3. Solenoide de mudança B
4. Solenoide Overdrive
5. Solenoide Underdrive
6. Solenoide 2ª/6ª 
7. Solenoide 3ª/5ª/Ré
8. Solenoide da embreagem do conversor de torque (TCC)

As transmissões da família A6 utilizam um corpo de válvulas composto por 3 segmentos, que abrigam 8 solenoides de controle. Veja a figura 4.

Os sensores de entrada e saída de rotação da transmissão são montados na carcaça da transmissão (figura 5). O chicote interno atualizado permite a substituição dos componentes individualmente, incluindo os sensores de rotação, temperatura do fluido da transmissão e chicote dos solenoides individuais.

Figura 5 – Localização dos sensores de entrada e saída
Figura 6 – Chicote interno atualizado

A chave seletora da transmissão é montada externamente no eixo de mudanças. 

Serviço na A6

O serviço nas transmissões A6 é simples. Apenas recentemente, foi eliminada a vareta de verificação de nível de fluido, e em seu lugar foi instalada uma tampa do bujão de abastecimento e um tampão do bujão de transbordamento de óleo (figura 7).

Figura 7 – Tampões de abastecimento e nível

O filtro de óleo é montado diretamente no conjunto da bomba de óleo e não é acessível por fora, sendo somente substituído quando a transmissão for desmontada para reparos. A tampa do bujão de abastecimento de óleo e o bujão de transbordamento (nível) de óleo são instalados no cárter lateral da transmissão. O cárter lateral é feito de plástico; tome cuidado para não danificar a tampa do bujão de abastecimento ou o tampão de transbordamento e suas roscas.

Para reparos nas transmissões A6:

1. Remova o bujão de dreno da transmissão, localizado na parte inferior da carcaça, e permita que o fluido da transmissão seja drenado completamente. Substitua a arruela de vedação do bujão de dreno.
2. Instale o bujão de dreno da transmissão com sua nova arruela de vedação; aperte o bujão com um torque de 41 Nm.
3. Remova o tampão do bujão de abastecimento e tampão do bujão de transbordamento. Substitua a arruela de vedação do bujão de transbordamento.
4. Adicione pelo menos 5 litros de fluido genuíno Hyundai SP-IV ATF pelo bujão de abastecimento (a transmissão comporta 6,7 litros totais de fluido).
5. Funcione o motor em marcha lenta até que ele atinja a temperatura normal de trabalho (60ºC) pelo menos.
6. Mova alavanca seletora de marchas através de cada posição pelo menos 2 vezes. Retorne a alavanca à posição PARK.
7. Lentamente adicione mais fluido através do bujão de abastecimento até que o fluido comece a escorrer pelo furo do bujão de transbordamento (nível) da transmissão.
8. Instale o tampão do bujão de transbordamento (nível) com uma nova arruela de vedação, apertando-o com um torque de 41 Nm.
9. Instale o tampão do bujão de abastecimento. Limpe todo o resíduo de óleo da área do tampão de dreno.
10. Leve o veículo para um teste drive para verificar a correta operação da transmissão.

Diagnosticando a transmissão A6

O procedimento e diagnóstico da família de transmissões A6 é relativamente simples. Por sorte, as transmissões A6 possuem as portas de pressão para cada circuito de embreagem e freio, circuitos de aplicação e liberação da embreagem do conversor de torque (TCC) e circuitos de redução de pressão (Figuras 8, 9 e 10). Isto facilita o diagnóstico de problemas hidráulicos.

Consulte a aplicação específica da transmissão do veículo em que você estiver trabalhando, quanto a definições de códigos de falhas e rotinas de diagnóstico. O TCM (Módulo de Controle da Transmissão) possui capacidade de aprendizado e reaprendizado.

Figura 8 – Tomada de pressão do freio de Baixa/Ré

Aprendizado do TCM (Módulo de Controle da Transmissão)

Será necessário realizar o procedimento de aprendizado do TCM após qualquer reparo maior na transmissão ou substituição da mesma, ou após a substituição ou reprogramação do módulo de controle da transmissão. Existem dois tipos de procedimento de aprendizado a serem aplicado ao TCM. O primeiro é chamado de mudanças de garagem ou procedimento de aprendizado estacionário. Este procedimento ensina o TCM a fornecer engates corretos. Para realizar o procedimento de mudanças de garagem, faça o seguinte:

1. Deixe o motor atingir a temperatura normal de trabalho (60ºC a 115ºC).
2. Confira se a marcha lenta está abaixo de 700 rpm.
3. Aplique o freio de serviço.
4. Mova alavanca seletora de PARK para NEUTRO e mantenha a alavanca em NEUTRO por mais de 3 segundos. Retorne então ao PARK.
5. Mova a alavanca seletora de PARK para DRIVE e mantenha a alavanca em DRIVE por mais de 3 segundos. Retorne então ao PARK.
6. Repita os passos 4 e 5 pelo menos 4 vezes cada um.

Este procedimento deverá bastar para o reaprendizado do módulo nas mudanças estacionárias ou de garagem.

O segundo procedimento de aprendizado do TCM é o procedimento dinâmico ou ao dirigir o veículo. Isso ensina ao módulo como realizar corretamente as mudanças na transmissão. Para executar este procedimento, faça o seguinte:

1. Mova a alavanca seletora para DRIVE.
2. Acelere a partir da imobilidade através de todas as posições da alavanca. Mantenha um percentual de aceleração entre 15% e 20% com no máximo 3% de variação.
3. Pare o veículo completamente.
4. Repita os passos 2 e 3 por pelo menos 4 vezes.
5. Isso é tudo. O procedimento de aprendizado dinâmico do TCM está completo.

As informações sobre as transmissões A6 poderão ser obtidas nos manuais de serviço que a APTTA Brasil tem em seu departamento técnico, bem como boletins e matérias técnicas que são emitidos regularmente para seus associados.

Figura 9: Tomada de pressão Underdrive
Figura 10: Pressões TCC, 3ª/5ª/Ré e 2ª/6ª 

Esperamos que todos tenham um ótimo ano de serviço. Saúde a todos! Departamento Técnico APTTA – Brasil

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Carlos Napoletano 
Diretor Técnico da Aptta Brasil
www.apttabrasil.com

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