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A importância da troca dos filtros de ar e de cabine nos veículos

Os filtros automotivos representam um papel fundamental para o funcionamento do veículo e para preservar a saúde do motorista e dos passageiros. Porém, é preciso estar atento ao seu estado e a hora certa de trocá-los. Para isto, entrevistamos fabricantes e profissionais da área para orientar os consumidores e reparadores, os cuidados que devem ser seguidos na hora da aplicação dos componentes e os problemas que podem ser gerados, caso não haja a troca.

O ser humano é submetido a elevados índices de bactérias, fungos e poluentes, como afirma o engenheiro de Vendas Aftermarket & Supervisor de Assistência Técnica da FRAM, Rodrigo Malagutti Pereira. “Dentro de um veículo, ficamos expostos à poluição, o sistema de ventilação absorve o ar poluído dos gases de escapamento dos veículos que trafegam à frente com altíssima concentração de partículas de poeira, por este motivo o filtro de cabine é tão importante”, complementa.

Para Rodrigo o comportamento do filtro independe de situações climáticas, “se as manutenções estiverem em ordem, o filtro desempenhará seu papel sem problemas”, salienta. Porém, é válido ressaltar que no inverno os problemas respiratórios aumentam, desta forma é necessário certificar-se que o filtro de cabine do veículo esteja em bom estado para o usuário se manter protegido de substâncias nocivas enquanto estiver dentro do veículo.

Quando se trata do filtro de ar, o desempenho e a potência do motor são influenciados por ele. “Ele que é responsável pela aquisição de uma das misturas para o motor (ar), se o filtro tiver dificuldade para proporcionar uma quantidade necessária, o motor trabalhará com menor desempenho. Além disso, o próprio ar também contém inúmeras partículas, imperceptíveis a olho nu”, explica o Técnico da Tecfil, Rafael Cardoso

A falta de chuvas também é um agravante para o filtro de ar. “Causa o aumento da poluição, piora a qualidade do ar nos grandes centros urbanos. Os carros merecem atenção especial nesse período, principalmente os filtros de ar, devido ser responsáveis por reter impurezas, evitando que o motor aspire e devolva um ar contaminado, a recomendação é reduzir o período de troca dos filtros de ar, dependendo do ambiente de trabalho”, conta Rafael.

Os filtros de cabine são responsáveis por purificar o ar circulante, de forma a evitar que partículas, como fuligem, pólen, poluição externa e outros elementos circulem pelo sistema de ventilação ou arcondicionado e sejam inspirados pelos ocupantes (trazendo transtornos para a saúde.) Os veículos sem ar-condicionado também possuem filtro de cabine. Em relação ao desempenho do veículo, o gerente geral da Filtros Brasil, Aguinaldo Leonetti de Oliveira, comenta. “Em alguns modelos de veículos o filtro de cabine quando saturado interfere diretamente no rendimento do motor”.

No inverno, este componente pode apresentar mais problemas, pois o uso do sistema de ar aquecido é muito maior. “A umidade externa combinada com o ar interno aquecido proporciona um ambiente ideal para a proliferação de fungos e bactérias no ambiente”, enfatiza Aguinaldo. Com isto, surge então a necessidade de uma atenciosa higienização nos dutos do sistema de ar e também na troca do filtro de cabine.

Para o Engenheiro responsável pela assistência técnica para o mercado de reposição da MANN+HUMMEL, André Gonçalves, o filtro de cabine não altera no desempenho do veículo em si, mas possui grande relevância em relação à saúde dos ocupantes do automóvel. O filtro de cabine saturado diminui o fluxo do ar, reduzindo a eficiência do ar-condicionado, além de possibilitar a proliferação de bactérias que podem ser nocivas para quem possui alergias.

No inverno, dependendo da região do Brasil, é comum as pessoas estarem com os vidros dos veículos fechados. “Por causa disso, a troca do ar interno do veículo não ocorre e, ao ligar o ventilador, o filtro de cabine pode estar já saturado com sujeiras, causando odores ruins e diminuindo o fluxo do ar limpo, o que faz com que aumente a concentração de impurezas. Esse fato, aliado à baixa umidade, pode causar problemas respiratórios” esclarece André.

TROCA PREVENTIVA

Neste período, para que estes itens não apresentem tantos problemas, é necessário que o proprietário do veículo realize a troca preventiva, pois as pessoas utilizam com mais frequência o sistema de ar quente, como aponta o gerente da linha de filtros de cabine da Filtros Mil, Gilberto “Foguinho” Gonçalves. E o filtro em boa qualidade ajuda a barrar bactérias, fungos e outros agentes que podem causar problemas respiratórios.

Gilberto também menciona em como os filtros são importantes para o desempenho do veículo. “Ajudam a manter o bom funcionamento do equipamento de ar e aumentam a durabilidade das peças do equipamento, protegendo-os de agressões externas (folhas de árvore, areia, pêlos de animais, fuligem). Além disso, o filtro sujo e saturado força o funcionamento excessivo e o desgaste de peças, e também aumenta o consumo de combustível”.

Os filtros automotivos não são afetados pelas mudanças de temperatura, mas sim, influenciados pela qualidade e contaminação do ar, na opinião do supervisor de Assistência Técnica e Serviços da Affinia, Jair Silva. “Com a chegada do inverno, o período mais seco do ano, o número de poluentes no ar aumenta e, por esse motivo, é muito importante ficar atento com a situação dos filtros”, alega.

Para Jair, os filtros de ar e de cabine são componentes de baixo custo na hora da manutenção do veículo. “Por isso, jamais faça a limpeza do filtro contaminado, faça sempre a substituição por uma peça nova, o custo benefício vale a pena”, acredita. Ele ainda recorda que as aplicações dos filtros não apresentam alto grau de dificuldade durante a instalação, porém devem ser realizadas por profissionais habilitados.

O diretor Industrial da Idelbras, Marcello Bernardini, orienta que seja observado o estado dos filtros de ar com frequência no inverno. “Em locais úmidos, o cuidado deve ser redobrado. Por serem fabricados em papel (celulose), os filtros de ar tendem a diminuir a vazão, pois a celulose absorve a umidade. Este fato, somado ao acúmulo de poeira, potencializa a perda de vazão do filtro de ar, causando perda de potência e aumento de consumo de combustível dos motores”.

Em relação aos filtros de cabine, os sintomas são mais evidentes, como descreve Marcello. “Com o inverno, voltamos a usar o ar quente, que fica esquecido durante o verão. Caso este filtro esteja sujo, o ar quente fará com que os odores vindos da fermentação destes detritos se acentue, trazendo uma sensação de ar saturado e às vezes até mau cheiro. Caso não haja filtro de cabine, os problemas serão mais sérios de que este simples desconforto”.

Existem veículos em que o local de instalação do filtro de ar-condicionado é lacrado, porém possuem uma pequena marca para o corte, que é feito através de uma ferramenta especial, milimetricamente gabaritada, de acordo com cada modelo de veículo, assim auxilia o mecânico na hora da aplicação e evita maiores erros. “Várias concessionárias oferecem este serviço, mas para veículos fora de garantia, este custo fica bem alto”, conta Marcello.

HORA DA TROCA

Em relação aos veículos que ainda não possuem o ar-condicionado, o responsável pelo Aftermarket nacional da Micronair, Luciano Ponzio explica que este quadro hoje é diferente. “De uns três anos para cá, isto vem mudando, posso dizer que mais de 90% dos veículos leves saem com ar-condicionado ou se não com espaço para ser colocado. Porém existem ainda algumas caminhonetes que não possuem o filtro e nem o espaço, isto porque seguem aos padrões antigos”, completa.

A hora da troca dos filtros varia com o uso do motorista. “Em uso normal na cidade a vida útil é 15.000 km, conforme recomendam as montadoras e concessionárias, em uso externo em locais de terra, o tempo de troca é 1 ano, pois acumula muita sujeira”, destaca Luciano. Por isto, se o sistema já estiver contaminado o usuário deve levar o automóvel a um lugar especializado para ser realizada a limpeza manual.

As fabricantes de veículos normalmente aconselham que a troca dos filtros seja efetuada após 12 – 15 mil km rodados, e no máximo no período de 1 ano. Contudo é recomendado que a troca do filtro aconteça duas vezes ao ano, se o veículo for utilizado intensivamente, na primavera, devido à quantidade de impurezas que se acumulam durante o inverno, e no outono, de maneira a remover o pólen e folhas mortas.

Nos veículos que não possuem o filtro, mas contêm o alojamento, os consumidores podem adquirir este componente em redes de assistência técnica ou lojas de peças. Para o líder de projetos da divisão Thermal da Delphi para a América do Sul, Alexandre Navogin, sem o filtro é maior a incidência de formação de fungos no aparelho gerando mau cheiro, e também é maior a entrada de poeira no interior do veículo.

Alexandre também fala dos problemas que podem ocorrer caso não EDSON ROBERTO DE ˘VILA, AUTOS MINGAU haja a troca e os filtros fiquem saturados. “A vazão de ar se reduz drasticamente, prejudicando a eficiência do condicionador de ar levando muito mais tempo para baixar a temperatura da cabine; com a baixa vazão de ar vai haver deficiência na função desembaçamento; haverá aumento no nível de ruído do ventilador e devido à restrição no filtro, soprará baixo volume de ar”.

Para proporcionar um ambiente saudável no interior de seu veículo e assegurar a saúde do motorista e do passageiro, além de garantir o desempenho do automóvel e seu sistema de ventilação, é aconselhado fazer manutenções regulares no seu veículo. O gerente de Vendas do Aftermarket da Hengst, Daniel Furlan, faz a seguinte recomendação: “Tome como hábito fazer uma revisão geral em seu ar-condicionado pelo menos uma vez ao ano, e trocar os filtros de cabine pelo menos 2 vezes ao ano”.

A substituição do filtro de cabine não resolve o problema do automóvel, se o sistema interno já estiver contaminado, como argumenta o diretor técnico responsável da Autos Mingau, em Suzano (SP), Edson Roberto de Ávila. Neste caso é necessário que o reparador então execute a higienização ou descontaminação de todo o sistema interno. “Este detalhe é tão necessário para os veículos com sistema de ar-condicionado quanto para os que possuem apenas sistema de ventilação”, emenda.

Um dos principais problemas que ocorrem nos filtros de ar obstruídos é o comprometimento do sistema de ventilação interna, que atua de maneira irregular. “Compromete a velocidade que é determinada pelo ocupante do veículo, sendo possível até a queima da resistência interna que existe para determinar a velocidade da quantidade de ar, ela precisa dessa ventilação para poder se resfriar”, garante Edson.

Meier Ishiguro, de Balneário Camboriú (SC), realça em como o consumo do combustível é afetado pelo filtro de cabine se ele estiver saturado. “Em determinados modelos de veículos, ao viajar com vidros abertos, pode-se gastar mais combustível do que viajar com o ar-condicionado ligado e vidros fechados, pois muitos carros são projetados para melhorar o coeficiente aerodinâmico em velocidade, com os vidros fechados”, responde.

Durante o momento da substituição dos filtros de cabine, Mário sugere que os profissionais aproveitem para fazer uma limpeza no alojamento do filtro e, se possível, no ventilador interno. “Os profissionais podem aproveitar a sazonalidade que geralmente afeta as oficinas de ar-condicionado do Sul do país no inverno e fazer promoções de troca de filtros anti-pólen. O cliente tende a ganhar com isso e o movimento na oficina pode dar uma aquecida”, conclui.

O principal problema no filtro de cabine é a redução da qualidade do ar respirado, que pode acarretar problemas respiratórios aos ocupantes, segundo o chefe de Assistência Técnica da Divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch Brasil, além de também prejudicar seu funcionamento. Já o filtro de ar, os problemas estão relacionados ao desempenho do veículo, “a falta de manutenção preventiva pode gerar danos aos componentes do motor”, especifica.

Daniel sugere várias precauções no momento da manutenção. “Os filtros de ar e de cabine não podem ser limpos com ar comprimido ou por meio de impacto, pois isto romperá os poros do meio filtrante; não podem ser lavados com nenhum tipo de líquido e deve-se limpar o interior do compartimento do filtro, principalmente a área de vedação, onde existe o apoio das bordas de vedação do elemento”, finaliza.

DICAS AOS PROFISSIONAIS

• Oferecer revisão dos filtros automotivos aos clientes;

• Estar atento que em alguns modelos de veículos o compartimento do filtro está vazio ou mesmo lacrado, e informar ao cliente sobre essas condições antes de efetuar o procedimento de inserção do filtro;

• Verificar a localização adequada do filtro nos catálogos e até mesmo em site de empresas especializadas; • Nunca aplicar um filtro de ar que não seja recomendável pela orientação do catálogo ou fabricante;

• Sempre verificar o manual do veículo, caso o período de troca das peças já tenha passado do seu limite de manutenção e reparação,

• Mostrar ao cliente a diferença entre um filtro novo e um saturado e

• Verificar a caixa onde o filtro de ar está alojado e as mangueiras que conduzem o ar, para descobrir se existe trinca ou mangueiras danificadas, que possibilitem a entrada de ar por outro local sem ser pelo sistema de filtragem.

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