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Novo Nissan Sentra apresenta nível médio de reparabilidade

Incrementos tecnológicos e acesso aos componentes do motor tornam mão de obra um pouco mais trabalhosa na manutenção do novo Nissan Sentra

Alexandre Akashi

O novo Nissan Sentra está mais confortável e prazeroso de dirigir. Mas, não está mais fácil de fazer a manutenção, em relação aos modelos anteriores. Lançado recentemente no mercado brasileiro, o carro conta agora com motor gasolina aspirado quatro cilindros, 2.0 litros, 16 válvulas, 151 cv de potência a 6000 rpm e torque máximo de 20 kgfm a 4000 rpm.

O motor vem ainda com injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas variáveis na admissão e escape, acionamento por corrente e taxa de compressão de 11,7:1. Acoplado ao motor, um câmbio CVT com 8 marchas virtuais Jacto X-Tronic, com conversor de torque.

A direção tem assistência elétrica, os freios são a disco ventilado nas quatro rodas e a suspensão é independente nas quatro rodas, do tipo McPherson na dianteira e multilink na traseira, ambos com molas helicoidais e amortecedores telescópicos. As rodas de 17 polegadas são calçadas com pneus 215/50 R17, com estepe de 125/70 R16.

Diagnóstico eletrônico

Com ajuda do engenheiro Sergio Torigoe, proprietário do Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe, na zona Leste de São Paulo, fizemos uma avaliação de reparabilidade do modelo onde foram constatadas as facilidades e dificuldades no processo de manutenção preventiva e corretiva do veículo. Segundo Torigoe, o novo Sentra ganhou tecnologias que demandarão mais conhecimento do reparador, porém nada muito diferente do que já existe em circulação nas ruas brasileiras.

Iniciamos a avaliação pelo processo de diagnóstico eletrônico, com auxílio de dois scanners automotivos, um Rasther, da Tecnomotor, e um Launch. Com o Rasther, atualizado na última versão, foi possível ler apenas os parâmetros do motor e câmbio. “Acredito que nos próximos anos os fabricantes deverão atualizar os equipamentos para ler códigos de falhas e fazer adaptações”, comenta Torigoe.

Enquanto isso não acontece, se for preciso fazer algum tipo de intervenção no novo Sentra os scanners servem apenas para indicar quais componentes podem estar comprometidos e, caso haja necessidade de apagar algum código de falha, o jeito é recorrer às concessionárias. Por se tratar de um lançamento do setor, raramente um carro desse modelo entrará na oficina para um diagnóstico tão específico. 

Reparabilidade

No geral, Torigoe classifica o nível de reparabilidade do novo Sentra como intermediário. “Para se chegar a alguns componentes, principalmente no cofre do motor, existem diversas etapas de desmontagem, porém nada muito diferente do que os modelos anteriores do Sentra apresentavam”, explica o reparador.

No quesito suspensão e freios, Torigoe não encontrou nenhum tipo de dificuldade na reparabilidade, mas alerta para o fato de que se trata de um veículo com suspensão independente nas quatro rodas, o que torna a manutenção da parte traseira um pouco mais complexa.

Apesar de o novo Sentra contar com freio a disco nas quatro rodas, Torigoe ficou surpreso ao descobrir que o acionamento do freio de estacionamento ser feito por meio de um pedal, ao invés de alavanca ou contar com um sistema elétrico. Em termos de reparabilidade, o acionamento manual é sempre mais simples que o elétrico, independente de ser por pedal ou alavanca de mão.

Torigoe chama atenção ao fato de não ter encontrado filtro de combustível na parte inferior do novo Sentra, o que leva a crer que o filtro está dentro do tanque de combustível, juntamente com a bomba de combustível.

Já o filtro de óleo é comum, blindado, do tipo rosca e está localizado na parte inferior do motor, com acesso por baixo do carro. “Me surpreendi por não ter encontrado nenhum tipo de portinhola de acesso ao filtro, assim é preciso remover a capa plástica que é presa por grampos plásticos, que com o tempo tendem a ressecar e quebrar ao serem removidos, por isso é importante sempre ter esse tipo de grampo em estoque”, alerta o reparador.

Cofre do motor

Após avaliar o cofre do motor, Torigoe se surpreendeu ao descobrir que o novo Sentra utiliza sistema de injeção Hitachi. “Só vi esse sistema uma vez, nos Fiat Marea e Brava que saíram apenas um ano com sistema Hitachi, aqui inclusive o bloco do motor é Hitachi e isso me surpreendeu”, comenta Torigoe.

O novo Nissan Sentra conta com sistema de injeção direta de combustível, com EGR (recirculação de gases) e corpo de borboletas de seis fios. “Esse é um corpo de borboletas mais moderno, com PWM e sinal de protocolo”, comenta Torigoe ao explicar que diferentemente das TBI eletrônicas mais antigas, que trabalhavam com 12V, este sistema moderno trabalha com sistema de 5V, um sinal PWM e um sinal de pulso, de linguagem elétrica com o módulo.

A acessibilidade dos componentes do cofre do motor, na avaliação do reparador, não é das melhores. “Em termos de espaço é mais apertado, como no modelo anterior, e é importante ter acesso ao manual de reparabilidade para se ter ideia da posição de alguns sensores, mas o acesso às velas ficou mais fácil, pois estar na parte superior do motor”, comenta Torigoe.

Ficha técnica

Novo Nissan Sentra Exclusive 2.0 CVT

Motor

Combustível: Gasolina

Instalação: Dianteiro

Posição: Transversal

Aspiração: Natural

Alimentação: Injeção direta de combustível

Cilindrada: 1.997 cc

Cilindros: 4, em linha

Válvulas por cilindro: 4

Comando de válvulas: Duplo, no cabeçote, corrente

Variação do comando: Admissão

Potência máxima em CV: 151 @ 6.000 rpm

Torque máximo em kgfm: 20 @ 4.000 rpm

Potência específica: 75,6 cv/litro

Torque específico: 10 kgfm/litro

Taxa de compressão: 11,7:1

Relação peso/potência: 9,3 kg/cv

Relação peso/torque: 70,3 kg/kgfm

Curso dos pistões: 90,1 mm

Diâmetro dos cilindros: 84 mm

Tuchos: Mecânicos

Código do motor: MR20DD

Transmissão

Câmbio: Automático CVT

Marchas: 8

Acoplamento: Conversor de torque

Tração: Dianteira

Desempenho

Acel. 0 a 100 km/h: 9,4 seg

Velocidade máxima: 200 km/h

Consumo

Cidade em km/l: 11 (G)

Estrada em km/l: 13,9 (G)

Suspensão

Dianteira: Independente, McPherson

Traseira: Independente, Multi-link

Elemento elástico: Mola helicoidal

Freios

Dianteira: Disco ventilado

Traseira: Disco ventilado

Direção

Assistência: Elétrica

Diâmetro de giro: 10,4 m

Pneus

Dianteira: 215/50 R17

Traseira: 215/50 R17

Estepe: 125/70 R16

Dimensões

Comprimento: 4.646 mm

Altura: 1.456 mm

Largura: 1.816 mm

Entre eixos: 2.707 mm

Bitola dianteira: 1.570 mm

Bitola traseira: 1.565 mm

Peso e capacidades

Peso: 1.405 kg

Porta-malas: 466 litros

Tanque combustível: 47 litros

Confira mais dicas técnicas no portal da Revista Reparação Automotiva.

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