Nos últimos anos testemunhamos a crescente conscientização sobre a importância da eletrificação das cidades em todo o mundo. Com o aumento das preocupações ambientais e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a transição para uma mobilidade mais limpa e sustentável tornou-se uma prioridade global. Nesse contexto, as motos elétricas surgem como uma parte fundamental para a arrancada nesse processo.
Isso porque a eletrificação das cidades é um desafio complexo que envolve diversos setores, desde o transporte, a infraestrutura até à geração de energia. Enquanto os automóveis elétricos ainda enfrentam contratempos quando o assunto é autonomia, preço, agilidade e praticidade, as motos disparam à frente, guiando esse percurso. Por se consagrarem veículos ágeis, econômicos e com baixo custo de manutenção, as motocicletas à combustão já saltam aos olhos de muitos e são meios que favorecem o trabalho e sustento de boa parte da população.
Para se ter uma ideia, só em agosto, as vendas de motos novas movidas a combustíveis fósseis cresceram 20,38%, na comparação com o mesmo mês de 2022, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Os emplacamentos atingiram 142.714 unidades no mês passado, um crescimento de 15,98% em relação às 123.051 unidades vendidas em julho. Desde o início do ano, foram vendidas 1,045 milhão de motos novas no país, uma alta de 21,17% em relação ao mesmo período de 2022 (862.847).
A tendência, diante desse cenário é que os modelos elétricos se sobressaiam. Com investimentos em instalação de eletropostos, incentivos fiscais adequados, educação pública sobre os benefícios e novas montadoras atuando no setor, a evolução das motos elétricas e do mercado em geral já vem se desenhando no Brasil.
Veja as principais vantagens:
Zero emissões poluentes: uma das maiores vantagens das motos elétricas (e carros) é a ausência de emissões de poluentes locais. Enquanto os veículos a gasolina e diesel contribuem para a má qualidade do ar, os eletrificados não emitem CO2, por exemplo. Isso é essencial para reduzir os riscos à saúde pública.
Redução de ruído: além de serem ecologicamente corretas, as motos elétricas também são notavelmente silenciosas. A diminuição do ruído do tráfego nas cidades não apenas torna o ambiente urbano mais agradável, como também beneficia a qualidade de vida de todos, reduzindo o estresse relacionado ao barulho.
Eficiência energética: as motos elétricas são muito mais eficientes do que seus equivalentes movidos a combustível. Isso significa que consomem menos recursos para percorrer distâncias comparáveis, contribuindo para a redução do consumo de combustíveis fósseis e, por consequência, das emissões de CO2.
Acessibilidade e flexibilidade: há modelos acessíveis a uma ampla gama de pessoas, desde estudantes até trabalhadores urbanos. Além disso, a agilidade e capacidade de navegar em espaços congestionados tornam as motos uma opção conveniente para o deslocamento e a mobilidade, reduzindo o tráfego e os congestionamentos.
Tecnologia de ponta: a indústria de motos elétricas está em constante evolução, impulsionando inovações em baterias, motores e sistemas de recarga. À medida que a tecnologia avança, a autonomia das motos elétricas pode aumentar, eliminando a preocupação com a limitação de alcance.
Em resumo, o poder sobre duas rodas promete transformar de forma gradual e sustentável a cultura da mobilidade urbana a combustão em elétrica no Brasil. No entanto, para que esse potencial seja alcançado, é essencial que governos, empresas e indivíduos trabalhem juntos para promover essa revolução ecologicamente correta.
*Por Thiago Freire, sócio-fundador da Boram Electric Motors