Conheça o câmbio da fabricante JATCO que está nos modelos X-Trail, Pathfinder e Infiniti da Nissan
É cada vez mais comum dentro da indústria automobilística mundial os chamados veículos híbridos, ou seja, modelos com mais de uma forma de tração, e combustíveis diferentes. Isto tudo hoje se tornou realidade devido à constante busca do ser humano por meios mais limpos de mobilidade.
Porque hoje os veículos híbridos estão sendo utilizados?
O veículo híbrido economiza combustível por conservar a energia que seria desperdiçada. Por exemplo, quando o veículo desacelera ou reduz seu movimento, por armazenar esta energia de desaceleração em uma bateria e então liberando-a de volta quando necessária. Veículos híbridos possuem a capacidade de se movimentar exclusivamente por meio do motor elétrico, e desta forma, não consome combustível e não libera gases pelo escapamento.
Porém, a potência de um motor elétrico em um veículo híbrido é pequena, somente cerca de 15 KW (um pouco mais de 20 hp), e a bateria do veículo híbrido não possui muita capacidade de armazenamento. Este tipo de veículo é conhecido como Híbrido Leve. A finalidade principal do motor em um veículo híbrido é atender à função “Start/Stop”: Ao parar em um semáforo, o motor à combustão é desligado, para não consumir combustível, e então o carro reinicia o movimento com o auxílio de um motor elétrico. Ao atingir uma certa velocidade, o motor à combustão é ligado novamente para atingir velocidades maiores. O motor elétrico atinge seu torque máximo em baixa velocidade, neste caso 160 Nm, e isto é muito conveniente no início do movimento do veículo. Como resultado, tanto o consumo de combustível quanto a emissão de monóxido de carbono são reduzidos, e em muitos países este parâmetro é importante no cálculo do imposto que incide sobre o veículo. O motor elétrico também auxilia o motor a combustão durante intensa aceleração, de maneira que um veículo equipado com motor de 4 cilindros e 2,5 litros, com 230 hp possui características dinâmicas iguais ou superiores que as de um veículo equipado com motor V6 de 3,5 litros e 250 hp, ao mesmo tempo consumindo menos combustível, especialmente em condições de aceleração e desaceleração frequentes.
Motor ao invés de um transformador
A transmissão é o conjunto principal do Trem de Força híbrido. O modelo de transmissão JF018E é baseado no modelo JF017E da Jatco (Japan Automatic Transmission Company), equipado com corrente metálica para suportar maior torque, integrando a família de transmissões por corrente CVT8. A principal diferença em uma transmissão CVT híbrida é que um motor elétrico toma o lugar do conversor de torque. Para se assegurar da mudança para o modo de condução híbrido, a transmissão CVT possui um conjunto de discos de embreagem múltiplos a seco, através do qual o motor elétrico é conectado ao motor à gasolina, e de um conjunto de embreagem molhada (a banho de óleo), que conecta (ou desconecta) o motor elétrico às polias do conjunto CVT.
O motor elétrico também atua como alternador
Se a primeira embreagem está aberta e a segunda está fechada, então a tração do motor elétrico é liberada para as rodas e o veículo sai da imobilidade. Isto é o que acontece durante o início do moimento. Se o motor elétrico é desconectado da transmissão variável, mas conectado ao motor à combustão, é possível recarregar a bateria de tração enquanto o veículo está parado. E com as duas embreagens fechadas, o carro é movido pelo motor a combustão e consegue recarregar a bateria enquanto está reduzindo a velocidade. A troca das embreagens e o modo de operação do veículo entre elétrico e à combustão, ou ambos, é realizado pelo módulo inversor de controle.
Embreagem molhada (aplicação hidráulica) que liga as polias do sistema CVT à rodas.
Quais as diferenças?
Existem diferenças de projeto entre as duas transmissões, à dos veículos somente à gasolina e o dos veículos híbridos, a começar pelo conjunto de engrenagens planetárias. A engrenagem solar é parte do eixo de entrada, no veículo híbrido, e a engrenagem anelar é conectada às polias, e na transmissão JF017E, ocorre o oposto. O sensor de rotação de saída da transmissão JF017E, dos veículos somente a combustão, é conectado ao tambor de saída, e na transmissão JF018E, dos veículos híbridos, está conectada ao motor elétrico.
Devido à estas diferenças, as embreagens das configurações de marchas à frente não são intercambiáveis. Na configuração de Ré, os discos de aço são os mesmos, porém os discos revestidos são diferentes.
Os corpos de válvulas das duas transmissões (híbrida e convencional CVT) são bastante parecidos na aparência, porém dentro são diferentes, e também não podem ser intercambiados. Assim, na transmissão JF018E a placa de transferência não possui canais para o controle da aplicação da embreagem do conversor de torque. As válvulas também são diferentes, em particular, suas molas. A placa separadora da transmissão JF018E possui furos adicionais.
O solenoide de controle do Lock-Up na transmissão JF017E é normalmente aberto, e na JF018E o solenoide de controle da embreagem é normalmente fechado, assim a embreagem também trabalha em modo de segurança ou emergência.
Isto deve ser levado em conta durante os reparos nas duas transmissões e somente a peça específica deve ser usada. Devido ao fato que o motor do veículo não funciona constantemente, uma bomba de fluido acionada eletricamente é fornecida para a transmissão JF018E para manter a pressão de operação do fluido, em particular para lubrificação e arrefecimento da embreagem operada a óleo. É uma bomba de motor elétrico trifásico sem escovas, controlado pelo módulo de controle da transmissão (TCM).
É de interesse notar que o superaquecimento é um problema inerente aos veículos híbridos, e o Pathfinder até possui uma luz de aviso de superaquecimento da transmissão no painel de instrumentos. Se esta mensagem aparecer, o veículo para no ato. Para arrefecer a transmissão, o motor possui um sistema de arrefecimento com liquido anticongelante e um radiador específico. Porém, ele está localizado sob o para-lama dianteiro e é passível de entupimento devido à sujeira. É recomendado efetuar uma limpeza no trocador de calor pelo menos uma vez por ano.
Como a maioria dos veículos híbridos são ainda novos aos técnicos, deve-se ter especial cuidado em seu diagnóstico, além dos cuidados normais quanto à segurança.
Uma grande quantidade de peças destes veículos ainda é só disponível em concessionários da marca, e mesmo assim nem todas são normalmente comercializadas. Deve-se eliminar a tendência que muitos técnicos tem de procurar peças para estes veículos em desmanches, pois na maioria das vezes, elas não irão funcionar corretamente, devido à desgaste ou incompatibilidade com o sistema. À medida que estes veículos se tornam mais comuns nas oficinas, o técnico deverá se manter atualizado com os processos de reparo e diferenças entre sistemas para atender sempre seu cliente da melhor forma possível.
Até a próxima e um ótimo mês de trabalho a todos!
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