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O que preciso saber antes de atender veículos elétricos e híbridos

Olá, amigo reparador! Seja bem-vindo a mais uma edição da Revista Reparação Automotiva.  Este mês o tema é: “O que preciso saber antes, de atender veículos elétricos e híbridos”.

Antes quero parabenizar a todos do setor automotivo que estão empenhados na campanha SOS RS, empresas, oficinas, reparadores, todos unindo forças para socorrer nossos irmãos que estão lutando para vencer esta batalha. Em reuniões que realizamos na AUTOPAR 2024 em Curitiba (PR), estive com vários núcleos nacionais, participei de reuniões, estas proposta pela Revista Reparação Automotiva, e muitas ações para socorro foram apresentadas. Aproveito o momento para parabenizar os Núcleos de Santa Catarina, que propuseram o socorro com as oficinas nas divisas para apoiar as atingidas, auxiliando nas condições de um recomeço com dignidade. Também a Associação dos Mecânicos Premium do Brasil, a qual sou integrante, ela tem realizado ali na região do Rio Grande do Sul, um excelente trabalho de socorro, através de nossos associados.

Vamos ao tema:

“O que preciso saber antes, de atender veículos elétricos e híbridos”.

Quando falamos que a chegada dos veículos elétricos e híbridos é uma realidade, identifico muita preocupação sobre quais equipamentos comprar, quais treinamentos, espaço físico necessário, entre outras. Tudo está correto, porém tenho visto uma falha nesta análise, pois antes de partir para os treinamentos avançados, é preciso dominar bem a base elétrica automotiva.

Por quê?

Porque, muitos defeitos são de forma básica, em erros pequenos por falta de conhecimento do sistema convencional de elétrica automotiva, como dominar bem as Grandezas Elétricas e Eletromagnetismo.

Grandezas Elétricas 

A grandeza elétrica se refere a uma propriedade de realizar medições dos fenômenos elétricos. Na física, a palavra grandeza é usada para definir alguns termos científicos que podem ser medidos como velocidade, aceleração e força, por exemplo. Quando falamos de eletricidade, existem várias grandezas elétricas importantes que descrevem diferentes aspectos desse fenômeno, como:

Potência Elétrica – Podemos definir como a força transmitida para realizar trabalho pela energia elétrica, como determinação é representada por Watts, em carros hoje já é comum vermos a troca de informação de CV ou HP, por KW. É calculada com base em resultado de outras Grandezas,

P(W) = V(voltes) x I(corrente) 

P = 12V x 10A   P=120W.

Tensão Elétrica: Uma definição bem simplificada, é valor nominal da energia fornecida. Cientificamente é o diferencial de potencial entre dois pontos, conhecida como Voltes, representada pela letra V ou U.

V = R (resistência) x I (corrente)

V= 10Ω x 1,2A = 12 voltes

Resistência Elétrica: É o fenômeno elétrico de resistir, tentar impedir a passagem de tensão elétrica, representada pela letra grega ômega Ω.

R= V(tensão) / I (corrente)

R= 12 / 1,2 = 10Ω      

Corrente Elétrica: É o fenômeno de movimento de elétrons, vou simplificar como a capacidade passar a tensão elétrica pelo circuito elétrico.

I = V(tensão) / R(resistência)

I = 12 / 10 = 1,2 Amperes.

Estas Grandezas são regidas por duas leis, desenvolvidas pelo físico George Simon Ohm, determinando a Primeira e Segunda lei de Ohm,

Para um entendimento rápido, a primeira Lei de Ohm diz que a corrente elétrica é diretamente proporcional à diferença de potência aplicada. Ou seja, a corrente elétrica (A) é determinada conforme a tensão aplicada, sendo que quanto maior for a tensão aplicada maior será a corrente se mantivermos a mesma resistência, inversamente proporcional quando mantemos a mesma tensão elétrica e aumentamos a resistência elétrica.

Na segunda Lei de Ohm, ele determina que a resistência elétrica do condutor tem relação direta com constituição do material e é proporcional ao seu comprimento, ou seja, conforme o material condutor (alumínio, cobre, prata, ouro, etc.) e seu comprimento.

Eletromagnetismo é a área da física que estuda os fenômenos relacionados à eletricidade e ao magnetismo de forma unificada. Ele utiliza como base o conceito de campo eletromagnético, descrevendo a relação entre os dois campos em separados, bem como combinando-os. Aqui entra um fenômeno físico, a INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA, que o físico FARADAY, determinou, o que conhecemos como malha de proteção aterrada, ou GAIOLA de FARADAY.

“Gaiola de Faraday é o nome dado a um invólucro que é feito de material condutor e usado para blindar o seu interior de interferências eletromagnéticas externas. Ela surgiu como um experimento científico, desenvolvido pelo físico inglês Michael Faraday no ano de 1836, e ainda hoje é utilizada para proteger circuitos elétricos sensíveis à incidência de ondas eletromagnéticas de diversas frequências.”

Veja mais sobre “Gaiola de Faraday” em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/gaiola-de-faraday.htm.

Então, agora com as bases definidas, analise o tema:

“O que preciso saber antes, de atender veículos elétricos e híbridos”

Os veículos, elétricos e híbridos, possuem componentes “comuns” como carros a combustão, por exemplo caixa de fusíveis e relés.

Aqui, é preciso grande atenção, pois os componentes têm diferenças técnicas, pois precisam atender os requisitos ELÉTRICOS de isolamento e barreiras contra interferências eletromagnéticas.

Vamos citar um exemplo de fácil erro, causando defeito em um veículo:

DNI0142 – Relé Auxiliar de Comando de Injeção Duplo N.A – 12V

Relé Auxiliar, mesmo em carros a combustão, pode se tornar uma dor de cabeça. Pois apesar de fisicamente serem parecidos, possuem construções físicas diferentes. O Relé DNI0142, é um relé que possui DIODO na polarização da bobina indutora, veja o diagrama:

 Diodo no pino 85 do Relé.

DNI0149 – Relé Auxiliar Estado Sólido Caterpillar, Ford, Mercedes-Benz, VW, Jaguar, Land Rover – 12V

Já o relé DNI0149, tem uma aplicação destinada a veículos com alta tecnologia, em que a interferência eletromagnética deve ser evitada, para garantir segurança e dirigibilidade.

Observe o diagrama:

Observe que não temos no diagrama o desenho técnico de uma bobina eletromagnética, como no relé DNI0139:

A bobina indutora ou magnética, esta ligada aos polos de comando 85 e 86. 

Voltando ao relé DNI0149, ele é dotado de uma tecnologia eletrônica, para atender as normas de segurança e funcionamento para os veículos com eletrônica embarcada cujo projeto determina aplicação de componentes sem geração de eletromagnéticos, como as bobinas indutoras de relés comuns.

Detalhes técnicos do relé DNI0149

 Relé de Estado Sólido – Solid State Relay (SSR)

– Maior durabilidade, velocidade de comunicação e funcionamento silencioso.

– Não gera interferências eletromagnéticas (EMI) e não possui desgaste mecânico.

– Ideal para aplicações com longo tempo de funcionamento, veículos híbridos e elétricos. Ex.: DRL, luzes de sinalização, LEDs, etc. 

– Compatível com Modulação por Largura de Pulso (PWM).

– Tecnologia FET

– Resistente a poeira e vibração (IP670)

– Proteção contra curto-circuito e polaridade reversa

– Temperatura de operação: -40°C a +85°C

– Produto original (exclusivo)

A inversão de um Relé de Estado Sólido (eletrônico) por um convencional, gera falhas de funcionamento de sistemas de conforto e dirigibilidade do veículo HEV.

O que preciso saber antes, de atender veículos elétricos e híbridos, dominar elétrica básica, interpretação de diagramas elétricos e depois sim, buscar cursos de aperfeiçoamentos e qualificação em Veículos Elétricos e Híbridos. Por fim a NR10, quedetermina a norma de segurança para trabalhar com alta tensão.

Bem amigo reparador, chegamos ao fim de uma edição, te aguardo na próxima, aqui na Revista que leva informação e muitas ações a favor do setor automotivo.

Contato para Treinamentos, palestras técnicas, da General TECH, com o Prof. Leandro Marco 034.3312-2727 ou 34.99886-2728. @generaltechctp, @generaltechad

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