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A evolução dos sistemas eletrônicos de checagem de óleo nos veículos modernos

A checagem de óleo nos carros mais modernos mudou significativamente, fique por dentro desta nova tecnologia e saiba porque ela chegou

Enche o tanque Patrão? Quer que faça a checagem de óleo e a água? Calibra os pneus? Esta é uma conversa que está prestes a acabar…pelo menos no que diz respeito ao óleo! As checagens que fazíamos antes de viajar ou mesmo periodicamente, sempre ao encher o tanque do carro no posto está com os dias contados! Mas como assim? Não iremos mais checar os níveis de óleo do carter? Obviamente que vamos, mas a maneira como isso é feito nos carros mais modernos mudou significativamente, fique por dentro desta nova tecnologia e saiba porque ela chegou chegando (e pra ficar)…

A manutenção preventiva é um dos pilares fundamentais para garantir a longevidade e o desempenho dos veículos automotivos. Um dos componentes mais críticos nesse processo é o sistema de lubrificação do motor, que inclui a verificação do nível de óleo.

Durante décadas, a medição do nível de óleo foi feita manualmente através de varetas, um método simples, porém, suscetível a erros e imprecisões, além de permitir, pelo “vazamento” entre a vareta e o tubo, de vapores indesejáveis para o meio ambiente. Nos últimos anos, no entanto, a tecnologia tem proporcionado avanços significativos, levando à introdução de sistemas eletrônicos de checagem de óleo.

Este artigo explora a transição das antigas varetas para esses sistemas modernos, analisando suas vantagens, desvantagens e impacto na manutenção automotiva.

As varetas de óleo são um método simples e manual, que permite ao proprietário do veículo verificar o nível de óleo do motor. Este processo envolve a remoção da vareta, limpeza da ponta, inserção novamente no tubo e posterior retirada para leitura do nível de óleo. Embora este método seja direto e de fácil compreensão, ele não está isento de problemas.

Primeiramente, a precisão da medição pode ser comprometida por vários fatores, como a inclinação do veículo, o tempo de espera após o desligamento do motor (pouca gente sabe, mas deve-se aguardar pelo menos 15 minutos depois de desligar o motor antes de medir), e até mesmo a temperatura do óleo, o que pode gerar resultados falsos na medição. Além disso, muitos motoristas negligenciam a verificação regular do nível de óleo, seja por falta de conhecimento ou por não compreenderem a importância desse procedimento. Níveis de óleo baixo ou até mesmo altos podem gerar grandes prejuízos para o motor do carro, medindo de forma errada o motorista nunca vai saber não é?

https://bit.ly/45C6CuZ

A Evolução: Sistemas Eletrônicos de Checagem de Óleo

Com o avanço da eletrônica embarcada nos veículos modernos, os sistemas de checagem de nível de óleo têm avançado significativamente. O novo sistema utiliza sensores de nível de óleo integrados ao motor (fisicamente) e à ECU (via fiação), que monitoram continuamente o nível e a qualidade do óleo, fornecendo informações em tempo real ao motorista através do painel de instrumentos.

Vantagens dos Sistemas Eletrônicos

1. Precisão e Confiabilidade: Os sensores eletrônicos oferecem uma leitura precisa e contínua do nível de óleo, eliminando a necessidade de procedimentos manuais e reduzindo a margem de erro humano. Isso garante que o motorista seja alertado imediatamente em caso de níveis baixos de óleo, prevenindo danos ao motor.

2. Praticidade: Diferente das varetas, que requerem uma verificação manual, os sistemas eletrônicos fornecem informações diretamente no painel do veículo. Isso simplifica a vida do motorista, que não precisa abrir o capô ou se preocupar com leituras incorretas.

3. Monitoramento Adicional: Além de medir o nível de óleo, alguns sistemas eletrônicos avançados também monitoram a temperatura e a qualidade do óleo, calculando inclusive a saturação do óleo com combustível e alertando o motorista sobre a necessidade de uma troca de óleo ou a presença de contaminantes.

4. Integração com o Sistema de Diagnóstico: Esses sistemas são integrados ao sistema de diagnóstico a bordo (OBDs – On Board Diagnostic soquet), permitindo que os dados sejam analisados por mecânicos durante manutenções regulares. Isso melhora a precisão dos diagnósticos e pode ajudar na identificação de problemas antes que se tornem graves.

5. Menor emissão: Por mais vedadas que sejam as varetas de óleo (muitas tem anéis “O” de vedação) ela é uma “porta” para a entrada (prejudicando o sistema de blowby) e também para a saída de vapores de óleo do carter, sujando o meio ambiente,

Desvantagens e Considerações

Apesar das vantagens, os sistemas eletrônicos de checagem de óleo não estão isentos de críticas. A principal desvantagem é a possível dependência excessiva da eletrônica, o que pode levar a falhas se os sensores não funcionarem corretamente. Além disso, a substituição ou reparo desses sensores pode ser caro, especialmente em comparação com a simplicidade das varetas de óleo.

A ECU do motor, baseada nas informações do nível, qualidade e temperatura do óleo pode tomar decisões erradas se o senso falhar, o que pode ser também danoso ao motor.

Impacto na Manutenção Automotiva

Para oficinas e centros de manutenção, a transição para sistemas eletrônicos de checagem de óleo representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. A necessidade de investir em equipamentos e treinamento para lidar com essas novas tecnologias é evidente. No entanto, o ganho em precisão diagnóstica e a possibilidade de oferecer um serviço mais ágil e eficaz são inegáveis.

Os sensores de nível de óleo (e de temperatura – exemplo de um sistema ultrassônico)


O sensor de nível e temperatura do óleo envia um pulso ultrassônico verticalmente ascendente e mede o tempo decorrido até que esse pulso seja refletido para o sensor a partir da superfície superior do óleo.
Um segundo pulso de referência também é transmitido através de uma distância de referência. Os períodos de tempo do primeiro e do segundo pulso são comparados e o sensor calcula a altura do óleo no carter; de posse desta informação, o sensor converte os resultados para um sinal PWM e o envia para o ECU, que converte a frequência do sinal em um volume óleo.

Para a temperatura é utilizado um sensor do tipo NTC para determinar a temperatura do óleo. O sensor mede a temperatura de óleo e converte o sinal do sensor para um sinal PWM para o ECM, que converte a frequência do sinal em uma temperatura.

Se o nível de óleo estiver incorreto ou ocorrer uma falha de sistema, uma mensagem de alerta é exibida no central de mensagens do conjunto do painel de instrumentos


Painel de instrumentos de um Land Rover modelo Discovery 4 TDV6 3.0 que possui esta tecnologia desde 2010

Conclusão

A transição das varetas de óleo para os sistemas eletrônicos de checagem representa um avanço significativo na manutenção automotiva, trazendo maior precisão, praticidade e segurança para os motoristas.

Embora existam desafios associados à adoção dessa nova tecnologia, os benefícios superam as desvantagens, tornando essa evolução um passo natural e positivo para o futuro da indústria automotiva. A modernização contínua dos veículos, impulsionada por inovações como essa, reflete o compromisso da indústria em oferecer soluções que atendam às demandas de segurança e eficiência dos consumidores modernos.

Vista de cima de um sensor ultrassônico de óleo (2) de um Land Rover Discovery TDV6

Luiz_Fraga_Agnost

Luiz Fraga é um engenheiro mecânico automotivo (pela FEI), com Pós Graduação em Análise de sistemas (pela FECAP) e mestrado em Engenharia Automotiva pela USP. Possui vasta experiência na indústria automotiva (desenvolvimento de peças), incluindo gerência de engenharia e importação de peças para veículos. É proprietário da The Specialist 4×4 Service e da Diagnos_Specialist uma oficina especializada em Land Rover e veículos 4×4. Além disso, é membro de diversas associações de engenharia e tem contribuído como consultor técnico e colaborador em revistas especializadas. www.thespecialist.com.br | Instagram: thespecialist_service | Instagram: diagnos_specialist

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