Faz algum tempo que o tema de gestão para oficina vem ganhando cada vez mais importância no nosso mercado, e na realidade desde que a empresa foi constituída isto deve fazer parte essencial do negócio. Tive a oportunidade de acompanhar alguns colegas que possuíam uma experiência técnica bastante aprimorada, de fato era aquele técnico que resolve qualquer situação. Você deve saber do que estou falando, o carro do cliente passou por diferentes profissionais e, ainda assim, o problema continuava. Então o dono do carro buscava por este técnico experiente e ele resolvia a questão, no entanto, sua grande expertise técnica e seu orgulho por isso, fazia com que ele deixasse a gestão da oficina em segundo plano.
O resultado disso é que alguns deles conseguiram se reerguer após sofrerem com crises financeiras, porém outros não tiveram uma condição financeira suficiente e acabaram por fechar as portas, e terem que buscar recolocação em outras empresas. O sonho de ter o próprio negócio foi interrompido.
Vamos fazer uma comparação da importância na gestão da oficina que os indicadores têm, entre outras coisas tão fundamentais quanto, com a cabine de um avião, por exemplo. Para que a aeronave saia do chão, decole, basicamente necessita de um bom motor e de uma fuselagem de aerodinâmica adequada. Qual comparação com a oficina? Bem, suponha que o “motor” é você e sua equipe de mecânicos, vocês são bons no que fazem, dominam o assunto técnico, diagnosticam corretamente e resolvem o defeito do veículo. E a fuselagem? Esta é sua estrutura física, ou seja, suas instalações, seus elevadores, seus ferramentais, e equipamentos, o que também acredito ser apropriado à sua operação. Agora, feita esta comparação, no avião é ligar os motores e “dar potência”, e lá vai ele para o alto. Na oficina é trabalhar, como já fazem, e as coisas acontecem.
Agora, uma vez que o avião está no ar, são necessários vários indicadores para levá-lo com segurança aonde se deseja, por exemplo, qual altitude, velocidade, bússola para indicar direção, quantidade de combustível, condições do tempo à frente, entre outros. Caso contrário não adianta um motor excelente e uma fuselagem de aerodinâmica tão boa quanto, que este avião está destinado a sofrer um acidente.
Na oficina, com a equipe de técnicos trabalhando e com sua estrutura adequada, também se “levanta voo”, mas os indicadores são extremamente importantes, como por exemplo: o ticket médio, as horas trabalhadas; o custo da hora por mecânico; o valor da hora vendida; o percentual da venda de peças e de serviços no faturamento; entre outros. Sem indicadores não há gestão eficaz, e assim a falta deles, no caso da oficina, gera uma forte tendência para uma dificuldade financeira. Fica no ar aquela frase tão conhecida no nosso meio: “Trabalho muito , não tenho tempo para mais nada, mas não vejo a ”cor” do dinheiro.”
Tenha uma boa gestão de sua oficina, acompanhe, e alinhe sempre seus indicadores. O melhor cenário é a oficina possuir um software de gestão, pois os melhores do mercado fornecem dados importantíssimos para todo o processo, como também para tomadas de ações.
Mais um detalhe que se faz necessário comentar, assim como é importante os indicadores para que o avião chegue ao seu destino de forma segura, também é importante que o piloto saiba interpretar e tomar as decisões corretas para que isto aconteça, afinal de contas é ele quem está no comando. Na oficina não é diferente, quem está na gerência da empresa, uma vez com os indicadores, deve saber interpretar e tomar as decisões corretas. Para tudo há de se aprimorar sempre os conhecimentos, seja um piloto de avião, um gestor de oficina, bem como para todos os tipos de negócios.
Mas, então? Como estão seus indicadores? Como você tem lidado com eles? Sucesso nos seus negócios!
Paulo Souza é Técnico em Mecânica, Bacharel em Administração de Empresas, pós-graduado em Saúde e Segurança no Trabalho. Palestrante e Consultor em Gestão de Oficinas Mecânicas. Siga o Paulo Souza no Instagram / Siga o Paulo Souza no Linkedin
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