A chegada do Navio BYD Explorer No.1 ao Brasil com mais de 5.500 veículos elétricos e híbridos reacende o debate sobre os impactos da importação no mercado automotivo nacional. O Sindipeças e a Anfavea reforçam a necessidade de uma recomposição da alíquota do Imposto de Importação para evitar um desequilíbrio que pode comprometer a produção local, os investimentos e a geração de empregos no setor.
Desafios para a indústria automotiva brasileira
Desde a redução das alíquotas de importação – atualmente em 18% para elétricos, 20% para híbridos plug-in e 25% para híbridos convencionais –, o Brasil tem assistido a um aumento expressivo na entrada de veículos importados. No último ano, mais de 120 mil veículos de origem chinesa foram vendidos no país, um volume três vezes maior que em 2023, com um estoque de mais de 40 mil unidades.
Segundo a Anfavea, “nenhum país do mundo com indústria automotiva instalada possui uma barreira tão baixa para importações”, tornando o Brasil um alvo fácil para montadoras estrangeiras que enfrentam tarifas muito mais altas em mercados como EUA, Canadá e Europa.
Investimentos ameaçados e risco ao emprego
A indústria automotiva brasileira vem se recuperando de um período de crise, com mais de R$ 180 bilhões anunciados para investimentos, boa parte destinada ao desenvolvimento de modelos eletrificados. Além disso, o Programa MOVER prevê um aporte adicional de R$ 60 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.
No entanto, a importação em larga escala pode comprometer esses investimentos, afetando diretamente a cadeia produtiva e os 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos gerados pelo setor.
O apelo por medidas urgentes
A chegada do Navio BYD Explorer No.1 destaca a necessidade urgente de revisão das políticas de importação. O Sindipeças e a Anfavea defendem a recomposição imediata da alíquota de 35% para veículos híbridos e elétricos, garantindo um equilíbrio saudável na balança comercial e incentivando a produção nacional.
Além disso, é fundamental que o governo avance na regulamentação do Programa MOVER, garantindo previsibilidade para os investimentos das montadoras e um ambiente competitivo justo para o setor automotivo brasileiro.