Centro de Desmontagem Circular AutoPeças promove reaproveitamento
A Stellantis inaugurou o Centro de Desmontagem Veicular Circular AutoPeças, sistema que fomenta um modelo de consumo mais sustentável e contribui na pontuação do Mover, promovendo a reciclagem de veículos e o reaproveitamento de peças automotivas.
Por: Rodrigo Samy | Fotos: Divulgação
Investimento e capacidade do Centro de Desmontagem
Localizado em Osasco (SP), o Grupo Stellantis investiu R$ 13 milhões na construção do centro, que deverá criar cerca de 150 postos de trabalho.
A unidade tem capacidade para desmontar até 8 mil veículos por ano e reaproveitar peças não utilizadas, estendendo a vida útil dos componentes.

As peças usadas em perfeitas condições, recuperadas dos veículos desmontados, serão comercializadas em canais físicos e digitais, incluindo DPaschoal e DPK, além de um atendimento físico no Centro de Desmontagem Veicular Circular e loja no Mercado Livre. Em breve, haverá também uma plataforma de e-commerce.
Como funciona a desmontagem e reaproveitamento
O centro recebe veículos sinistrados, classificados como perda total, ou automóveis no fim de sua vida útil, adquiridos por meio de leilões. Eles passam por um processo estruturado e regulamentado de desmonte, garantindo destinação ambientalmente correta de peças e materiais.
Ao chegar, o veículo passa por área de descontaminação, retirando óleos, combustíveis e outros fluidos. Em seguida, técnicos avaliam a condição geral do veículo e seus componentes através de testes e inspeções detalhadas.

Peças aptas ao reaproveitamento são separadas para reuso ou remanufatura. As reutilizadas recebem limpeza com produtos biodegradáveis e são etiquetadas com rastreabilidade do Detran. Cada veículo recebe uma “carteira de desmonte” contendo até 49 grupos de peças com rastreabilidade total, incluindo informações sobre o veículo de origem, quem realizou o desmonte e a procedência da peça.
O ciclo completo de reciclagem veicular no Brasil
O reaproveitamento de peças automotivas enfrenta desafios no Brasil. Estima-se que a frota tenha cerca de 48 milhões de veículos, dos quais 2 milhões chegam ao fim de sua vida útil anualmente, mas apenas 1,5% recebem destino ambientalmente correto. O mercado de reciclagem de carros tem potencial de atingir R$ 2 bilhões por ano.
“Em um mundo impactado pela escassez de matérias-primas, garantir acesso a recursos críticos é estratégico e reduz impactos ambientais”, afirma Laurence Hansen, vice-presidente sênior global de Economia Circular.
Histórico e pioneirismo na reciclagem de veículos
Pensando no reaproveitamento e descarte adequado, a Porto criou a Renova Ecopeças, pioneira no mercado de reciclagem de carros. Todas as vendas seguem critérios de rastreabilidade e segurança do Detran, garantindo conformidade legal e peças em perfeitas condições.
Peças de itens de segurança não são reaproveitadas; são totalmente recicladas. Segundo Daniel Morroni, diretor da Renova Ecopeças, o negócio precisou dobrar a estrutura para o próximo ano. A capacidade é para desmontar 10 mil carros por ano, conforme a demanda, incluindo veículos antigos e modernos, como VW Fusca. No ano passado, foram desmontados 3 mil veículos; a previsão para o próximo é de 4.200.

Complexidade e demanda de peças
Morroni explica que há grande complexidade e variação de modelos, exigindo cálculo cuidadoso na aquisição de lotes de carros fora de circulação. A procura é maior por peças de motores, câmbio, lataria e conjuntos ópticos.
Evolução da reciclagem automotiva
A indústria automotiva e de autopeças busca criar um ciclo de melhor aproveitamento do que é produzido. A reciclagem de veículos começou a se estruturar em 2013, inicialmente para legalizar os desmanches. Hoje, com o preço do aço e outros insumos altos, a reciclagem de veículos é estratégica e ambientalmente necessária.
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