Injeção direta, turbo, eletrônica embarcada, híbridos, elétricos, exigem conhecimento técnico para o balconista de autopeças atender bem o cliente
No Brasil a indústria de automóveis foi durante muitos anos concentrada em quatro fabricantes, Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen. Consequentemente, a linha de veículos também era pequena. Sendo assim, o número de peças e componentes que as lojas de autopeças mantinham em estoque também era menor. E o balconista conseguia até decorar a localização nas prateleiras das peças mais buscadas.
Nos dias de hoje, esse tipo de atendimento é impossível, pois o número de marcas e modelos da frota circulante está próximo dos 45 milhões de veículos. O presidente do Sincopeças Brasil, Ranieri Leitão, acompanha essas mudanças e evoluções. “O comércio de autopeças segmentado em atacadistas e varejistas compõem uma parcela importante nos elos que formam a poderosa cadeia de valor da reposição automotiva no Brasil, hoje apontado como o 4º maior mercado de aftermarket automotivo global com sua frota atingindo mais de 60 milhões de unidades considerando motocicletas”.
O presidente da entidade representante dos varejos de autopeças, explica que, o atacado de peças, segundo o anuário do comércio de autopeças do Brasil 2022/2023 do Sincopeças Brasil, mantém 7.188 empresas, enquanto o varejo atinge a marca de 62.153 micro e pequenas empresas. “Este último segmento é o responsável por cerca de 500 mil empregos, e entre eles o nosso querido balconista de autopeças”, afirma.
Ranieri destaca que a profissão de balconista evoluiu, pois em outubro de 2021 a sociedade organizada formada por empresas, consumidores e neutros, elaboraram a primeira Norma Técnica ABNT do comércio de autopeças, a NBR 16.999 – Qualificação de vendedor de peças e acessórios para veículos.
Mesmo a norma tendo sido denominada “vendedor de peças”, ela iniciou como balconista de autopeças, porém, o dirigente diz que, “por unanimidade dos participantes e sem qualquer objeção quando do período de consulta pública, demonstrou que o balconista evoluiu naturalmente para vendedor, situação esta resultante da evolução do próprio mercado e do desejo de evolução destes que estão na linha de frente e atendem com maestria os profissionais reparadores e consumidores finais”.
E ainda, outros fatores levaram a evolução dos profissionais do varejo de autopeças. “A complexidade da tecnologia dos veículos automotores, o aumento substancial dos códigos de peças, também forçaram a evolução do balconista, cujo processo de transição para vendedor foi possível graças a tecnologia do catálogo de peças a exemplo do sistema Fraga que revolucionou a organização deste setor e proporcionou ao balconista/vendedor se adaptar e evoluir”, complementa Ranieri.
Certificação do IQA reconhece competência de vendedores de autopeças
Durante a Automec, o Instituto da Qualidade Automotiva- IQA, lançou a certificação específica para os balconistas e vendedores de autopeças. A certificação foi criada para reconhecer as competências técnicas e trazer um diferencial competitivo para o profissional que atua no comércio varejista de peças e acessórios para veículos. Ela foi desenvolvida com o apoio institucional do Sincopeças (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos).
A iniciativa é um reconhecimento de que o profissional está qualificado tecnicamente para prestar o serviço e impulsionar os resultados em vendas do negócio. “Essa certificação é uma importante ferramenta para elevar o nível de qualidade e resultados do varejo automotivo, ao capacitar seus profissionais a oferecerem um atendimento ainda mais especializado e eficiente aos clientes”, afirma o superintendente do IQA, Alexandre Xavier.
Processo de certificação
A certificação atende instruções da norma ABNT NBR 16999:2021 que estabelece os requisitos e a sistemática para qualificação de vendedores de peças automotivas. Para obter o reconhecimento, o profissional precisa realizar uma prova online com 50 questões.
O exame avalia os conhecimentos e habilidades do participante sobre estrutura e componentes veicular, aplicação e consulta do catálogo de peças, compatibilidade e intercambialidade de componentes, informática básica, processo de garantia e atendimento ao cliente, e quesitos ambientais relacionados ao descarte e reciclagem adequada, conforme legislação vigente.
A certificação de profissionais de autopeças é de carácter voluntário, com validade de 36 meses (no 1º ciclo). A prova é realizada online. Em caso de reprovação, o candidato tem a possibilidade de refazer o exame uma vez. O certificado pode ser obtido por profissionais com ensino médio completo ou superior, que possuam experiência mínima de dois anos na área ou treinamentos técnicos específicos, como reparação automotiva ou de atendimento em lojas de autopeças.
A importância do profissional balconista, ou vendedor de autopeças é reconhecida nacionalmente, pois ele tem ‘um dia para chamar de seu’, ou seja, 26 de novembro, o Dia do balconista de autopeças.
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