Olá, amigo reparador, seja bem-vindo a mais uma edição da Revista Reparação Automotiva, sempre trazendo em cada coluna, cada página, informações que contribuem para o crescimento do setor no Brasil. Trago para esta edição, um tema polêmico: DIAGNÓSTICO! Afinal, o que é DIAGNÓSTICO AUTOMOTIVO?
Antes de responder à pergunta, vou falar de algo que ocorre em todas as regiões do país, onde a cada treinamento, a cada consultoria aplicada, sempre surge o mesmo debate:
Diagnóstico deve ou não deve ser cobrado? É ou não proibido por lei?
O que diz o Código de Defesa do Consumidor:
A cobrança de diagnóstico é permitida, mas o fornecedor deve informar o consumidor previamente e obter a sua aprovação. O fornecedor deve também garantir que a informação “cobra-se pelo diagnóstico”, esteja sempre visível aos clientes.
Por que temos esta confusão de cobrar ou não diagnóstico? Porque muitos não sabem o que realmente é diagnóstico. Isto mesmo, não sabem o que é diagnóstico.
Há uma incoerência entre diagnóstico e equipamentos de diagnose.
Então vamos responder, afinal o que é DIAGNÓSTICO AUTOMOTIVO:
Diagnóstico é o processo analítico de que se vale o especialista ao exame de um problema ou de um quadro de falhas apresentado, para chegar a uma conclusão. É a parte de um serviço executado voltado à identificação de uma eventual falha. Um conjunto de dados, formado a partir de sinais e sintomas, histórico da ocorrência das falhas, é analisado pelo profissional qualificado com base em informações técnicas e normas técnicas, agregando informações de técnicas complementares de outros equipamentos de diagnóstico, somando os resultados. A partir dessa síntese, é feito o planejamento para a eventual intervenção e reparo do veículo. Grande e crescente é o número de técnicas complementares de diagnóstico.
Conceito entendido, vamos ao passo a passo.
- O diagnóstico automotivo começa ao receber o veículo na oficina:
- Ouvimos o cliente, o que tem a relatar, geralmente começa aqui:
Acendeu uma luz amarela no painel, depois que abasteci, lavei o carro, emprestei o carro, várias hipóteses são apresentadas.
- O reparador, explica ao cliente que o diagnóstico é um serviço, que demanda tempo, conhecimento e ferramental apropriados, gerando um custo por este serviço, que é cobrado a parte do reparo. Após alinhar com o cliente, aprovando a execução, segue-se para o passo 4,
- Acessar o veículo com scanner apropriado e atualizado, para obter as informações da UCE, seguindo o processo para identificação da falha.
Obtendo os DTC’s, códigos de falhas, o reparador segue adiante com as análises. AQUI É ONDE MUITOS ERRAM!
Ainda existe um erro gritante em nosso meio, pois muitos reparadores por falta de treinamento, de busca de informações, continuam errando, entendendo que um DTC, é o suficiente para condenar ou substituir uma peça.
O mais comum, quando encontramos falhas do tipo, P0300, 0301…, já vão para troca dos componentes de ignição e injetores.
Uma falha de combustão, pode ser gerada por muitos fatores:
- Falha de Ignição,
- Falha de Injeção,
- Falha de vedação de cilindros pelas válvulas,
- Falha de um coletor variável,
- Falha de sincronismo do motor,
- Falha de componentes variáveis como as polias de comando, etc.
Por isto, afirmo que, o diagnóstico primeiramente demanda CONHECIMENTO TÉCNICO!
- Análise de sincronismo do motor,
Hoje um dos grandes aliados do diagnóstico é saber utilizar, interpretar e conhecer o uso do Osciloscópio automotivo e os acessórios complementares. Com ele conseguimos avaliar vários problemas, desde um motor com falhas mecânicas, como sincronismo, vedação de válvulas e compressão, além de outros testes.
- Na sequência, temos testes mecânicos, que jamais devem ser desprezados:
Vou trazer um fato, onde outros testes nos levaram a um diagnóstico de funcionamento. O cliente relatou que seu Ford Fusion estava fumaceando na rodovia ao acelerar. Nenhuma luz de anomalia acesa, um aumento de consumo de combustível foi notado. Parou o veículo, foi conferir nível de óleo lubrificante, ele estava em excesso. Ao trazer o veículo para a oficina, realizamos a extração via máquina de sucção:
O veículo estava com 2 litros de óleo a mais.
Analisamos o lubrificante:
Poluído, contaminado por combustível.
Analisamos os injetores:
Estavam gotejando e injetando em excesso.
O cliente relatou que o ocorrido foi após um abastecimento em posto de rodovia, onde seguia em viagem. Então analisamos o combustível:
Após a análise do combsutível onde foi identificado excesso de água na mistura, montamos um orçamento para o reparo.
AFINAL, O QUE È DIAGÓSTICO?
É a soma dos resultados de cada análise realizada ao conhecimento técnico, seguindo normas técnicas e manuais técnicos, formando um relatório final, apontando o reparo eficaz do defeito ou falha encontrada.
Assim, caro amigo leitor, reparador automotivo, encerramos mais uma matéria, deixando um alerta:
Diagnóstico é um serviço, deve ser cobrado, porém tem a contrapartida de assertivo, não pode ser por chute, achismo, dicas de internet.
Busque aperfeiçoamento técnico de qualidade, invista em equipamentos eficazes e bom serviços. Até a próxima edição.
Continue conosco, nas mídias sociais: @profleandromarco, @generaltechctp. Até a próxima!
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