Depreciação, novas tecnologias e alcance – os desafios da Eletrificação no Brasil e no mundo
Na edição passada, quando escrevi sobre eletrificação com ênfase em infraestrutura, destaquei: “Querendo ou não, gostando ou não”, o caminho da eletrificação é um caminho sem volta. Reafirmo isso! A Stellantis, no final de 2024, lançou o Pulse e o Fastback com tecnologia semi-híbrida (Bio Hybrid), ou híbrido leve.
Essa tecnologia será dominante no Brasil, com lançamentos constantes nos próximos anos por quase todas as marcas. Este primeiro nível de eletrificação é ideal para o nosso país, por seu custo acessível (aproximadamente US$ 350,00), garantindo uma redução nas emissões em 20% e no consumo entre 10 a 15%. Para 2030, estima-se que 25% das vendas de carros novos terão essa tecnologia, com forte crescimento nos anos seguintes. Outros 25% serão híbridos, híbridos plug-in e elétricos puros.
A bateria é o item mais oneroso em um veículo elétrico puro e relevante nos veículos híbridos. As dúvidas dos consumidores sobre veículos eletrificados dizem respeito às baterias. Estudos da Recurrent indicam que a média de garantia é de 8 anos, ou 160 mil quilômetros, e apenas 1,5% dos modelos precisou de troca em garantia.
Estima-se que a bateria dure entre 15 e 20 anos, com veículos operando a 80% da capacidade. Segundo o Sindipeças, a vida média de um veículo no Brasil é de 11,1 anos. A perda de desempenho da bateria não deve ser um problema, afetando principalmente modelos antigos. O maior dilema é o alcance e novas tecnologias. Modelos futuros com baterias de estado sólido permitirão recargas de 80% em 15 minutos, atingindo cerca de 1.000 km, contra a média atual de 550 km.
Se economicamente viáveis, essas baterias impactarão negativamente as atuais. Outros desenvolvimentos em materiais também podem causar transtornos. Atualmente, a depreciação do veículo elétrico é maior que a dos veículos a combustão. Entretanto, o consumidor perceberá os veículos elétricos como interessantes, tecnológicos e de baixa manutenção, revertendo a alta depreciação. Difícil prever quando e com qual tecnologia, mas isso acontecerá!
Outro ponto relevante: somos um mercado menor e atrasado em relação aos americanos e europeus. Teremos acesso a soluções acertadas por eles, antecipando a resolução de problemas. Nesses países, programas de reciclagem de baterias e garantias estendidas já combatem melhor a depreciação. No Brasil, a reciclagem é embrionária, prevista pelo Mover, sem detalhamento; garantias acima de 8 anos começaram agora. Em breve, teremos mão de obra qualificada, oficinas especializadas e mais oferta, diminuindo os custos de reparação e melhorando a depreciação.
O futuro será eletrificado! Queira ou não, goste ou não!

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