O Programa Carro Sustentável contribuiu para que os emplacamentos de veículos novos continuem em alta.
Com exceção de máquinas agrícolas e de construção (que não são emplacadas), todos os segmentos da frota tiveram resultados positivos de venda para o mercado interno em julho, quando 451 mil novos veículos chegaram às ruas do Brasil.
No ano já foram adicionados mais de 2,76 milhões de novas unidades que passaram a integrar o volume total circulante no país, que está próxima de atingir 80 milhões unidades entre todos os segmentos, descontado o natural sucateamento, com são denominados veículos descartados por idade avançada e altíssima quilometragem rodada.

Em julho o mercado de reposição de peças, que sazonalmente é forte devido a manutenção preventiva e corretiva por conta das férias escolares, também foi favorável para o varejo de unidades novas. Segundo analistas, parte por efeitos de antecipação de compras dos consumidores finais receosos com os desdobramentos dos efeitos da super taxação americana sobre produtos brasileiros, que poderiam respingar também no segmento automotivo, com o BC interferindo na alta da taxa Selic, o que impactaria mais os juros e o crédito, desestimulando a compra de veículos novos.
Isso não ocorreu, o Copom manteve a Selic em 15% a.a. e o governo americano acena agora com medidas de afrouxamento em relação ao que havia anunciado que faria.
Parte dos resultados são explicados também por efeito do Programa Carro Sustentável, que zerou o IPI de veículos 1.0 com até 115 cv, cujo objetivo é estimular as montadoras a produzir carros com valores menores e menos poluentes.
Em julho, São Paulo foi o estado que mais vendeu veículos com 25% de participação, seguido por Minas Gerais com 20,8%, Paraná com 7,1% e Santa Catarina com 5,1%.
Os veículos eletrificados atingiram 23.509 unidades em julho, equivalentes a 10,7% do total de vendas no mês, resultado que representa uma alta de 56,3% comparação ao mesmo período do ano anterior.
As projeções para este ano se mantêm com boa perspectiva, a exceção está para a linha comercial pesada que deverá sofrer forte impacto por créditos e pela sensibilidade empresarial sobretudo do agronegócio, ainda na incerteza dos impactos das medidas da super taxação.
No segmento de motos, os resultados continuam apresentando desempenho satisfatório. A expectativa é de que o setor deverá ultrapassar a marca de 2 milhões de unidades vendidas em 2025.
As justificativas desse crescimento estão principalmente pelo aumento do uso das motos para entregas e locomoção urbana, efeito do fenômeno que tem fortalecido a mobilidade nas grandes cidades.
O crescimento para todo o setor de veículos deve atingir 6% mais em relação ao ano anterior, mas essas projeções estão sob olhar atencioso dos analistas, ainda por conta das incertezas do cenário econômico.
Participação das marcas no acumulado até junho

No segmento de automóveis e comerciais leves somados, a Fiat mantém liderança participando com 21,5% de todos os veículos emplacados no ano de 2025, seguida pela Volkswagen que sustenta o segundo posto administrando um share de 16,7%, e a Chevrolet na terceira posição do acumulado do ano com 10,6%. A Toyota fica em quarto com 7,9% e a Hyundai em quinto com 7,6%.
Entre as 5 marcas estão concentrados 64,2% das vendas de automóveis e comerciais leves no mercado nacional, agora com 0,4 pontos acima dos números de junho.
Já no segmento de caminhões e ônibus a Mercedes-Benz é líder com 31% de todo emplacamento, seguida pela VW T&B (25,5%), Volvo (14,6%), Scania (10,6%) e Iveco (8,2%). Estas marcas concentram 89,9% de todos os veículos comerciais pesados emplacados e vendidos até junho, mesmo valor que estava em maio.

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