Olá, amigo reparador, tudo bem? É um prazer estar contigo em mais uma Edição da Revista Reparação Automotiva, compartilhando o dia a dia de nosso setor. Nesta edição trazemos o tema: Afinal o defeito é Elétrico, Mecânico ou Químico?
Recebemos diariamente veículos com defeitos, falhas diversas, e muitos deles faz lembrar de uma propaganda antiga de um shampoo para caspa, o DENOREX, que trazia o seguinte slogan: “Parece, mas não é!”
Em julho de 2019, gravávamos nos estúdios da Indústria MTE-THOMSON, o curso Eletrólise, para o canal Oficina do Saber, da fabricante.
Apresentamos neste curso as falhas que ocorrem no funcionamento do motor devido a este efeito eletroquímico no sistema de arrefecimento. Muito bem, mostro agora nesta edição alguns defeitos, que chegam nas oficinas, aparentando ser um e na verdade é outro. Tenha uma boa leitura e análise das situações.
CASOS DE OFICINA
Pois bem, sempre chega nas oficinas veículos com falhas e defeitos, cujos sintomas indicam ser a mesma coisa, ao realizar um diagnóstico mais a fundo, descobrimos que a causa e o problema são totalmente diferentes. Dentre estes e outros, sempre existem falhas que apresentam:
• Luz de anomalia acesa,
• Falha de combustão,
• Falha no controle de emissões,
• Falha de controle de temperatura do motor, entre outras.
VAMOS A CASOS REAIS.
Caso 01 – Elétrico ou Químico?
Veículo: Citroën C3 1.4 Flex
Falha: Luz de anomalia acesa Código de falha (DTC): P0118- Sensor de Temperatura do Líquido Refrigerante (ECT), alta voltagem.
Diagnóstico: Ao realizar todas as análises referentes ao Sensor ECT (Temperatura do Motor), identificamos, que não havia falhas do sensor, nem de seu chicote elétrico, muito menos da central eletrônica do motor, mas que havia uma interferência elétrica sobre ele causado pela tensão gerada pela eletrólise, que é uma reação eletroquímica entre a solução água x aditivo para arrefecimento. Este processo, amigo reparador, poderá estudá-lo a fundo nas vídeo aulas do Curso Eletrólise.
A Eletrólise, não só causa a corrosão de peças em alumínio, ferro, latão, bem como a componentes plásticos, como tubulações e cavaletes dos sistema de arrefecimento. Outro fenômeno que ocorre no sistema e contribui para deterioração pela eletrólise, é o Fenômeno ROUGE, onde há ação do óxido ferroso no sistema, aumentando a condução elétrica. Este fenômeno será apresentado em nosso novo curso no canal oficina do Saber, MTE-THOMSON.
Presença do fenômeno Rouge, indicado pela cor avermelhada, marrom no sistema de arrefecimento. Solução: Limpeza do sistema, aplicação de aditivo homologado pela montadora o FLUD/DS896. Resposta: Eletroquímico!
Caso 02: Elétrico ou Mecânico
Veículo: BMW X1 N52
Falha: Luz de anomalia acesa
Código de falha (DTC): 2AAD = sensor da árvore de cames de admissão, sinal implausível.
Diagnóstico: após realizar os testes de respostas elétricas e sinais de sincronismo do motor, vácuo do motor, com multímetro, osciloscópio e vacuômetro, respectivamente, identificamos uma falha mecânica, na admissão de ar no motor.
Ao abrir a tampa de válvulas foi possível identificar falha na polia variável do eixo comando de admissão, veja:
Os parafusos de alumínio, que fecham a polia estavam quebrados.
Após a troca dos componentes, o veículo foi liberado. Caso interessante, por ter sido o eixo de admissão que tem o VALVETRONIC instalado nele, não houve empenamento de válvulas. Resposta: Defeito Mecânico!
Caso 03- Defeito Elétrico, Mecânico ou Químico?
Veículo: Honda City 1.5
Falha: Luz de anomalia acesa
Código de falha (DTC): P0325- mal funcionamento do sensor de detonação.
Diagnóstico: O veículo chegou no reboque, cliente relatou que ele acendeu a luz de anomalia, fez barulho estranho e não tinha força, depois não entrou mais em funcionamento. Ao analisar o veículo, verificamos que ele havia perdido a compressão.
De cima abaixo, todo carbonizado a famosa borra, formada por reação química entre o lubrificante de má qualidade, combustível pior ainda e o tempo de troca excessivo.
Resposta: Defeito Químico!
Bom Pessoal, encerramos assim mais uma matéria, espero que nos encontremos na próxima edição, até lá! Treinamentos? Fale conosco: (34) 3312-2727 ou (34) 99886-2728