Novos veículos que demandarão peças e serviços a partir de 2023

Em 2023 cerca de 43 milhões de veículos necessitam de reparos corretivos ou preventivos. Os Novos veículos que demandarão peças e serviços a partir de 2023 Esta frota deve movimentar cerca de R$ 50 bilhões nos canais da reposição automotiva

As estimativas do volume de veículos que irão demandar peças e serviços no segmento da reposição automotiva em 2023 chega perto de 45 milhões de unidades, de todos os segmentos, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e até máquinas agrícolas. Essa frota carente de reparação, deverá movimentar um montante aproximado de R$ 50 bilhões em todos os canais, desde fábricas até consumidores finais, passando por intermediários da cadeia como distribuidores, varejistas e aplicadores.

O faturamento líquido nominal da indústria de autopeças deve chegar a R$ 188,5 bilhões em 2023, sendo que aproximadamente 16% deste montante será destinado para atender a demanda de reposição (concessionárias das marcas, mais mercado independente), o que equivale a R$ 33,1 bilhões (já com impostos) das fábricas para os distribuidores, gerando uma circulação de quase R$ 100 bilhões entre todos os elos da cadeia (varejo, aplicadores e consumidores finais).

Este volume financeiro será gasto com peças e serviços em um dos 110 mil pontos de atendimento espalhados pelo país (mecânicas de veículos leves comerciais e pesados, retíficas de motores, oficinas de colisão, oficinais de motos, borracharias e acessórios). Não estão considerados nestes números de atendimento, cerca de 30 mil postos de combustíveis e mais 3 mil postos especializados em trocas de óleo e filtros. Embora o número pareça animador, ele se baseia no envelhecimento da frota – principalmente de veículos de passeio, que vão demandar mais manutenção e, consequentemente, maior número de componentes substituídos. O levantamento da Audatec Marketing indica ainda que vai aumentar o número de automóveis com 12 anos ou mais de uso, passando dos atuais 41% da frota para 45% já no próximo ano. Com isso, a porcentagem de carros novos vai se manter estável, em torno de 14%. Os automóveis de passeio devem ser responsáveis por 62% dos negócios do setor, enquanto os veículos pesados responderão por 28% e as motocicletas pelos 10% restantes.

O quadro abaixo, dividido em 2 grupos, permite uma análise mais objetiva do que se deve realmente considerar, quando se mede o volume de emplacamento e a demanda proporcional que será gerada.

Na esquerda do quadro, estão registrados os volumes emplacados nos anos de 2019 até 2021 dos 25 veículos leves e comerciais mais emplacados. Nas colunas do quadro da direita, aplicados os coeficientes de sucateamento e curva de retenção, é possível conhecer o volume que realmente gerará demanda em 2023 de cada um deles. Por exemplo: a soma de Chevrolet Onix emplacados entre 2019 e 2021 foi de 450.229 unidades, mas apenas 233.442 deles demandarão peças e serviços em 2023. Vale lembrar que, aqui não se considera a demanda de troca de óleo, acessórios e/ou pneus.

Enquanto as montadoras estão avançando na produção de veículos híbridos, eletrificados e autônomos, os consumidores estão mudando e ficando mais voltados para a não propriedade, sobretudo atentos aos veículos compartilhados e elétricos, que em futuro não muito distente farão parte do cenário cotidiano das nossas ruas e estradas, não mais que até 2030.

Novas fontes de receita também chegarão, como dados e conectividade, mobilidade sob demanda, além da venda de autopeças voltadas para estes automóveis.

Para o segmento da reposição independente e tradicional, a atenção deve estar com o movimento futuro das fabricantes de veículos, cada vez mais interadas e participativas no atendimento das demandas com veículos já fora do prazo de garantia. Daí o crescimento cada vez maior (não apenas com produtos, mas também com serviços) da Mopar (veículos do Grupo Stellantis), Motrio (Grupo Renaylt), PCA (Peugeot e Citroën), para citar apenas algumas das grandes montadoras. Mesmo assim, existem oportunidades crescentes no setor, tanto na distribuição de autopeças como na aplicação de autopeças e serviços. Para se ter ideia, nos Estados Unidos apenas quatro grandes empresas dominam 50% desse mercado, enquanto no Brasil as quatro maiores possuem cerca de 10%. 

Já as oficinas de reparação automotiva no Brasil, embora sejam em número muito menor que nos Estados Unidos, também atendem menos automóveis, o que revela uma falta de consciência dos proprietários com a manutenção. Cada oficina americana responde por quase três vezes mais veículos que as brasileiras. São 70 milhões de veículos para um total de 110 mil oficinas. Então, caso ocorra uma mudança de comportamento por parte dos consumidores do Brasil, isso vai representar outra oportunidade de negócios, embora por aqui o comportamento econômico e social seja distinto e com grandes divergências comparativas em relação ao mercado americano.

^{* Excluídas demandas de peças e serviços em concessionárias das marcas. Critério de cálculo: Audatec Marketing,}

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