As transmissões automáticas da AISIN-WARNER, empresa recentemente adquirida pela Toyota, com sede na cidade de Anjo, no Japão, tem durante décadas, equipado uma grande porcentagem dos veículos automáticos pelo mundo, devido à sua qualidade e diversidade de aplicações e motorizações, procurando atender as exigência cada vez maiores dos fabricantes e dos governos, no quesito eficiência energética e controle de emissões no meio ambiente.
Aqui no Brasil, estas transmissões passaram a equipar os veículos Vectra A, fabricados pela General Motors já no ano de 1993, com 4 marchas à frente, utilizando o fluido AC DELCO Dexron IIE, o mais utilizado na época. Também equipou durante anos os veículos Mitsubishi TR4 e as picapes L200 e mais recentemente os Pajero Sport diesel e gasolina.

Tratando-se de veículos nacionais, a General Motors continuou utilizando esta transmissão nos veículos de tração dianteira, nos Vectra B a partir de 1996 e Vectra C a partir de 2006, Astra C e Zafira, todos de 4 velocidades, com a nomenclatura AISIN AW 50-40 LS/LN. Ela deixou de equipar estes veículos em 2011, quando a GM mudou para uma transmissão de fabricação própria, de 6 velocidades. Vale notar que durante todo este período, a AISIN foi alterando seu produto para atender as exigências governamentais de emissão de poluentes, instalando controle de Neutro, embreagem do conversor de torque e outras novidades em sua transmissão.

A FIAT brasileira também utilizou esta mesma transmissão AW 50-40 no Marea automático, até meados da década de 2000. Durante a década de 90, também, a própria Toyota passou a utilizar aqui em nosso país a transmissão A240/A245 no Corolla de fabricação nacional, transmissões estas equipadas com embreagem no conversor de torque e controle eletrônico, para melhorar o consumo e diminuir os poluentes emitidos pelos veículos.

Com a busca cada vez maior por transmissões mais eficientes, a própria Volkswagen brasileira e a AUDI, passaram a utilizar as transmissões AISIN TF60 ou, na nomenclatura própria Audi/VW, a transmissão 09G de 6 velocidades, a partir de 2005, transmissão esta utilizada até hoje no Virtus, VW Beetle, Audi A3, Audi A4, Jetta, Passat, Polo, Bora e vários outros, e a variante 09D no Tiguan e Touareg.

Com as tendências recentes para a utilização das transmissões CVT, falando-se em termos de eficiência energética muito mais eficientes, a AISIN iniciou a fabricação das transmissões CVT leves, aplicando-as em seus produtos a partir de 2015.
Uma reclamação dos usuários de transmissões automáticas CVT, nos veículos Toyota principalmente, sempre foi a sensação de patinação durante o inicio do movimento do veículo, quando o esforço nas superfícies da correia metálica e das polias é maior, e contribuindo para a rápida degeneração das moléculas do fluido ATF. Isto se tornava mais notório nas saídas com o veículo carregado e em subidas. A Aisin tentou compensar esta característica das transmissões CVT aumentando a pressão aplicada às polias, através da modificação do software, porém isto resultou em um número enorme de quebras da transmissão com baixa quilometragem, alguns com apenas 17 a 20.000 quilômetros.
Para diminuir estas quebras, era necessário reparar as transmissões com um grande custo, e efetuar uma reprogramação de software no concessionário, para evitar uma nova quebra. Porém o problema da sensação de patinação e baixo desempenho em saídas a partir da imobilidade continuava. Isto gerou grande insatisfação dos clientes dos veículos Toyota, uma vez que muitas quebras ocorriam após o período de garantia dado pela fábrica.
A partir de 2020, a Aisin lançou, especialmente para os veículos Corolla e Lexus topo de linha, tais como o Altis e o L300, e o Corolla Cross, uma nova transmissão CVT mais avançada, conhecida como DCVT, utilizando para a 1ª marcha e marcha à Ré uma engrenagem aplicada hidraulicamente que se encarrega de iniciar o movimento do veículo, desviando das polias CVT o esforço inicial para movimentação do veículo, e poupando assim as polias e a correia metálica do enorme esforço de saída, e prolongando a vida do fluido ATF.

Dessa forma, com a utilização de uma engrenagem para fazer a primeira marcha e a marcha à Ré, elimina-se também a sensação de patinação inerente às transmissões CVT convencionais, pois o que temos nesta transmissão é um comportamento como o de uma transmissão manual, embora ela seja equipada com conversor de torque e embreagem Lock-Up. A partir de 40 quilômetros por hora, aproximadamente, a engrenagem é desaplicada hidraulicamente pelo modulo de controle da transmissão, e as polias passam a manter o veículo em movimento acima dessa velocidade, tendo um comportamento suave nas mudanças de marchas e maior economia de combustível e redução nas emissões de poluentes. Esta transmissão fornece ao veículo uma seleção de 10 marchas, obtidas através de software especial. Podemos considerar esta a última palavra, até aqui, em termos de transmissões CVT eficientes e duráveis. O tempo dirá se estamos certos ou não.
O que nos reserva o futuro em termos de transmissões? Hoje temos uma ampla gama de veículos com diversos meios de propulsão. Veículos híbridos, veículos elétricos, a combustão interna, e as transmissões devem se adequar a cada tipo para tornar viável seu movimento.
O técnico reparador automotivo, especialista em transmissões, deverá sempre estar familiarizado o mais possível com as diferentes transmissões que surgem, para prestar sempre um bom serviço ao cliente. Um ótimo mês de trabalho a todos e até a próxima edição!!!

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