Uma corrente mal lubrificada pode, além de danificar o conjunto de relação da moto, causar seu travamento – e isso pode ser a origem de um futuro acidente. Para evitar transtornos como esse, a Motul, multinacional especializada em lubrificantes e fluidos de alta tecnologia, recomenda aos motociclistas quatro dicas úteis para utilização adequada do lubrificante na corrente da moto:
1- Limpar cuidadosamente sujeiras e resíduos: tão essencial quanto a lubrificação da corrente, a limpeza de sujeiras e resíduos deve ser feita cuidadosamente e seguindo alguns procedimentos fundamentais — caso contrário, a lubrificação pode não ser eficiente. “Em correntes com retentores, o uso de solventes genéricos pode danificar o funcionamento do conjunto. Esses anéis de vedação podem sofrer avarias por conta de gasolina, diesel e querosene, por exemplo”, explica Caio Freitas, engenheiro de Aplicação da Motul Brasil.
2- Aplicar o lubrificante certo de forma adequada: a utilização do lubrificante adequado, uniforme e abrangente em todos os elos não pode ser escassa nem excessiva. A falta de lubrificação da corrente irá contribuir para o mal funcionamento do conjunto de transmissão, de modo a reduzir sua vida útil, assim como o uso de lubrificante em excesso. “A aplicação exagerada de lubrificante pós-limpeza pode provocar o esparramamento do produto por outras partes, sujando paralamas, quadro, balança, entre outros componentes, devido à rotação da roda, podendo até contaminar os pneus e interferir em sua aderência”, diz Freitas.
3- Observar com frequência as condições da corrente: a periodicidade para lubrificar a corrente de uma moto varia bastante de acordo com o modo de uso. Condições de muita contaminação por sujeira, poeira, terra, areia ou dias chuvosos aceleram a necessidade de limpeza e relubrificação. “Em geral, é preciso acompanhar o estado da corrente semanalmente — ou diariamente em casos de uso severo — e fazer a reaplicação quando necessário”, alerta Freitas.
4- Checar regularmente o estado do conjunto de transmissão: os componentes mais afetados com a falta de lubrificação da corrente são a coroa e o pinhão, além da própria corrente – os três itens formam o conjunto de transmissão final — ou conjunto de relação, como é popularmente conhecido. “A falta de lubrificação contribui para o aumento das folgas, reduzindo drasticamente a vida útil de todo o conjunto”, afirma Freitas. Para prevenir essa ocorrência é imprescindível verificar o estado das três peças, fazer a limpeza e a lubrificação apropriadas, e verificar o conjunto após situações críticas, como chuvas.
Modelo x lubrificante adequado
Para selecionar o lubrificante de corrente adequado, é essencial compreender qual a finalidade da moto e o modelo que será utilizado. Veja, abaixo, produtos da Motul que atendem diferentes necessidades:
- O MOTUL MC CARE C2 CHAIN LUBE ROAD é o lubrificante ideal para motos de uso urbano. O produto possui equilíbrio entre durabilidade e aglutinação de sujeiras na transmissão. Sua aplicação é recomendada para todas as motocicletas que não passem por estradas de terra e não rodem muito em rodovias;
- O MOTUL MC CARE C4 CHAIN LUBE FACTORY LINE foi desenvolvido para utilização em altas velocidades. Ao correr em um autódromo ou pilotar em uma rodovia, a temperatura de trabalho da corrente aumenta, provocando uma queda da viscosidade do lubrificante. Já a velocidade elevada de operação da corrente causa grande força centrífuga. Juntos, ambos os fatores acarretam uma grande tendência de expulsão do lubrificante. O C4 não deve ser usado em motos que rodem predominantemente em trajetos urbanos, independentemente da cilindrada, pois seu aditivo adesivo fará com que as sujeiras da cidade grudem na corrente e gerem um desgaste precoce caso não seja feita a limpeza com assiduidade;
- O MOTUL MC CARE C3 CHAIN LUBE OFF ROAD é destinado a aplicações off-road. Sua formulação repele a areia e a terra, evitando que haja acúmulo de material abrasivo na relação. No entanto, o C3 não é destinado apenas para motos de trilha ou motocross – também pode ser usado, por exemplo, em uma Big Trail que realiza uma viagem com terreno misto (asfalto + terra). O Chain Lube Off-Road, por repelir areia e terra, contém o menor nível de aderência à corrente. Por isso, a reaplicação do lubrificante deve acontecer com maior frequência.
Freitas ressalta que produtos inadequados para limpeza podem dificultar a aderência do lubrificante à corrente, complicando a lubrificação correta. “Para a limpeza de correntes sugerimos o MOTUL MC CARE C1 CHAIN CLEAN, um desengraxante extraforte capaz de remover a lubrificação anterior e as sujeiras. O Chain Clean é compatível com todos os retentores do mercado sem causar ressecamento”, indica.
“Vale utilizar, durante a aplicação do C1 CHAIN CLEAN, uma escova com cerdas plásticas para auxiliar na remoção da sujeira”, destaca Freitas. “É importante que a aplicação seja uniforme e feita em todos os elos da corrente. Para uma melhor aderência é preciso aguardar até o lubrificante secar e, se necessário, reaplicá-lo para garantir a proteção.”