O que compõe o preço da gasolina? Sindipostos-CE explica
A alteração no preço da gasolina, seja para mais ou para menos, é uma constante no mercado. Os motivos pelos quais há uma variação com tanta frequência são vários e vão muito além das modificações nos preços das refinarias, cujas alterações podem demorar para chegar até o cliente final. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE) explica o que compõe o valor dos combustíveis.
“Junto ao aumento dos impostos, o preço estipulado pela Petrobras é uma das variáveis mais importantes para haver uma alteração do preço dos combustíveis. Porém, a chamada ‘cadeia de combustíveis’ é composta não só pelas refinarias, mas também pelas distribuidoras e pelos postos de combustível, o que pode tornar o processo de entrega do novo preço ao consumidor final mais lento”, afirma Antônio José, assessor de assuntos econômicos do Sindipostos-CE.
Essa demora é causada, muitas vezes, pela ausência de repasse dos preços mais baixos aos postos pelas distribuidoras – pois, já que estas adquiriram os combustíveis por um preço mais alto, elas perderiam lucro ao diminuir o repasse antes de comprar novas reservas por um preço menor.
“Como não é possível comprar direto das refinarias, precisamos esperar que o fluxo da cadeia de combustíveis chegue até nós, de maneira que não percamos o dinheiro investido inicialmente, para então repassar para o consumidor. Além disso, o petróleo não é encaminhado às distribuidoras apenas pela Petrobras, por exemplo, temos produtos que são refinados no exterior e importados por outros “players” do mercado ou as próprias distribuidoras, e também, existem refinarias privadas no Brasil cujos preços são independentes da Petrobras”, explica Novais Neto, presidente do Sindipostos Ceará.
A gasolina além da cadeia de produção
Outra variável se dá a partir da livre concorrência entre os postos, especialmente no que diz respeito a preços locais ou regionais. “Cada dono de posto tem liberdade para estipular seus valores, e muitos deles baixam para obter lucro mais rápido, sendo seguidos pelos concorrentes, de modo a evitar que seu empreendimento seja prejudicado. Dessa maneira, quando há uma baixa em momentos como esse, já não é mais possível baixar o preço, pois o desconto foi feito previamente”, explica Antônio José.
Além disso, é preciso considerar os custos de transporte, manutenção e segurança dos postos, que costumam variar entre 70% e 80% do lucro mensal obtido, e a variação do mercado internacional, do dólar e dos fretes, que interferem diretamente na margem de lucro bruto.
Confira as principais notícias do setor no portal da Revista Reparação Automotiva.