Neste artigo vamos analisar dois casos que geram insônias na vida dos reparadores, falhas comuns motores 2.0 TSI, presentes nos veículos AUDI Q3 2.0 TSFI ano 2015 e um VW TIGUAN 2.0 TSI ano 2013, ambos com defeitos chamados de crônicos
Olá, amigo reparador, tudo bem? Já estamos no segundo semestre de 2023, o tempo voa não é mesmo? Como o tempo não para, na verdade nem anda mais, voa mesmo, hoje em dia é tudo muito corrido. Nestas condições as oficinas em um piscar de olhos ficam defasadas em tecnologias, correto? De certa forma sim, porém já temos tecnologias há mais de 10 anos no mercado, que até os dias de hoje geram insônias na vida dos reparadores. Uma delas está nos motores TSI e TSFI, do Grupo Volkswagen, muito comum nas montadoras VW, Audi e Porsche. Vamos analisar as falhas comuns motores 2.0 TSI e TSFI 2.0 TSI, presentes nos veículos AUDI Q3 2.0 TSFI ano 2015 e um VW TIGUAN 2.0 TSI ano 2013.
Falhas comuns nos motores 2.0 TSI e TSFI
O AUDI Q3, chegou para realizar o Diagnóstico Avançado por Imagem, onde, como procedimento técnico seguimos todos os passos em sequência, igual já abordamos em edições anteriores:
1. Ouvir o relato do cliente: Conforme relatado pelo cliente, veículo mantém a luz de anomalia de injeção eletrônica acesa constantemente.
2. Obter dados pelo scanner: Os códigos de falhas encontrados apontavam o seguinte:
A) P2015 – Válvula de controle do coletor de admissão,
B) P01040 – Sonda 2 sem atividade,
C) P1114 – Sonda 2 Resistência muito Alta
D) P1950 – Eletro ventilador do arrefecimento com dificuldade de movimento.
De posse das leituras de scanner seguimos para o procedimento seguinte, mas antes é preciso esclarecer um detalhe que foi tema de ouras edições em nossa coluna:
A leitura de dados com scanner, não é o DIAGNÓSTICO, é apenas o início do processo das análises, pois algumas falhas ocultam a real falha do sistema analisado.
3. Análises de medições com equipamentos específicos: Como apresentou falha da Sonda Lambda 02, é preciso começar as análises específicas por este item, por quê? Porque a Sonda 02 é responsável por apontar todo o resultado da combustão do veículo, até mesmo apontar falha catalítica.
Para análise correta de sensores de oxigênio, todos e qualquer modelo e tipo de aplicação, utilizamos um equipamento específico que já apresentamos em outras edições, o HY1000 – SENSOR TEST, equipamento desenvolvido em parceria pela MTE-THOMSON e HYBRID HE-CONTROLS.
Analisando o funcionamento da Sonda 02 com o SENSOR TEST HY1000, foi identificado que a sonda funciona perfeitamente:
Pode ser visto que o aquecedor (resistência) da sonda está ok, que o valor da resistência está ok e a corrente elétrica ok.
Como o veículo em funcionamento apresenta mistura ideal, tensão de resposta em mV correta, corrente elétrica A, correta e a relação ar/combustível AF 13,2 padrão para veículo abastecido com gasolina.
Como funciona esta análise com o SENSOR TEST HY1000?
O equipamento, é conectado ao conector da sonda diretamente, removendo a ligação do conector do chicote de injeção eletrônica. O SENSOR TEST HY1000, assumi a função da central eletrônica do motor gerenciando o funcionamento do sensor a ser analisado, fornecendo a alimentação elétrica, pulsos PWM e analisando o sinal de resposta e medindo a resistência aquecedora do sensor lambda.
Assim foi possível determinar que a Sonda Lambda não possui defeito, então seguimos a análise que envolve o funcionamento ideal deste motor.
Para uma queima ideal, sabemos que vários fatores estão envolvidos:
a) Qualidade do combustível,
b) Ar admitido,
c) Temperatura do motor,
d) Compressão do motor, etc.
Como existe o registro de falha do eletro ventilador do radiador, foi o próximo passo.
Encontrado aqui a seguinte falha:
Este veículo possui dois eletros ventiladores, o menor está travado, fazendo com que a unidade eletrônica de controle de arrefecimento acione por mais tempo o eletro de maior velocidade como prevenção ao superaquecimento, assim mantendo o veículo mais frio, com temperatura mais baixa que o ideal. Porém ainda resta mais uma falha muito comum de encontramos na linha TSI e TSFI 2.0, o coletor de admissão variável
A falha ou defeito de coletor variável destes motores estão ligadas a dois fatores muito comuns:
1- Carbonização dos motores por aplicação de lubrificante incorreto ou troca demasiadamente acima do km especificado e combustível de baixa qualidade,
2- Manutenção de forma incorreta do veículo.
Por que afirmo isto? Porque, tenho clientes com veículos com estes motores que já chegaram a casa dos 240 mil km e nunca trocaram esta peça, ou tiveram qualquer problema com o mesmo. A falha do coletor de admissão, aliada a temperatura controlada erroneamente, causou conflitos no sistema, acusando de forma incorreta o sensor de lambda.
TIGUAN 2.0 TSI 2013 baixando níveis do líquido de arrefecimento
O outro defeito crônico ou falha comum, ocorreu no TIGUAN, dotado do mesmo sistema, porém a falha deste caso é o sistema de arrefecimento com vazamentos.
A ELETRÓLISE, ainda continua sendo um grande defeito colocado nos veículos atuais. Persiste a prática de aplicação de aditivos de arrefecimento diluídos de forma incorreta ou de baixa qualidade. Neste caso outros sistemas têm sofrido bastante danos, que são os casos dos trocadores de calor do câmbio automático.
Vazamentos do líquido de arrefecimento do motor, deixando uma marca esponjosa colorida, com densidade alta, como uma casca residual.
Este resíduo, indica a presença de cloramina, substância oriunda do cloro presente na água, que diluíram o aditivo. A diluição de aditivo correta é com água deionizada para os motores atuais, assunto que abordaremos na próxima edição da Revista Reparação Automotiva.
Analisando este líquido de arrefecimento, pode-se verificar sua química com presença de sal, condutividade elétrica e PH tendendo a acidez.
Conforme a tabela de níveis de PH, abaixo de 7 (neutro) é ácido, corrosivo, bem como os níveis de salinidade (SALT) em 0,39% que deveriam estar em 0,05%. E a condutividade elétrica micro Siemens (uS) em 7800. Estes fatores anulam a eficácia do aditivo arrefecedor. Sempre indico ao amigo reparador que aplique o aditivo de qualidade, homologado e normatizado, pronto para o uso, aqui na General Tech, aplico Tirreno e Delphi. Nunca defina aditivo pelo preço, caso vá aplicar aditivo concentrado, realizando a diluição, compre água deionizada e não desmineralizada, preferencialmente da mesma marca do aditivo, para não haver reações prejudiciais.
Bom amigo reparador, chegamos ao fim de mais uma edição, te aguardo na próxima que iremos apresentar a: ADITIVAÇÂO do SISTEMA DE ARREFECIMENTO.
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