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Manutenção básica em transmissões CVT

Fique atento a temperatura e principalmente, siga a recomendação da montadora ao substituir o fluido nas transmissões CVT

Falando em manutenção, as transmissões CVT continuamente variáveis precisam de atenção ou até maior frequencia nas trocas de fluido e filtro, do que uma transmissão automática convencional, e muitos dos procedimentos básicos são exatamente os mesmos. Pelo lado do diagnóstico, uma transmissão CVT é internamente menos complicada do que uma transmissão automática convencional de 6 ou 8 marchas.

Como qualquer transmissão automática, a condição e nível do fluido em uma unidade CVT determinará o desempenho da mesma. A cor do fluido para algumas transmissões CVT é o verde enquanto que, outras tem um fluido de coloração amarela. O fluido pode escurecer com o tempo à medida que ele oxida, assim como os fluidos de coloração vermelha.

Os fluidos das transmissões CVT são diferentes dos fluidos das transmissões automáticas convencionais por três motivos. Primeiro, um fluido CVT deve proteger contra o desgaste da correia metálica ou da corrente. Segundo, o fluido possui uma estabilidade contra cisalhamento devido aos altos requisitos de pressão existentes nos variadores e na bomba. Terceiro, o fluido deve trabalhar e proteger os materiais de fricção das embreagens à frente e da Ré junto com a embreagem de partida, se equipada.

A temperatura é um outro requisito unico de velocidade constante no fluido de transmissão. O fluido deve suportar as temperaturas existentes nos variadores e embreagens para cumprir seu trabalho. Muitas destas transmissões modernas utilizam um aquecedor que trabalham com o liquido de arrefecimento do motor, a fim de que o conjunto motor/transmissão entre rapidamente em sua temperatura normal de trabalho.

O aquecedor pode também ser um arrefecedor quando o fluido está lubrificando e arrefecendo os componentes internos. Alguns câmbios CVTs podem ter um complexo sistema com termostatos para manter o fluido na temperatura correta. Por exemplo, podem existir combinações de liquido de arrefecimento/óleo ou óleo/ar externo com trocadores de calor.

Ao examinar a condição do fluido, pode nos assustar quando retiramos o cárter de algumas unidades CVTs. No filtro e nos ímãs existentes, podemos ver uma grande quantidade de resíduos metálicos durante a primeira troca de fluido. Esta condição é normal para uma transmissão CVT. O metal é proveniente das polias (variadores) e da correia metálica ou corrente. O caminho do fluido é projetado para capturar estes resíduos metálicos e levá-los aos ímãs e ao filtro ou filtros existentes.

O nível do fluido é crítico para um veículo equipado com transmissão CVT. Se houver pouco fluido, a transmissão não fará as mudanças corretamente, e o ar poderá entrar no corpo de válvulas e bomba que alimentam os variadores. Uma transmissão CVT com excesso de fluido poderá fazer com que ele se torne aerado, pois entra em contato com as peças móveis da transmissão. O ar pode alterar a maneira como as polias e solenoides controlam a posição das placas. Isto pode causar patinação e códigos de falha de rotação incorreta da transmissão. Também, a falta de lubrificação poderá danificar a correia metálica ou corrente.

Correia metálica de uma transmissão CVT

O ajuste do nível do fluido é critico após uma troca de óleo ou de filtros ou qualquer reparo na transmissão onde houver perda de fluido. Para verificar o correto enchimento do fluido na transmissão, é necessário um scaner e talvez, em alguns casos, de uma ferramenta (vareta medidora) especial.

Qualquer fluido para transmissão aumentará de volume à medida que aquece. Muitos fabricantes de fluidos para transmissões CVT indicam uma temperatura padrão para verificar e ajustar o nível de fluido. A temperatura normalmente é verificada utilizando o sensor interno da transmissão, montado usualmente no corpo de válvulas. Adivinhar a temperatura ou utilizar um termômetro infravermelho externo não são práticas recomendadas.

A outra razão para uma temperatura específica é observar o trocador de calor da transmissão. Muitos trocadores de calor são controlados por um termostato e o fluido não circulará até que uma temperatura pré determinada seja alcançada.Alguns sistemas CVT possuem uma vareta de verificação de nível, enquanto que outros precisam de uma ferramenta especial, a ser inserida em um local específico da transmissão.Ainda algumas transmissões possuem um tubo de verificação de nível no cárter para ajuste do nível final.

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Deixar de seguir as recomendações quanto ao correto procedimento pode levar à uma transmissão trabalhar com excesso ou falta de óleo. Frequentemente, este erro é notado quando o cliente deixa a oficina. Os sintomas podem ser uma má qualidade das mudanças e ruidos. Devido às altas pressões dentro de uma transmissão CVT, pode ser necessário adquirir um novo manômetro com escala ate 1.000 PSI ou maior. O que as medições de pressão podem te informar? Muita coisa! As transmissões CVTs típicas possuem tomadas de pressão próximas à bomba de óleo, variadores e embreagens à frente e Ré. Adicionalmente, algumas transmissões CVTs possuem tomadas para a embreagem do conversor de torque (LockUp) e embreagem de partida. O que podemos testar com as medições de pressão? Assim como em uma transmissão automática convencional, as leituras de pressão podem confirmar a operação mecânica dos atuadores, a precisão dos sensores de pressão e se existem eventuais vazamentos internos.

Nas informações de serviço, podemos encontrar as especificações para as leituras de pressão para os diferentes circuitos hidráulicos: Pressões de manutenção e de liberação para um determinado circuito. No caso dos variadores (polias), as pressões poderão variar com a relação comandada pelo TCM. Mesmo se tivermos uma leitura de pressão de linha, ainda necessitamos verificar a operação elétrica dos solenoides.

Lembre-se sempre que a melhor politica em se tratando de manutenção em transmissões automáticas é sempre utilizar o fluido recomendado pelas montadoras, especialmente no caso das transmissões CVT. O uso de fluidos mágicos ou MULTI, que são preparados para uma grande variedade de transmissões não são os melhores fluidos quando se quer dar ao cliente uma utilização sem  problemas na transmissão CVT.

Pela importãncia mostrada aqui na utilização de fluidos e da necessidade de substituição frequente do mesmo, especialmente nas transmissões CVT, fica evidente que estes fluidos mágicos mais prejudicam do que ajudam o técnico, ao longo do tempo. Se você deseja dar ao seu cliente o melhor pelo dinheiro dele, utilize sempre o fluido recomendado pelo fabricante.

Até o próximo mês e um ótimo trabalho a todos. – APTTA Brasil

Acompanhe o artigo do especialista Carlos Napoletano sobre o funcionamento do sistema Sistema Start/Stop nas transmissões FORD e GM
Carlos Napoletano – Diretor Técnico da Aptta Brasil www.apttabrasil.com

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