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Abrir a segunda oficina: 5 erros que você deve evitar

Se você deseja abrir a sua segunda oficina automotiva, prepare-se para se reinventar como empresário

Ao longo desses 22 anos à frente da Oficina Inteligente, tive a oportunidade de acompanhar a trajetória de muitos empresários da reparação focados em expandir o próprio negócio. Por mais que a jornada de cada um deles seja muito particular, um divisor de águas comum a todas elas sempre me intrigou: o momento de abrir a segunda oficina.

Nesta etapa, o risco do fracasso costuma ser bastante alto. Muitos empresários se veem obrigados a recuar, fechando a segunda unidade pouco tempo depois de abri-la. Outros, ainda simplesmente quebram por não conseguirem recuar a tempo.

Os motivos variam – neste artigo, vou falar apenas sobre os 5 principais – mas a raiz é uma só. Ao final da nossa conversa, pretendo revelá-la e, é claro, trazer dicas essenciais para você evitar cada um dos erros a seguir.

1. Achar que pode estar presente em dois lugares ao mesmo tempo

É natural que todo dono de oficina desenvolva uma gestão centralizadora. Afinal, para o empreendedor da reparação, a oficina é como um filho, e o seu comportamento esperado é o de estar sempre presente e atuante no dia a dia dela.

Entretanto, diante de uma postura dessas, os funcionários geralmente costumam reagir de forma bastante dependente, de modo que essa supervisão constante passa a ser necessária para mantê-los motivados.

Nesse sentido, tal modelo de gerenciamento pode até dar certo na primeira unidade. Porém, ao abrir a segunda oficina, torna-se humanamente impossível fazer o mesmo nos dois lugares.

Assim, o resultado é previsível: os colaboradores se sentem abandonados e as coisas saem do controle nas duas unidades.

2. Bancar a segunda oficina com o faturamento da primeira

Uma empresa demora, em média, de 18 a 24 meses para dar retorno. No caso de uma oficina automotiva, a realidade não é diferente: o lucro demora para aparecer.

Entretanto, é comum no meio da reparação o pensamento equivocado de que esse período de consolidação só ocorre na abertura da primeira oficina. Dessa forma, muitos ignoram o fato de que a segunda unidade é, na prática, uma nova empresa.

Como consequência disso, muitos donos de oficina abrem a segunda unidade com o dinheiro da primeira e contam, desde o primeiro mês, com o retorno já consolidado na matriz, partindo também do raciocínio de que as duas oficinas são uma empresa só.

O retorno, naturalmente, não vem. Pior: em alguns casos, em vez de perceber e recuar, o empresário passa a bancar o funcionamento da segunda unidade com o faturamento da primeira.

O final não poderia ser mais trágico: sem lucro dos dois lados, o negócio fracassa como um todo.

3. Esquecer que abrir a segunda oficina é dobrar o seu número de processos (e gerenciá-los com equilíbrio)

Todo empresário da reparação sabe que a dinâmica de uma oficina automotiva envolve vários processos que devem operar em perfeita sincronia.

Porém, nem todos sabem que, para que isso aconteça, não basta defini-los: é preciso acompanhá-los e fazer ajustes constantes.

Posto isso – e tendo em vista que a abertura de uma segunda unidade duplica esses processos – muitos donos de oficina esquecem a necessidade de supervisionar o andamento das atividades da primeira unidade e mergulham de cabeça na estruturação dos processos da nova oficina.

A consequência disso é inevitável: o abandono desestabiliza a primeira empresa e coloca o todo o empreendimento a perder.

4. Não ter em mente que nem sempre o primeiro gerente da segunda unidade dá certo

Muitas vezes, o empresário da reparação abre a segunda oficina contando com um braço direito já definido.

Entretanto, é comum que a realidade do dia a dia, além da rotatividade típica de um negócio em consolidação, acabe frustrando esse plano inicial. Esse risco, embora normal, nem sempre é calculado pelo proprietário no momento de abrir a segunda unidade.

Tendo em vista que substituir uma gerência envolve uma seleção muito mais complexa (principalmente devido ao fator da confiança), o tempo gasto no processo pode gerar uma instabilidade ainda maior e, consequentemente, o insucesso da unidade.

5. Não entender que abrir uma segunda oficina é começar um novo negócio do zero 

Este último erro é, sem dúvidas, a raiz dos demais. Nele, o dono de oficina acredita que, para abrir uma nova oficina, basta replicar a fórmula de sucesso da primeira.

Ao fazer isso, entretanto, ele desconsidera uma série de variáveis que tornam a segunda um desafio totalmente diferente da primeira.

Uma segunda oficina conta com outros funcionários, está localizada em outro lugar e, consequentemente, vai atrair uma nova clientela. Ignorar esses fatores é, sem dúvida, a atitude mais perigosa para a sobrevivência de uma segunda oficina.

Como evitar todos esses erros na hora de abrir a segunda oficina

Diante de tudo isso, se você deseja abrir uma segunda unidade, tenha em mente que você está voltando ao ponto de partida. Isso é um fato não só em relação à oficina em si, mas ao modelo de negócio com o qual você está lidando.

Com essa mentalidade, agora podemos seguir para o checklist do que é necessário para encarar essa nova realidade:

  • Garanta o seu capital de giro : não dependa do dinheiro da segunda oficina para conduzir a segunda. Invista no caixa da nova unidade e/ou, se necessário, negocie a aprovação de uma linha de crédito junto ao banco e os seus fornecedores para não gastar tEsá odas as suas economias logo na abertura;
  • Invista quanto antes em mudanças no seu estilo de gerenciar: aprenda a delegar e a organizar a rotina da sua primeira oficina para que ela consiga funcionar sem a sua presença. Assim, é mais fácil replicar essa dinâmica na segunda;
  • Dedique tempo para selecionar os seus gerentes e crie uma rotina separada com cada um deles: procure sempre analisar e testar possíveis candidatos a esse tipo de função antes da abertura e depois dela, bem como construir uma rotina de contatos com cada um dos gerentes do seu negócio. É importante que esse acompanhamento ocorra de forma individualizada, afinal, cada unidade possui questões específicas que não devem ser tratadas com todos os gerentes em conjunto.
  • Use a tecnologia a seu favor: para garantir uma supervisão de qualidade sem depender do presencial, além do contato diário com a sua equipe por ligação ou WhatsApp – essencial para o direcionamento de vendas – procure investir em câmeras de segurança nas duas unidades, armazenagem de arquivos online para compartilhar processos e, principalmente, em um sistema de gestão completo e capaz de integrar as informações das suas duas oficinas. Para este último ponto, vale a pena reforçar que a Oficina Inteligente sempre será a sua melhor escolha.

Cesar Coimbra é especialista em sistemas de gestão e inteligência de negócios para a reparação automotiva, com MBA em Tecnologia da Informação e certificação pela Franchising University. Vivencia o cotidiano e as necessidades do setor desde 1995, tanto no gerenciamento e TI de redes de centros automotivos quanto na gestão da própria oficina, e fundou a Oficina Inteligente em 2002 com a missão de oferecer soluções integradas, ágeis e seguras para a operação do setor. Também é um dos diretores do Grupo RAE, entidade responsável por promover conhecimento técnico para toda a comunidade reparadora do ABC paulista.

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