O mapa da reposição automotiva no estado de São Paulo

Segundo o IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas são 15 regiões que compõe a distribuição administrativa do estado de São Paulo, denominadas como mesorregiões

Por: Sérgio Duque

O estado de São Paulo representou aproximadamente 31,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024.

A economia do estado de São Paulo é uma das mais diversificadas e sólidas de todo país e cresceu cerca de 3,5% em 2024 em relação a 2023, alavancado pelos setores de indústria e serviços, além de forte atuação das áreas científica e tecnológica. A expectativa de crescimento para 2025 é de 2,01% em relação a 2024.

É o principal centro financeiro do país, por isso apresenta o maior e mais completo parque industrial, o que significa atuação em diferentes tipos de produção.

O PIB paulista, na casa dos U$ 703,4 bilhões, é maior que o de países como Polônia, Portugal, Suécia, Bélgica, Argentina, Áustria, Noruega, Irlanda, Singapura e Dinamarca e coloca o estado como a terceira maior economia e maior mercado consumidor da América Latina.

Entre suas principais potencialidades, o estado é o maior produtor mundial de suco de laranja, açúcar e etanol. Possui o maior porto – o de Santos – e o maior aeroporto – Guarulhos – da América Latina, e abriga quatro das dez das melhores faculdades da região. O território paulista sedia 19 das 20 melhores rodovias do Brasil e 80% dos eventos de negócios da América Latina, além de ser o maior centro de lazer e entretenimento da região.

 Analistas do mercado esperam que a economia brasileira desacelere em 2025, impulsionada por uma série de fatores macroeconômicos nacionais e internacionais, como gastos do governo (ainda acima da previsão), taxas de juros altas e com tendência a manter-se assim, além dos efeitos Trump com taxas e políticas protecionistas.

Indústria

Os principais polos industriais do Estado

  • Região Metropolitana de São Paulo: as indústrias instaladas nessa região atuam principalmente no desenvolvimento de tecnologias e fabricação de autopeças e montagem de automóveis.
  • Vale do Paraíba: indústrias que produzem aeronaves como a Embraer, veículos como a General Motors e Volkswagen, além de produzir alta tecnologia, eletroeletrônicos, têxtil e química.
  • Campinas: as indústrias dessa regional concentram na produção, sobretudo de automóveis, tecnologias, petroquímicas e têxteis.
  • Região Administrativa Central: abriga importantes empresas de diversos ramos e produtos.

Participação no PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 2024 foi de 30,9% sobre o total, com o estado participando diretamente nas exportações que renderam cerca de US$ 38 bilhões na composição da balança comercial brasileira.

Destaque nas exportações para:

  • Veículos e peças: 17,8%.
  • Aviões, helicópteros e aero peças: 11,6%.
  • Produtos agroindustriais soja, carnes, café e papel: 10,8%.
  • Açúcar e álcool: 7,8%.
  • Metalomecânico: 8,7%
  • Suco de laranja: 5,5%.
  • Eletrônica e telecomunicação: 4,1%.
  • Outros produtos agrícolas: 5,2%
  • Diversos: 28,5%

Agricultura

Na prática agrícola São Paulo configura-se como um grande produtor em diferentes culturas, dentre muitas, as principais são: cana-de-açúcar, laranja, milho, soja, banana, tomate, mandioca, batata, feijão, algodão herbáceo e café.

Pecuária

Destaca-se na criação de bovinos, suínos e aves em geral.

Dados sociais

É dividido em 645 municípios e sua área total é de 248.219,5 km², o que equivale a 2,9% da superfície do Brasil, sendo pouco maior que o Reino Unido, com 44 milhões de habitantes que representam cerca de 22% da população brasileira. É o estado mais populoso do Brasil e a subdivisão nacional mais populosa do continente americano, com mais habitantes do que todos os outros países da América do Sul, exceto Argentina e Colômbia.

O setor automotivo no estado de São Paulo

No estado de São Paulo estão instaladas fábricas de 20 das 52 montadoras de veículos e máquinas agrícolas, respondendo por 38,5% da produção nacional. Porém, conta com 1.179 concessionárias para cobrir a demanda de veículos novos em 645 municípios, representando apenas 23,2% em total do país. Não foi considerado a estatística referente ao segmento de 2 rodas.

O faturamento nominal da indústria de autopeças cresceu 13,3% em 2024 em relação a 2023. Em termos reais o aumento foi de 9,9%, segundo o Sindipeças.

Diversos fatores contribuíram para o crescimento da receita dos fabricantes de autopeças no ano passado, como: bom desempenho da produção automotiva que cresceu 9,7% em relação ao ano anterior; a melhora do mercado de trabalho que encerrou o ano com cerca de 1,7 milhão de novos postos formais, taxa de desemprego em 6,2% e aumento do rendimento real em 12%; oferta de crédito abundante, a despeito do aumento da taxa básica de juros a partir de setembro; suave queda da inadimplência de pessoas físicas e jurídicas e estabilidade no mercado de reposição.

Na participação do faturamento geral do setor o segmento da reposição aumentou 13,6%, com aumento observado de 16,7% nas vendas para linha leve e de 1,4% para a linha pesada.

Os negócios com autopeças e serviços no mercado de reposição brasileiro, fizeram circular R$ 78,87 bilhões em 2024 (números ainda estimados), considerando-se valores desde a saída das fábricas (com impostos) até o consumidor final. 63% desse valor são decorrentes da venda de peças e 37% da mão de obra. No estado de São Paulo esses valores geraram volumes de negócios estimados em R$ 22,08 bilhões.

No total são aproximadamente 65 milhões de usuários de peças e serviços automotivos de todos os modais, com atendimento dividido entre vários tipos de prestadores, desde varejos e centros automotivos, até aplicadores diretos da reparação como reparadores, funileiros, retíficas de motores e especialistas em elétrica.

No entanto, 29% da frota circulante brasileira está concentrada no estado de São Paulo. A maior participação entre os segmentos é de automóveis, com 34,6% do total Brasil. A menor está na família de motos.

Quando analisamos o total da frota circulante emplacada no estado (29% do total Brasil) e comparamos com o total geral de consumo de combustível (25,2%), permite-se estimar que o estado é exportador de demanda automotiva, isto é, expressiva parte dos veículos (sobretudo linha pesada), embora emplacados aqui, circulam fora do estado e provavelmente sejam demandantes de peças e serviços lá fora.

Por sua vez, 96.974 pontos de negócios são estimados para compor a rede de atendimento automotivo dentro do estado, de todos os principais tipos de estabelecimentos. A distribuição entre modais mostra-se equilibrada em relação à frota, com leve distorção para o número de concessionárias de montadoras.

Esse quadro é um dos mais relevantes das análises de demanda, por representar a capacidade demandante do estado, por mesorregiões, considerando-se cálculo com base em algoritmo com vários fatores importantes na composição dos índices, como a frota que circula na localidade, consumo de combustível, propensão a consumir com veículos e peças, PIB municipal, atividades econômicas regionais, entre outros.

Mercado de transações ilícitas com autopeças

Segundo o anuário de Mercados Ilícitos Transnacionais em São Paulo elaborados pela FIESP, o ano de 2024 superou 2023 em 6,5 %, acendendo uma luz vermelha para quem opera neste setor, principalmente em autopeças.

O fenômeno do mercado ilícito é antigo, porém se tornou mais visível após o advento do comércio eletrônico pois, ao mesmo tempo que permitiu boas práticas e melhoria da logística de distribuição, também carregou a origem e procedência duvidosa para dentro das plataformas, onde há a suspeita de peças com importação subfaturada, peças falsificadas, peças com utilização indevida de marcas conhecidas, peças roubadas, e acreditem , até peças que não poderiam estar nestas plataformas sem a comprovação da certificação INMETRO circulando livremente.

O quadro abaixo é um indicativo do atual nível de comercialização de autopeças ilícitas apenas no estado de São Paulo, segundo estudos da FIESP.

Produtos considerados como mais comercializados por meios ilícitos: veículos, motores, partes de motores, painéis, para-brisas, rolamentos, amortecedores, tensores, velas de ignição, discos de embreagem, filtros, bombas de óleo, bombas d’água, produtos de iluminação, correias, mangueiras, baterias, matérias de vedação, bancos, rodas, palhetas e acessórios em geral.

Sergio Duque, * Economista, pós-graduado em Marketing e professor universitário. Há 30 anos atua no mercado de reposição de autopeças

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