Conheça a trajetória de 30 anos do IQA e seu impacto na gestão da qualidade automotiva no Brasil, promovendo excelência e inovação no setor automotivo.
Para refletir sobre a trajetória de 30 anos do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, é preciso questionar o que é o tempo. Seria ele apenas a duração relativa das coisas criadas pelo ser humano, ou a ideia de um presente e futuro contínuos, onde eventos se sucedem? Com essa perspectiva, é possível relembrar o que ocorreu no Brasil há três décadas, quando foi fundada essa entidade sem fins lucrativos, dedicada ao desenvolvimento da qualidade no setor automotivo e ao benefício da sociedade. A atuação do IQA ao longo do tempo é um exemplo notável de gestão da qualidade automotiva aplicada com consistência e impacto nacional.
Em 1994, o Brasil passava por transformações significativas. O país se despediu de dois ícones: Ayrton Senna, nas pistas, e Antônio Carlos Jobim, na música. Além disso, o cenário econômico ainda se ajustava às mudanças iniciadas no começo da década, quando o governo de Fernando Collor de Mello abriu as portas do mercado nacional para produtos importados, desafiando a indústria local a se modernizar. Foi nesse contexto de desafios e recomeços que o IQA surgiu, com a missão de impulsionar a excelência no setor automotivo.
Entre 1990 e 1992, durante o governo Collor, o Brasil reduziu tarifas de importação e incentivou a modernização industrial. O presidente chegou a criticar a indústria automotiva nacional, chamando os veículos produzidos de “carroças”, o que gerou reações no setor.
Em resposta, a então Ministra da Economia, Dorothea Werneck, convocou representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa) para discutir estratégias de melhoria. Desse diálogo, nasceu o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), com o objetivo de implementar a gestão da qualidade automotiva e modernizar os processos industriais. Na época, a indústria representava cerca de 15% do PIB brasileiro. Hoje, o setor automotivo responde por aproximadamente 22% do PIB industrial do país.
Foi nesse cenário que surgiu o IQA, com o propósito de oferecer segurança ao consumidor por meio de orientações normativas, manuais de boas práticas e gestão de riscos, abrangendo desde o desenvolvimento de produtos até sua certificação. O Instituto atua em toda a cadeia de valor do setor de mobilidade, incluindo fabricantes de matérias-primas, peças, veículos, distribuidores, concessionárias e oficinas, oferecendo treinamentos e manuais técnicos de qualidade.
Ao longo de três décadas, o IQA consolidou-se como um organismo internacional acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para a certificação de produtos automotivos. Em 2014, inaugurou seu próprio laboratório de produtos químicos no Parque Tecnológico de Sorocaba, e em 2013 lançou o Fórum da Qualidade, promovendo debates sobre tendências do setor. Tais iniciativas refletem a consolidação do Instituto como referência em gestão da qualidade automotiva no Brasil.
O Prêmio da Qualidade, por sua vez, foi fruto de uma demanda do setor, sendo inicialmente discutido na Comissão da Qualidade da Anfavea e Sindipeças. Em 13 de dezembro de 2019, o IQA inaugurou sua sede própria, proporcionando um ambiente de trabalho aprimorado para colaboradores e visitantes.
Além disso, o Instituto se destaca por promover a diversidade e o empoderamento feminino. Em 2019, assinou um acordo com a ONU Mulheres, resultando em aproximadamente 60% de mulheres em seu quadro de funcionários.
Como bem disse Ayrton Senna: “Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas!”. O sucesso do IQA é fruto de uma construção coletiva, um esforço contínuo para elevar os padrões da indústria automotiva e garantir que, no caminho da evolução, a gestão da qualidade automotiva seja sempre a principal diretriz. E, como dizia Tom Jobim, “É impossível ser feliz sozinho”.
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