Diagnóstico automotivo avança com eletrificação e tecnologia

O diagnóstico automotivo passa por uma transformação acelerada impulsionada pela eletrificação, pelo crescimento de sistemas eletrônicos e pela integração entre sensores, módulos de controle e redes internas. Estudos apresentados em eventos da engenharia automotiva mostram que as falhas eletrônicas já representam a maioria das ocorrências em veículos modernos. Além disso, essa tendência deve aumentar à medida que os modelos híbridos e elétricos ganham espaço no país. O número de módulos por veículo também cresceu de maneira expressiva. Ele passou de pouco mais de vinte nos anos 2010 para mais de quarenta nos modelos atuais, segundo levantamentos técnicos da indústria e análises de institutos como SAE e Bosch.

A complexidade já mudou o dia a dia das oficinas

Para Marco Antônio Correia Faleiro, técnico especializado em diagnóstico eletrônico, essa mudança já é clara nas rotinas de reparação. Ele explica que a interpretação dos sistemas exige domínio das ferramentas e análise profunda dos sinais. Ele também observa que as falhas deixam de ser isoladas e passam a envolver redes completas. Segundo Marco, o diagnóstico atual depende de compreender o comportamento eletrônico do veículo como um conjunto. Dessa forma, o profissional evita substituições desnecessárias e reduz o retrabalho.

Eletrificação reforça a necessidade de novas competências

Os eletrificados aceleram esse movimento. Dados da ABVE mostram que híbridos e elétricos já se aproximam de dez por cento das vendas de veículos leves no Brasil. Esse crescimento fortalece a presença de sistemas de alta tensão e amplia a necessidade de cuidados extras. Marco reforça que baterias, inversores e arquiteturas eletrônicas sensíveis exigem atenção a variações de tensão, umidade e interferências, além de técnicas seguras de manipulação.

Bom diagnóstico reduz custos e imobilização

Estudos internacionais mostram que o tempo de imobilização do veículo está diretamente ligado à qualidade do diagnóstico. Pesquisas do setor revelam que diagnósticos inconclusivos são uma das principais causas de retrabalho. Eles também elevam custos ao consumidor, já que podem resultar em trocas prematuras de módulos. Marco observa essa tendência na prática. Ele comenta que ainda existem condenações equivocadas por falta de testes de carga, análise com osciloscópio ou avaliação dos protocolos de comunicação. Segundo ele, a direção do setor é clara: quem domina sinais, interpreta diagramas e aplica testes estruturados entrega diagnósticos mais precisos.

Eixos que orientam o futuro da reparação

Especialistas apontam três eixos essenciais para o futuro do diagnóstico automotivo.
O primeiro é a consolidação da eletrificação, que eleva a necessidade de capacitação em segurança e alta tensão.
O segundo envolve o uso de ferramentas de análise profunda, como osciloscópio, transdutores e testadores de carga, que deixam de ser opcionais e passam a ser indispensáveis.
O terceiro diz respeito ao crescimento do reparo eletrônico de módulos, que surge como alternativa técnica e econômica alinhada às demandas de sustentabilidade.

Diretrizes para quem quer acompanhar o avanço tecnológico

Profissionais do setor indicam diretrizes claras para acompanhar esse cenário:

  • Investir em capacitação contínua em eletrônica, redes de comunicação e interpretação de sinais
  • Documentar processos de diagnóstico para reduzir retrabalho e aumentar a precisão
  • Monitorar variações de tensão e a saúde elétrica do veículo
  • Adotar equipamentos de precisão que permitam análise detalhada do comportamento dos sistemas
Técnica e interpretação continuam essenciais

Marco avalia que, mesmo com o avanço das tecnologias, o setor continuará exigindo leitura analítica e domínio técnico. Ele afirma que interpretar sinais será sempre o elemento central do diagnóstico. Segundo ele, as ferramentas servem como meios de coleta de dados, mas a interpretação correta depende do profissional. Com sistemas cada vez mais complexos, a responsabilidade do técnico cresce na mesma proporção.

O futuro do diagnóstico automotivo

O futuro do diagnóstico automotivo combina conhecimento técnico, leitura detalhada e compreensão aprofundada da eletrônica embarcada. Para as oficinas que se adaptarem, o mercado seguirá em expansão e dependerá cada vez mais de precisão, rigor e formação contínua.

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