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Como os veículos elétricos estão transformando o diagnóstico automotivo?

O diagnóstico automotivo a bordo (OBD) remonta ao VW Tipo 3 de 1968, que introduziu um sistema de injeção de gasolina controlado eletronicamente. Equipado com uma porta OBD, ele ajudava técnicos a identificar falhas. Entretanto, esses sistemas iniciais (OBD-I) eram limitados e rapidamente deram lugar ao OBD-II, mais sofisticado, com um conector padronizado de 16 pinos e códigos de falhas universalmente reconhecidos.

Originalmente voltado para diagnóstico automotivo e conformidade de emissões, o OBD-II evoluiu para suportar dispositivos plug-in, permitindo serviços de telemática e diagnósticos remotos. Hoje, com a crescente adoção de Internet das Coisas (IoT) e veículos conectados, a previsão é que o mercado de diagnósticos remotos automotivos cresça quase 18% ao ano até 2028, segundo a Future Market Insights.

No mundo dos veículos elétricos (EVs), o foco do diagnóstico automotivo mudou. Em vez de monitorar falhas mecânicas e emissões, o diagnóstico agora se concentra em gerenciar a eficiência energética, o sistema térmico, a segurança de alta tensão e o desempenho do carregamento. A otimização das baterias é prioridade, dado o custo elevado desse componente. Para enfrentar os desafios do uso excessivo, cargas rápidas e condições climáticas adversas, a Bosch desenvolveu o serviço “Bateria na Nuvem”, que monitora dados em tempo real para otimizar recargas e prolongar a vida útil da bateria. Segundo a Bosch, essas medidas podem reduzir o desgaste em até 20%.

Usando algoritmos de “inteligência de enxame”, que analisam dados coletados de uma frota inteira, o diagnóstico automotivo das baterias se torna mais preciso. Isso abre caminho para a manutenção preditiva, como a que a Tesla oferece. Quando um problema é detectado, o sistema pode encomendar automaticamente peças antes mesmo de o cliente saber que algo está errado. Entretanto, a falta de padronização nos EVs ainda representa um desafio. Diferente dos veículos a combustão interna (ICE), que seguem os protocolos OBD-II, os EVs possuem sistemas proprietários que dificultam o acesso aos dados para oficinas independentes.

A falta de compatibilidade das ferramentas de diagnóstico automotivo tradicionais é outro obstáculo. Sistemas complexos de autodiagnóstico nos EVs e a irrelevância de muitos dados que antes eram essenciais para motores a combustão tornam obsoletas algumas soluções convencionais. Ainda assim, empresas como a FleetCarma e a Airbiquity estão desenvolvendo dispositivos e serviços de telemática para gerenciar frotas elétricas de maneira eficiente.

Além disso, o avanço dos padrões de carregamento inteligente, como o Open Charge Point Protocol (OCPP), permite uma integração mais fluida entre veículos e a
infraestrutura de carregamento. Com isso, o diagnóstico remoto se torna crucial não só para detectar falhas, mas também para gerir energia e melhorar a segurança dos sistemas.

Conforme os veículos elétricos ganham espaço, a evolução das tecnologias de diagnóstico será fundamental para garantir mobilidade confiável e eficiente, criando um novo ecossistema onde veículos, nuvem e infraestrutura estão interligados. Fique atento, não deixe esse “bonde” passar, pois não irá demorar para os veículos eletrificados
chegarem à porta de sua oficina. Recicle seus conhecimentos e mantenha-se sempre atualizado.

Confira a última coluna do Especialista Sérgio.

Sergio Oliveira, Mestre em Ciências e Tecnologias Espaciais, Engenheiro Aeroespacial e Consultor em tecnologias e treinamentos do setor automobilístico. Siga no Instagram @sergioaer @pullup_se

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