Do improviso ao protagonismo

Como líderes automotivos constroem equipes que sustentam o crescimento

Nenhuma oficina cresce sem as pessoas certas. As ferramentas e processos são essências, mas o resultado é obtido pelo esforço dos gestores e colaboradores

Na Expo Peças em Goiânia, o setor automotivo celebra tecnologia, inovação e novas oportunidades de negócio. Mas em meio a peças modernas e máquinas cada vez mais sofisticadas, existe uma verdade que não pode ser ignorada: nenhuma oficina cresce sem pessoas certas.

Ferramentas e processos são essenciais, mas quem garante resultados consistentes são as pessoas que fazem o trabalho todos os dias. E aqui está o ponto crítico que vejo em oficinas por todo o Brasil: o maior gargalo não é técnico, é humano.

Encontrar e reter bons profissionais virou um desafio diário. A rotatividade é alta, o clima organizacional fica instável, e o dono se vê sobrecarregado, apagando incêndios em vez de planejar o futuro. O que muitos ainda não perceberam é que o problema não começa quando o colaborador pede demissão ele nasceu lá atrás, na porta de entrada: no processo de contratação.

Durante anos, contratar foi um ato de impulso. O movimento aumentava? Chamava alguém experiente para a bancada e pronto. Mas hoje, com clientes exigentes, margens apertadas e veículos cheios de tecnologia, esse improviso custa caro. Contratar errado significa baixa produtividade, retrabalho constante, clima pesado e, muitas vezes, a perda do cliente.

É preciso ir além da experiência técnica. Um bom mecânico que não respeita processos, não sabe lidar com clientes ou desmotiva colegas pode custar mais caro do que não contratar. Experiência sem atitude, sem perfil e sem cultura é problema, não solução.

Por isso, defendo que contratar certo não é sorte: é método. Ter clareza do que a vaga exige, avaliar o perfil comportamental, alinhar expectativas e estruturar um bom processo de integração são passos que fazem toda a diferença. Não precisa ser algo complexo, precisa ser consciente.

E contratar bem é só o começo. Manter uma equipe motivada não se faz apenas com salário. Cada vez mais os profissionais, especialmente os mais jovens, buscam um ambiente saudável, oportunidades de aprendizado e respeito no dia a dia. Quando o dono compreende isso, transforma sua empresa em um imã natural de talentos.

As oficinas que crescem hoje são aquelas que tratam o time como ativo estratégico. Entendem que o empresário precisa parar de ser “bombeiro de oficina” e assumir o papel de líder e estrategista de pessoas.

Deixo aqui três perguntas que todo líder deveria se fazer antes de contratar:

1. Essa pessoa tem atitude ou apenas experiência?
2. Esse perfil combina com a cultura que quero construir?
3. Estou contratando para tapar um buraco ou para sustentar o futuro do meu negócio?

A Expo Peças é palco de inovação, mas a verdadeira inovação começa dentro das oficinas, quando empresários entendem que gente certa no lugar certo é o motor do crescimento. Porque, no fim das contas, o que move sua empresa não está no carro: está na sua equipe.

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