O fusca é um dos carros mais icônicos da história do nosso país. Muitos possuem uma história de amor e carinho por esse valente carro da Volkswagen. A Revista Reparação Automotiva conta um pouco a história do fusca.
O começo da história do fusca
O Volkswagen Typ 1, mais conhecido como fusca, foi idealizado pelo engenheiro austríaco Ferdinand Porsche, que queria criar um carro que fosse acessível para a população. O projeto ganhou apoio de Adolf Hitler, que estava ascendendo ao poder na Alemanha e estava comprometido em revitalizar a economia alemã.
O projeto inicial sofreu algumas alterações.
- O carro deveria carregar dois adultos e três crianças (uma típica família alemã da época, e Hitler não queria separar as crianças de seus pais).
- Deveria alcançar e manter a velocidade média de 100 km/h.
- O consumo de combustível, mesmo com a exigência acima, não deveria ser maior que 13 km/litro (devido à pouca disponibilidade de combustível).
- O motor que executasse essas tarefas deveria ser refrigerado a ar, pois muitos alemães não possuíam garagens com aquecimento, e se possível a diesel e na dianteira.
- O carro deveria ser capaz de carregar três soldados e uma metralhadora.
- O preço deveria ser menor do que mil marcos imperiais (o preço de uma boa motocicleta na época).
O fusca foi lançado oficialmente em 1935, custando 990 marcos.
Fusca e a Segunda Guerra Mundial
A Volkswagen, anteriormente um grande instrumento de propaganda da capacidade tecnológica alemã, foi integrada às ambições militares de Hitler. A produção foi interrompida após fabricação de poucas unidades, e a fábrica foi dedicada a produzir veículos de guerra baseados na plataforma do Fusca – usos previstos por Porsche, em seu projeto de carroceria separada do chassis, e pelo próprio Hitler, que tinha este uso em mente por trás da própria iniciativa em financiar todo o projeto.
Nasceu então Kübelwagen, Schwimmwagen e Kommandeurwagen, que eram utilizados nos campos batalha. A mecânica mudou para atender as necessidades dos combatentes. Virabrequim, pistões, válvulas, motor de 1.131 CC e 26 CV.
Vendas crescentes
Com o término da Segunda Guerra Mundial, a fabricação retomou lentamente pelas mãos do major inglês Ivan Hirst, que decidiu “adotar” o modelo.
Ele se manteve à frente da fábrica até 1949, onde a Volkswagen já tinha uma rede de concessionárias e exportava seu carro para diversos países, como Inglaterra, e mais tarde, Estados Unidos. Logo em seguida, o governo recuperou o projeto, deixando no comando de Heinrich Nordhoff.
Em 1946, já existia cerca de 10 mil Volkswagen sedans em circulação. Em 48, o número subiu para 25 mil, sendo 4.400 para exportação. Foi em 1949 que o modelo conquistou seu próprio mercado nos Estados Unidos. Neste ano já era 50 mil modelos fabricados.
Em 1950 passou a ser oferecido sedã com teto solar dobrável e em 1951 o modelo já era exportado para 29 países, atingindo a produção de 50 mil unidades.
O último modelo foi produzido no México, em 1981, atingindo a marca de 20 milhões de unidades produzidas.
Fusca no Brasil
A história do fusca no Brasil começou em 1950, pela Brasmotor. Em 1953, a Volkswagem se estabeleceu no Brasil, onde começou a ser fabricado num galpão no bairro do Ipiranga, a Volkswagen passou a montá-lo com as partes importadas.
No Brasil o carro caiu no gosto popular em 1974. Havia chegado com um propulsor de 1.6, que com dois carburadores rendia 54 CV. Apelidado popularmente de “Bizorrão”, ganhou mais esportividade.
O capô traseiro trazia um adorno de plástico e rodas aro 14, mais largas. Seu interior ganhou novos instrumentos: volante esportivo, conta giros e bancos anatômicos.
O retorno
O Fusca Itamar foi o retorno do clássico da VW na década de 90, vários anos depois de ele ter saído de linha em 1986.
A sua história começa após o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. Itamar Franco, vice, assumiu o posto.
Já como presidente da república, Itamar sugeriu à Volkswagen que trouxesse de volta o clássico das décadas anteriores, principalmente por causa dos altos preços cobrados nos carros mais baratos vendidos no país.
Itamar sancionou a Lei do Carro Popular, onde o IPI caía de 20% para 0,1% para carros 1.0 e com preço máximo equivalente a US$ 6,8 mil. Brasília abriu uma brecha na regra ao incluir motores refrigerados a ar, podendo estes ter até 1.6 litro
O Fusca Itamar tinha pequenas mudanças em relação ao modelo de 1986. Vendido como modelo 94, o clássico da VW empregava pneus radias 165/80 R15.
O modelo tinha também cintos de segurança dianteiros de três pontos e o para-brisa era laminado.
A VW teve que introduzir um novo revestimento na parede de fogo (atrás) para reduzir a propagação em caso de incêndio com feltros fenólicos e resina especial.
No início, as vendas até que não foram ruins, com emplacamento médio mensal de 1,5 mil unidades, mas não chegou a ser um sucesso absoluto.
O último modelo lançado do Fusca Itamar chegou na forma da Série Ouro, uma edição especial – que era a intenção inicial da matriz alemã – com 1,5 mil exemplares.
Essa edição vinha com faróis de neblina, lanternas fumê, mostradores do painel com fundo branco e revestimento interno do Pointer GTi.
Esse modelo foi vendido em 1996 e a produção encerrada em 28 de junho, após 46 mil exemplares terem saído da Anchieta.
A final, qual é o Dia do Fusca?
No Brasil temos duas datas que celebram esse icônico carro. No Dia 20 de Janeiro é celebrado o Dia Nacional, pois é data do início da produção nacional do Fusca.
Já a data de 22 de julho se deve por ser a data onde Ferdinand Porsche assinou o contrato que deu início ao desenvolvimento e fabricação do modelo, em 1934.
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