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E se eu optar por não me capacitar em veículos híbridos e elétricos?

E se eu optar por não me capacitar em veículos híbridos e elétricos?

Já há bastante tempo contribuo aqui com a Revista Reparação Automotiva ao trazer para a pauta o tema sobre veículos híbridos e elétricos. Seja em artigos ou matérias especiais, o assunto já foi várias vezes visitado aqui por mim. Ocorre que eu sempre foquei na importância de se capacitar quanto a tecnologia de eletrificação, mostrando suas implicações para o setor e os reparadores. Mas hoje vou buscar uma abordagem bem distinta. E se você optar por não entrar nesse segmento? Quais seriam as consequências para seu negócio e os impactos disso para sua empresa? Mas antes de discorrer minha tese, quero deixar bem claro que não é obrigatório que uma oficina assuma uma postura de dominar os conceitos de eletrificação. Isso é uma escolha que cabe tão somente ao empresário. 

Diante disso, vamos aos pontos mais relevantes sobre a capacitação em veículos híbridos e elétricos.

O primeiro deles será a queda de receita pela limitação do mercado de atuação, e explico o motivo. Já que há uma forte tendência para a consolidação da tecnologia eletrificada em vários níveis nos veículos daqui por diante, o número de veículos apenas a combustão lançados, será cada vez menor proporcionalmente. Isso vai restringir sua atuação a dois segmentos que são a frota de veículos a combustão circulantes, que não é pequena e pode sustentar sua empresa ainda por um tempo, e dos novos carros que venham a ser lançados, considerando, é claro, que a cada ano serão cada vez menos modelos movidos unicamente a gasolina, diesel ou flex colocados no mercado. 

Entendido isso, há uma ameaça clara a perenidade do seu negócio, visto que não haverá renovação do público atendido, ou essa renovação será mínima. Isso vai fazer com que a cada ano, a passagem dos veículos em sua oficina se torne cada vez mais antiga em relação ao ano vigente. E daí vem o segundo problema.

Ao atender veículos cada vez mais antigos, o valor do reparo se tornará proporcionalmente mais elevado em relação ao preço de marcado do carro. Isso é um fator que incide diretamente na capacidade de aprovação do serviço por parte do cliente, o que impacta diretamente no menor índice de conversão dos orçamentos ou na aprovação apenas de forma parcial, o que resulta na busca por alternativas paralelas de conserto, o que rebaixa o seu ticket médio.

Além do impacto financeiro causado pelo que acabei de relatar, outra ameaça ao seu negócio estará por vir, e dessa vez está relacionada a imagem da sua empresa. Observe que nesse caso, em um movimento de mercado que tende a focar nas inovações tecnológicas sua empresa ficará a margem de toda essa nova onda que irá desgastar sua marca perante os clientes. O que, aos olhos dele sua empresa não foi capaz de acompanhar tal tendência. E diante disso, você deixa de ser uma opção interessante de serviços.

Não quero dizer com esse texto que sua empresa não pode se manter no futuro sem embarcar na eletrificação, mas de certo, ficará a cada ano cada vez mais difícil se manter, e isso é um fato! Apenas reflita!

por ALEXANDRE COSTA, consultor sênior especializado em inovação para o setor automotivo, com 25 anos de experiência. Palestrante convidado a participar dos principais eventos do mercado em todo o País e diretor da ALPHA Consultoria, empresa dedicada ao segmento automotivo

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