Considerado anteriormente um item de luxo, o câmbio automático caiu na graça dos motoristas brasileiros. Continuando a nossa série contando um pouco dos componentes do carro, falaremos sobre o câmbio automático, que foi inventado por dois brasileiros, José Braz Araripe e Fernando Lehly Lemos.
A tecnologia já havia sido esboçada em 1902 pelos irmãos Sturtevant, de Boston, mas o invento deles era mecânico e funcionava apenas em altas rotações. Munro Alfred Horner registrou um mecanismo com funcionamento pneumático, mas a solução também não funcionava tão bem na prática.
Pode se dizer que o esboço da transmissão automática foi inventada em 1921 por Alfred Horner Munro, de Regina, em Saskatchewan, no Canadá, e patenteada em 1923. Por ser engenheiro de vapor, Munro projetou seu dispositivo para usar ar comprimido em vez de fluido hidráulico e, por isso, sua invenção não tinha potência e nunca encontrou aplicação comercial.
A primeira transmissão automática usando fluido hidráulico foi desenvolvida em 1932 por dois engenheiros brasileiros, José Braz Araripe e Fernando Lehly Lemos; posteriormente, o protótipo e o projeto foram vendidos para a General Motors, que os introduziram a tecnologia no modelo Oldsmobile de 1940 como transmissão Hydra-Matic, sendo considerado o primeiro carro com câmbio automático. Ele era um opcional caro, custava 70 dólares, o equivalente a um décimo do preço do modelo.
O Brasil também participou da evolução do câmbio automático, Gladimir Kohnlein patenteou a Transmissão Mecânica Variadora de Velocidade Inversora e Finita (TMVVIF), um sistema que pode ser empregado em cadeiras de rodas motorizadas e automóveis e reduz o desgaste do motor, além de proporcionar pelo menos 20% de economia de combustível.