Reparação de veículos premium
Em todas as partes do país cresce a procura por oficinas de reparação de veículos premium para revisar automóveis com tecnologia avançada
Depois de dois anos, todos os segmentos da economia ainda sofrem as consequências da pandemia. Por causa do longo período de reclusão, ainda faltam componentes, matéria prima, insumos, entre outros itens. No segmento de veículos novos, a falta de insumos provocou não só a paralisação das linhas de produção, mas também o aumento do preço dos automóveis novos. Estes são alguns dos fatores que conduziram o consumidor a procurar o mercado de usados e seminovos, inclusive o de Reparação de veículos premium.
Sendo assim, os proprietários destes carros luxuosos usados passaram a buscar com mais constâncias as empresas reparadoras especializadas, pois elas atendem melhor e os preços são mais baixos que os praticados pelas concessionárias.
Para mostrar como se desenvolve este segmento de negócios, a reportagem da Revista Reparação Automotiva entrevistou alguns integrantes da os integrantes da Associação de Mecânicos Premium Brasil, eles relatam como está o movimento e as dificuldades enfrentadas em cada região para atender estes clientes.
Região Sul
Eduardo Tessmann
Remofer- Criciúma (SC)
“O número de carros na oficina diminuiu de um pouco, mas estamos trabalhando. Os clientes novos aparecem. Por causa da recente falta de veículos novos, o pessoal está fazendo manutenção e esperando ver o que acontece para trocar de carro. Aqui na minha oficina o que percebo é que os clientes preferem comprar carro novo. E no que diz respeito a compra de peças estamos comprando normalmente, uma peça ou outra precisamos importar”.
Sandro Araújo
Multijet-Tubarão (SC)
“O mercado de Reparação de veículos premium está crescendo, a frota está necessitando cada vez mais de profissionais qualificados. Mas, a cadeia independente está sofrendo as consequências pela ausência de informações. O trinômio, gestor, reparador e vendedor de peças desse segmento é raro. Os novos clientes aparecem constantemente, além da necessidade de manter os atuais, os quais também renovaram seus automóveis”.
Mas, mesmo com o número de clientes aumentando, Araújo identifica que falta investimentos no fornecimento de peças. “Ainda é difícil, o mercado Premium não tem investimento de grandes distribuidores. Faltam produtos e principalmente a linha de comunicação tem muito ruído, ou seja, o que é pedido na ponta do balcão e não encontrado, não é levado para uma lista de produtos solicitados. O que faz morrer ali o nascimento por exemplo de uma curva de peças Premium”.
Roberto Turatti
Investauto- Balneário Camboriú (SC)
“Geralmente o proprietário de veículos Premium, pela lógica, é um cliente com mais instrução. Nesse momento este público está bem retraído, porém os novos clientes sempre aparecem, e o principal fator é a indicação de outro cliente que está satisfeito com nosso trabalho. Também é possível notar que há preferência por parte dos compradores em adquirir um veículo Premium seminovo, mas de forma bem segura. E no que diz respeito ao atendimento, o fornecimento de peças ainda deixa a desejar principalmente as de alto giro, as quais o cliente tem pressa pois é uma manutenção preventiva, já quando as peças são para a manutenção corretiva, ou seja, quando quebra, o cliente entende a demora”.
Thompson Bezerra
Thompson Motors- Criciúma (SC)
“Os clientes com veículos Premium aumentam significativamente, inclusive com a chegada de novos. Na minha região é possível perceber que o comprador prefere o Premium usado ou seminovo no lugar do zero. O que também percebo é o aumento na oferta de autopeças para este tipo de veículo, porém, temos muitos problemas com peças de má qualidade. É preciso ficar atento”.
Erik Brito
Bribrek-Criciúma (SC)
“Os veículos Premium estão envelhecendo com a frota e necessitando de manutenção, o que é uma ótima oportunidade de negócios para os independentes, já que, as concessionárias das marcas Premium pouco atendem esses veículos com mais idade. Na minha região notei que os clientes estão migrando do veículo convencional para o Premium. Como trabalhamos com serviços específicos, ou seja, freio, direção e suspensão, não encontramos dificuldade na disponibilidade de peças”.
Região Centro Oeste:
Leandro Bressan
Rivecar Auto Center-Rio Verde (GO)
“Cresce bastante a procura, por causa da qualidade dos serviços prestados por nós, recebemos vários clientes novos e também os que deixaram de fazer as revisões nas concessionárias. Mas, na minha região não percebi que o valor do carro zero tenha assustado o cliente. E no mercado independente de peças temos mais opções, mas ainda há dificuldades para consegui-las”.
Pedro Fortes
Jacaré Racing- Brasília (DF)
“O movimento aumenta gradativamente, inclusive o volume de importados novos aumentou. Este movimento é de novos clientes e também estão retornando os clientes que compravam carro zero a cada 3 anos, eles apareceram para manutenções periódicas. Por aqui, os fornecedores independentes de peças fazem um bom trabalho, porém, as concessionárias demoram meses pra entregar as peças”.
Adalberto Mantovani
Telmocar-Rondonópolis (MT)
“O segmento está bastante aquecido! A cada dia aumenta o volume de carros Premium e Super Premium na oficina, por causa da chegada de novos clientes. Percebo também uma preferência do comprador com maior poder aquisitivo, por usados ou seminovos Premium, isso porque eles possuem pacotes de segurança e acessórios muito superior a de alguns veículos novos. Já para obter peças, nossa maior dificuldade é com algumas asiáticas, mas no geral não temos dificuldades”.
Região Sudeste:
Pedro Luís Scopino
Auto Mecânica Scopino – São Paulo (SP)
O experiente reparador e professor de vários cursos técnicos está feliz com o movimento de carros Premium. “É muito bom, está crescendo demais e todos os dias recebemos novos clientes. Recebemos relatos de vários clientes que optaram por um Premium usado, no lugar de comprar carro zero. E também não temos dificuldades para encontrar peças, tanto nos importadores, como nas concessionárias e assim atender bem este cliente e com rapidez”.
Cesar Samos
Mecânica do Gato-São Paulo (SP)
Outro representante do segmento da reparação de veículos Premium, Cesar Samos entende que o mercado está estável. “O segmento premium está se mantendo, apesar de ter sofrido queda nos últimos dois anos, mas aparecem novos clientes. Apesar do aumento no valor dos veículos zero, na nossa região não temos percebido o movimento de optar pelo Premium usado no lugar do carro zero. Já os clientes têm se preocupado com o custo de manutenção. E quanto às peças, os itens de revisão, ou seja, de alto giro, quase não temos problemas de fornecimento, mas peças específicas, como itens de eletrônica, peças internas de motor, itens de suspensão e direção apresentam dificuldades para encontrar”.
Marcelo Fonseca
Mecânica Irmãos Fonseca – Pará de Minas (MG)
“Na minha região eu não posso reclamar, o movimento é bom, mas com os clientes tradicionais, pois apareceram pouquíssimos novos. Eu entendo que as pessoas não deixaram de comprar carro zero e optaram por modelos Premium usados. Isso porque o preço dos carros zero subiram e consequentemente o preço das peças também. Sendo assim, eu penso que o pessoal está preferindo comprar carros considerados nacionais e mais baratos em relação aos importados e Premium. E na minha região o fornecimento de peças está normal, porém, o cliente pede parcelamento maior, ou seja, dividir em mais vezes o valor dos serviços executados”.
Leandro Marco
General Tech- Uberaba (MG)
O consultor da Revista Reparação Automotiva e também instrutor de vários cursos técnicos sobre a eletrônica embarcada, considera que o segmento de veículos Premium é excelente, mas exige cuidados e conhecimentos. “A demanda é alta por oficinas especializadas, que tenham transparência, que entregue qualidade, o que muitas vezes falta na rede autorizada. Na General Tech, toda semana temos um novo cliente, geralmente ele chega por indicação de outros clientes ou por nos encontrar nas redes sociais. A opinião de Leandro sobre a compra do veículo Premium usado é diferente dos demais participantes desta reportagem. “Nem sempre, quem compra carro Premium é porque tem o sonho de ter um veículo de melhor qualidade, não pela opção de comparação com o popular. Lembrando que, em certas regiões o tamanho da frota Premium é maior, o poder aquisitivo e foco de utilização dos veículos são diferentes”. No entanto, ele entende que o fornecimento de peças precisa melhorar. “O fornecimento de peças é muito defasado, os fornecedores ainda mantem o foco na curva A, nos veículos de manutenção barata, focados no alto giro e não na qualidade”.
Região Nordeste
André Dantas
Alpha Garage-Mossoró (RN )
“A procura por oficinas independentes para as manutenções de veículos Premium é alta, os clientes reclamam muito da desqualificação das concessionárias e mal atendimento. Por aqui também é possível notar a preferência por modelos Premium usados ao invés de comprar um carro zero, pois normalmente eles oferecem mais conforto e segurança. Agora no Nordeste temos muita dificuldade para encontrar peças. E quando conseguimos, o preço é muito alto para repassar ao cliente e sem margem de lucro”.
Marcelo Leitão
Auto Total – Recife (PE)
“O segmento superior premium, por causa do alto valor ainda está vinculado a concessionária, pois eles é que tem o famoso carimbo da revisão. Apesar disso, no caso dos modelos que saíram da garantia, os proprietários procuram nossos serviços, assim recebemos muitos clientes novos, porém aqui em Recife, o pessoal está assustado com valor das peças e mão de obra. Aqui comprar carro Premium, mesmo usado e fora da garantia, é luxo, pois, para fazer a manutenção, como por exemplo de um BMW X5 V8 2015, ao trocar as velas e fazer a revisão, o custo aproximado é de R$ 40 mil. E também temos problemas para conseguir peças. Aqui não tem nada, a oferta é muito baixa. Infelizmente vivemos no Nordeste e esperamos em média de 5 a 10 dias para receber a peça que é comprada em outros estados”.
Região Norte
Douglas Beber
Multicar Auto Center-Cacoal (RO)
“O segmento de reparo nos veículos Premium está bom, aumenta o número de manutenções fora da concessionaria e temos a procura de novos clientes, principalmente quando o veículo sai da garantia, ele deixa de procurar a concessionaria. O que estamos observando é que, aquele cliente que trocava o veículo antes da garantia terminar, ou na maioria das vezes trocava depois de dois anos, agora está ficando com o carro por um tempo maior e isso está levando mais veículos para a manutenção fora da concessionaria. Mas ainda enfrentamos problemas de fornecimento, pois a oferta de peças está escassa, até para os veículos nacionais. Peças básicas são fáceis de encontrar, fora isso tem que esperar”.
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