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Dúvidas sobre o sistema de direção

Diferente modelos de sistema de direção exigem o mesmo cuidado, reparador deve estar atento ao desgaste dos componentes para manter a segurança do condutor

A direção do veículo tem influencia em seu desempenho e pode ocasionar certos prejuízos aos componentes do automóvel, além de prejudicar a segurança do motorista. Por isto, este item deve ser tratado com grande atenção. A manutenção preventiva deve ser sempre realizada, para que o profissional possa identificar possíveis problemas e evitar danos aos itens do sistema de direção.

Para isto, os profissionais da área comentam sobre os diferentes tipos de direção existentes, mostram também em como o desgaste de um item pode prejudicar o sistema de direção, além de alertar sobre como identificar o momento certo de trocá-los, oferecem dicas sobre como realizar a manutenção, de modo a ressaltar a importância de optar por produtos de qualidade e estabelecimentos qualificados.

TIPOS DE DIREÇÃO

Existem três tipos de sistemas, como explica o encarregado de Engenharia e Qualidade da Driveway Indústria Brasileira, Vagner José Carbonezi. “A mecânica transmite o movimento de rotação do volante para as rodas; a hidráulica suaviza o movimento e a eletro-hidráulica, que vem para substituir o sistema de direção hidráulica convencional, minimiza o consumo de energia e proporciona melhor dirigibilidade”.

Além dos modelos de direção hidráulica, eletro-hidráulica e servoelétrica, o promotor técnico da Viemar, no Rio Grande do Sul, Cristiano Soares, destaca que em veículos de alta tecnologia há um sistema de direção diferente, onde o volante movimenta uma espécie de potenciômetro. Ele ressalta que a direção de pinhão e cremalheira está se tornando rapidamente o tipo mais comum de direção nos carros, caminhonetes e utilitários esportivos.

O profissional do grupo técnico da DHB, Guilherme Fava, também ressalta que há diversos tipos de sistema de direção dividindo-se em dois principais grupos: direção manual e direção assistida. “Esta última pode ser com assistência elétrica ou hidráulica”, explica. Tais tecnologias que a empresa possui. Ele afirma que o uso de óleo de baixa qualidade afeta o funcionamento do sistema.

Para entender melhor sobre cada modelo, o responsável por treinamentos na Corteco e proprietário da OLG Automotive, Odirlei Gobbo, pontua as qualidades da caixa de pinhão e cremalheira, e caixa de setor e sem-fim. “Os modelos de pinhão e cremalheira são mais seguros, mais precisos, oferecem maior estabilidade e segurança. Já os de setor e sem-fim são mais robustos e prezam mais pela durabilidade”.

Soares, da Viemar, aponta algumas características sobre as direções existentes no mercado, de acordo com as necessidades de cada condutor. “A direção normal é recomendada para condutores em iniciação. A direção elétrica, quando comparada à hidráulica, reduz significativamente o consumo de energia do veículo. E a direção hidráulica é ideal para fazer manobras de baliza, pois ao ligar o veículo ela instantaneamente entra em ação”, reflete.

HORA DA TROCA

Os componentes de direção possuem uma vida útil considerável, contudo é necessário verificar seus itens para manter sua durabilidade, conforme orienta o analista de processos da HDS MecPar, Deividi Jesus Luz. “Examinar o estado das coifas e abraçadeiras que compõem o sistema de vedação das peças e evitam a contaminação do conjunto interno, fazendo com que ocorra um desgaste prematuro”.

Carbonezi, da Driveway, recomenda que nos veículos leves a troca dos componentes de direção como terminais e barras seja feita a cada 40.000 km e a manutenção preventiva a cada 10.000 km. Agora nos veículos que exercem uma atividade mais pesada e circulam em terrenos mais rudimentares, ele recomenda que a troca dos componentes seja feita a cada 30.000 km e a manutenção preventiva a cada 5.000 km.

Apesar de ser um item de desgaste, não há tempo determinado para a troca da bomba ou da caixa de direção hidráulica, diz Fava, da DHB. “Deve-se observar a correta manutenção preventiva e executar, quando necessário, a reparação dos componentes em uma oficina especializada”. Os consumidores devem procurar por estabelecimentos com profissionais qualificados.

No momento da troca e instalação, Jesus Luz, da HDS MecPar, informa que o mecânico deve sempre seguir o que estiver no manual de montagem e desmontagem do produto fornecido pelo fabricante. “Certificar-se que o produto (terminal/ barra), que será aplicado é o correto, pois uma aplicação incorreta pode acarretar danos ao produto e ao veículo, assim como acidentes”.

Gobbo, da Corteco e da OLG Automotive, avalia que os problemas mais comuns são os vazamentos de óleo e barulhos causados por folgas e desgastes e é que importante o cliente verificar antes se a empresa escolhida para realizar a troca dos componentes possui técnicos treinados para fazer o serviço. “A troca de óleo deve ser realizada a cada 15.000 km ou uma vez por ano e o alinhamento e balanceamento a cada 10.000km”, aconselha.

RECOMENDAÇÕES

Para Fava, da DHB, um dos maiores cuidados na hora de realizar a manutenção de sistemas de direção hidráulica é com a limpeza e contaminação. “Qualquer partícula estranha que venha a entrar no sistema hidráulico pode causar a falha prematura da bomba ou da caixa de direção”, pontua. Ele lembra que na hora da instalação deve-se utilizar o óleo correto e componentes originais de reposição específicos para cada aplicação.

É importante sempre verificar a montagem, ajustes corretos e aperto nos torques especificados. “Todo sistema de direção, assim como o sistema de suspensão, precisa estar alinhado para que o desempenho e dirigibilidade do veículo alcancem seu desempenho máximo. O alinhamento de direção consiste em três ângulos: o da convergência das rodas, o da cambagem e o do caster”, esclarece Carbonezi, da Driveway.

O alinhamento do veículo (sistema) é obrigatório sempre que existir reparo no sistema de direção e preventivamente a cada 10 mil Km, juntamente com o rodízio dos pneus, recomenda Luz, da HDS MecPar, além da utilização de ferramentas adequadas ao reparo que será realizado. “A verificação de estado de todos os componentes do sistema também é importante e deve ser realizada a cada 5 mil Km”, indica.

Para Gobbo, os cuidados são poucos para evitar maiores danos ao sistema de direção. “Na utilização, não forçar o volante no final do curso da direção, evitar terrenos irregulares, buracos, valetas, tartarugas, guias, etc., quanto à manutenção preventiva, existe a troca de óleo do sistema e a realização de alinhamento e balanceamento periódicos”, relata.

Para melhor atender as condições do motorista, é preciso antes analisar qual sistema de direção será o mais adequado. “Seja quaisquer tipos (normal, hidráulica ou elétrica), o sistema de direção deixou de ser apenas um item de luxo, sendo considerado um componente de segurança. Portanto, manutenção e prevenção são questões essenciais para evitar acidentes e possíveis transtornos”, conclui Soares, da empresa Viemar.

Confira mais dicas técnicas no portal da Revista Reparação Automotiva.

MANUTENÇÃO

Proprietário da oficina Milennium Fast Drive Service, em Santo André (SP), Emerson Ferrero conta como é realizada a manutenção da direção hidráulica. “É feita através de troca de reparos internos da caixa de direção hidráulica e também da bomba hidráulica. O sistema possui também mangueiras onde as mesmas devem ser avaliadas no momento do reparo e, caso estejam ressecadas ou com início de vazamento, devem ser trocadas”, indica.

Ferrero aponta quais os principais problemas que ocorrem no sistema. “A caixa apresenta vazamentos e folgas nos seus componentes, onde pode ser corrigida com a troca do reparo e substituição dos componentes. É recomendado que o fluido do sistema seja substituído a cada 10.000 km e isso deve ser feito por uma empresa especializada, pois após a aplicação do novo fluido é necessário efetuar a eliminação de ar do sistema”, completa.

Muitos são os cuidados que devem ser adotados para a manutenção correta do sistema de direção, para isto Emerson Ferrero aconselha os profissionais a sempre aplicarem produtos especificados pelos fabricantes (originais). Ele ainda lembra que é essencial o consumidor procurar por uma empresa especializada para este tipo de serviço.

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