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Desmontagem e a montagem do câmbio DSG da Audi e Volkswagen

Câmbio DSG da Audi e Volkswagen dupla embreagem é o primeiro a ser produzido em série para veículos de rua

O famoso câmbio DSG – Direkt Schalt Getriebe, em português “Câmbio com Trocas Diretas”, foi lançado em 2003 no Volkswagen Golf R32 de quarta geração. Inclusive, o modelo foi o primeiro carro de rua produzido em série a receber o câmbio de dupla embreagem. Exatamente, 20 anos depois esse câmbio passou a equipar diversos modelos do grupo como o Audi A3 e Volkswagen Jetta GLI, atualmente vendidos no Brasil.

A transmissão DSG é um câmbio mecânico, que utiliza um sistema mecatrônico capaz de automatizar as trocas de marchas. Para isso, utiliza dois pares de eixos primários e secundários que trabalham de forma simultânea. O eixo primeiro fica ligado diretamente em um conjunto de disco de embreagem, o que já deixa engatada a marcha para colocar o veículo em movimento e a próxima marcha já fica pré-engatada pelo outro eixo. Portanto, no momento da troca de velocidade o conjunto de embreagem engata imediatamente a marcha correta sem engasgos. Com isso, o motor é privilegiado, pois a linearidade do câmbio mantém o desempenho do veículo. 

Com o sucesso desse câmbio, que ajuda o veículo a não perder performance, outras marcas também investiram nessa transmissão, como Ford, Fiat, Hyundai, Kia, Porsche, Lamborghini, Mercedes-Benz, BMW, entre outros. Mas para essa edição, a Revista Reparação Automotiva mostra como fazer desmontagem, troca da dupla embreagem e a montagem do câmbio DSG, que equipa as linhas da Volkswagen e Audi. 

Fomos até o centro de treinamento da Schaeffler Brasil. Claro, além da reportagem escrita, é possível ver esse procedimento em nosso canal no Youtube – TV Reparação Automotiva. Para fazer a montagem e a desmontagem do câmbio DSG de 7 marchas contamos com ajuda de Sergio Listoff, técnico da Schaeffler Brasil.  

Segundo o técnico, é preciso ter ferramentas especiais para fazer o reparo. “Há necessidade de utilizar ferramentas especiais devido a montagem ser um pouco diferente, uma vez que a embreagem está acoplada na transmissão e não no virabrequim como em outros veículos. É simples montar, mas sem as ferramentas corretas fica complicado fazer a manutenção”.

Atenção na geração do câmbio DSG 

Antes de começar a desmontagem é preciso ficar atento se o câmbio DSG é de primeira ou segunda geração. A maneira mais fácil de saber essa informação é olhar nos garfos de acionamento, que ficam sobre a mecatrônica. Portanto, para saber qual geração, basta retirar a proteção dos garfos e olhar nos garfos maiores se é estampado ou ferro fundido. Se for estampado é de segunda geração e se for de ferro fundido é de primeira geração.

Ferramentas corretas da Schaeffler

Para fazer o reparo no câmbio DSG é necessário utilizar um extrator e ferramentas de ajustes da embreagem para ajustar corretamente as folgas do garfo. Se elas não forem ajustadas corretamente, o câmbio terá um torque alto, sendo impossível calibrar a transmissão corretamente. Todas essas ferramentas são vendidas na rede e distribuidores da Schaeffler Brasil.

Vale lembrar que existem dois padrões de ferramentas. Um deles é o mais claro, que foi desenvolvido para fazer a instalação da primeira geração de embreagem DSG. Já o fosco é para fazer o reparo da segunda geração do câmbio. Esses calços são fundamentais para fazer ajustar a folga do garfo. 

Desmontagem

1. Com uma chave de fenda tire o disco da K1.

2. Com um alicate tire o anel trava da embreagem.

3. Com a ferramenta especial, da Schaeffler, e umachave torx de 22 mm faça a extração da embreagem.

4. Com a mão tire o garfo K1 e o rolamento da K2. Lembre-se, o K1 é marcha ímpar. Também utiliza a chave torx de 22 mm para fazer a desmontagem dos parafusos da embreagem.

Peças para o reparo

Após a desmontagem, é preciso colocar as peças novas. Portanto, é necessário ter uma embreagem dupla seca, um miolo do disco K1, um garfo de embreagem estampado da segunda geração, um rolamento de embreagem, uma trava do eixo da embreagem par, um anel elástico para travar a K1 e seis calços da K1 e onze calços da K2. Por fim, dois parafusos de fixação do garfo. 

Atenção com os retentores dos eixos

Antes de começar a montagem do câmbio DSG é preciso observar se os retentores dos eixos rígidos (marcha ímpar), no eixo oco (marchas pares) e do retentor interno estão com vazamento de óleo. Caso estejam, é necessário fazer a troca, pois o lubrificante pode ir para dentro do disco, fazendo a embreagem patinar. Para fazer esse reparo será preciso entrar em contato com a concessionária para comprar as ferramentas corretas. 

Montagem

1. Com as mãos coloque o garfo K2 na posição correta.

2. Com uma chave torx T30 faça o aperto dos dois parafusos de fixação do garfo. O torque deve ser de 8 Newtons, segundo o manual da caixa de ferramentas e da embreagem.

3. Com a mão coloque o garfo K1 (marchas ímpares) na posição correta.

4. Com a mão coloque o calço de 3.1 mm.

5. Com a ferramenta fosca da Schaeffler coloque o padrão maior da K1 para marchas ímpares.

6. Com as mãos coloque o peso da Schaeffler e a forquilha no canal da K2.

7. Como a forquilha não encaixou, retire o calço de 3.1 mm e coloque um calço menor de 2.3 mm. 

8. No nosso ajuste o calço de 2.3 mm ficou folgado. Portanto, colocamos um de 2.5 mm.

Obs. As ferramentas desenvolvidas pela Schaeffler são fundamentais para fazer o ajuste correto da embreagem como mostram as imagens e os procedimentos anteriores. Sem elas não irá conseguir fazer o reparo. Além disso, para calibrar o garfo é preciso verificar o ajuste da K1 (marchas ímpares) e da K2 (marchas pares). Lembre-se, cada embreagem tem a referência de K1 e K2.

9. Após olhar o calço correto da K1 (marchas ímpares), trocamos para um calço de 2.7 mm para fazer a calibragem correta do sistema.

10. Para calibrar a K2 (marchas pares) faça o mesmo procedimento com as ferramentas da Schaeffler.

11. Verifique na embreagem o calço necessário, que será utilizado, pois nesta troca o correto é o de 2.2 mm para fazer a calibração.

12. Com as mãos coloque a embreagem e ajuste com a ferramenta da Schaeffler.

13. Coloque com um alicate o anel trava no rasgo do eixo oco.

14. Com a ferramenta da Schaeffler verifique as folgas da K1 e da K2. Obs. Tanto a K1 quanto a K2 devem ter uma folga de três décimos até 1 mm.

Obs. Esse procedimento para ajuste de folgas é o mesmo para a primeira geração da DSG. O que muda é que a primeira geração tem outra embreagem, garfos e calços.

Atenção com a mecatrônica

A mecatrônica pode causar algumas anomalias no funcionamento da embreagem como trepidação, que pode ser causada pelo software ou por algum problema interno na mecatrônica. Outro problema é a baixa pressão do sistema, que geralmente tem vazamento na parede de fixação que pode rachar e causar o mal funcionamento da embreagem. 

Mais informações Schaeffler REPXPERT
Tel.: 0800 011 10 29
e-mail: info@repxpert.com.br

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